Maria Callas em Lisboa

A presença de Maria Callas em Lisboa para protagonizar a ópera La Traviata, de Verdi, no Teatro Nacional de São Carlos, foi assinalada pelo Diário de Notícias na edição de 26 de Março de 1958. “Um vendaval trouxe-nos Maria Callas. Simpática e sorridente e sem incidentes”, podia ler-se no nosso jornal. Maria Callas subiu ao palco no papel de Violetta Valéry, a 27 de Março de 1958, acompanhada por um elenco que incluiu Alfredo Kraus, Mario Seremi, Laura Zanini, Piero de Palma, Vito Susca, Alessandro Maddalena, e os portugueses Maria Cristina de Castro, no papel de Annina, Álvaro Malta, como barão Douphoi, e Manuel Leitão, como mensageiro. A direção musical da ópera foi do maestro Franco Ghione.
La Traviata foi das óperas que Callas mais interpretou. Só no período de 1951 a 1958, protagonizou-a mais de 60 vezes, em teatros de Roma, Florença, Parma, em Itália, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, Chicago, Nova Iorque e Dallas, nos Estados Unidos, ou na Cidade do México. A encenação que o cineasta Luchino Visconti fez desta ópera, para a temporada de 1955-56 do Alla Scala, de Milão, dirigida por Carlo Maria Giullini, é apontada como uma das suas mais notáveis interpretações de Violetta Valéry. Todavia, quando a protagonizou em Lisboa, a soprano nova-iorquina de origem grega sentir-se-ia muito próxima da personagem.


‘Palle, palle’, de Heinrich Isaac

De Heinrich Isaac [c.1450 – 26 Março 1517], compositor franco-flamengo do período renascentista a quem o Musica Aeterna dedicou um programa em 2017 para assinalar a efeméride dos 500 anos da morte, o moteto sem texto Palle, palle – do período em que Isaac esteve em Florença ao serviço de Lorenzo de’ Medici, “Il Magnifico”.


Álbum: Henricus Isaac, 2017 · Jordi Savall · Hespèrion XXI
Fanfare des Médicis : Palle, palle (instrumental)

‘Miserere mei Deus’, de Johann Adolph Hasse

De Johann Adolph Hasse [baptizado em 25 Março 1699 – 16 Dezembro 1783], influente compositor alemão do período barroco tardio, cuja fama em vida foi amplamente baseada nas suas óperas ao estilo italiano, a abertura do Miserere mei Deus, extraída do Miserere, versão musicada do Salmo 50.


Álbum: Hasse: Requiem, 2008
Miserere In E Minor: I. Miserere mei Deus · Ensemble Il Fondamento, Paul Dombrecht

Canções sagradas de Samuel Scheidt

Samuel Scheidt [1587 – 24 Março 1654] foi organista e um dos compositores alemães mais importantes do século XVII. Com Heinrich Schütz [1585 – 1672] e Johann Hermann Schein [1586 – 1630], Scheidt integrou o trio que moldou uma nova identidade musical durante o início do barroco alemão.

Das Cantiones sacrae publicadas em 1620, Christo, dem Osterlämmlein SSWV 551-552 e Ich bin die Auferstehung SSWV 547 fazem parte de um conjunto de mais de cem canções sagradas para cinco vozes no estilo madrigal.



Álbum: Scheidt: The Great Sacred Concertos, 2007
La Capella Ducale · Musica Fiata · Musica Fiata · Roland Wilson



‘A História da Ressurreição de Cristo’, de Thomas Selle

De Thomas Selle [23 Março 1599 – 2 Julho 1663], docente e compositor do início do barroco alemão, que foi director musical das quatro principais igrejas da cidade de Hamburgo – em cuja Biblioteca Universitária está depositado o seu legado musical sob o título Opera Omnia –, o concerto sagrado Die Aufferstehung Christi: Historia der Auferstehung, a partir de textos da Bíblia.


Álbum: Selle, T.: Auferstehung Christi (Die) (Historia – Sacred Concertos and Motets for Easter), 2009
Ensemble Weser-Renaissance Bremen · Wolf Matthias Friedrich, barítono · Manfred Cordes, direcção musical

‘A Coroação de Espinhos’, de Anthony van Dick

De Sir Anthony van Dick [22 Março 1599 – 9 Dezembro 1641], artista do barroco flamengo discípulo de Rubens, cuja actividade se desenvolveu na Flandres, em Itália e Inglaterra, onde foi pintor da corte de Carlos I, ‘A Coroação de Espinhos’ – 1618-20, que pertence ao Museu do Prado.


Dia Europeu da Música Antiga e de J.S.Bach

No início da Primavera, a REMA (Réseau Européen de Musique Ancienne / European Early Music Network) e a EBU (União Europeia de Radiodifusão) organizam desde 2013 o Dia Europeu da Música Antiga com a realização de concertos em diversos países. Simultaneamente, assinala-se o aniversário do nascimento de Johann Sebastian Bach [21 Março 1685 – 28 Julho 1750].


Álbum: Bach: ‘Meins Lebens Licht’ – Cantatas BWV 45-198 & Motet BWV 118, 2021
Collegium Vocale Gent, direcção de Philippe Herreweghe

‘La Primavera’, de Sandro Botticelli

A fama de Sandro Botticelli [1445 -1510] está intimamente ligada às obras mitológicas, das quais são particularmente emblemáticas Primavera (c. 1480) e Nascimento de Vénus(c. 1485), dois ícones do Renascimento italiano e da arte ocidental que pertencem à Gallerie degli Uffizi em Florença.


‘Engelberta’, de Francesco Gasparini

No trecentésimo sexagésimo aniversário do nascimento de Francesco Gasparini [19 Março 1661 – 22 Março 1727], docente e compositor do barroco italiano que estudou em Roma com Arcangelo Corelli [1653-1713] e Bernardo Pasquini [1637-1710] e foi professor de Johann Joachim Quantz [1697-1773] e Domenico Scarlatti [1685-1757]. Gasparini compôs mais de sessenta óperas.


The Gasparini Album · 2018 Glossa
Roberta Invernizzi · Ensemble Auser Musici · Carlo Ipata

Da Ópera Engelberta [1708], I. Allegro · Adagio · III. Allegro




‘Where Do We Go?’, de Bill Frisell

No dia do septuagésimo aniversário de Bill Frisell, guitarrista de jazz e compositor norte-americano que se notabilizou pela longa colaboração de duas décadas no Trio do baterista Paul Motian juntamente com o saxofonista Joe Lovano, o tema Where Do We Go? do álbum Valentine (2020), o mais recente trabalho de Frisell na Blue Note Records.