Archive for the ‘ História ’ Category

‘Abril a Quatro Mãos’

Grândola Vila Morena · Mário Laginha · Bernardo Sassetti · José Afonso
Álbum: Abril a Quatro Mãos (Grandolas), 2020


‘O Massacre dos Inocentes’, de Charles Le Brun

De Charles Le Brun [24 Fevereiro 1619 – 12 Fevereiro 1690], figura artística de grande relevo durante a segunda metade do século XVII, a obra Massacre des Innocentsalusiva à ordem do Rei Herodes para matar todas as crianças da cidade após saber do nascimento, em Belém, do Rei dos Judeus – foi uma encomenda de Guillaume Thomas, conselheiro, capelão do Rei e Cónego de Saint-Honoré; Tendo sido iniciada por volta de 1647, permaneceu inacabada até meados da década de 1660, quando foi adquirida por Gédéon Berbier du Metz, guardião do Tesouro Real.


Bicentenário da morte de Napoleão

Nascido na Córsega em 1769, coroado imperador dos franceses em 1804 e exilado na ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, a partir de 1815, depois da histórica derrota em Waterloo, Napoleão Bonaparte soltou o último suspiro a 5 de Maio de 1821 às 17:49, precisamente há 200 anos. Tinha então 51 anos.
Para evocar o bicentenário da morte do Imperador, o Grand Palais inaugura a exposição Napoléon no Grande Halle de la Villette [28 Maio – 19 Setembro 2021] sobre a fascinante personalidade que moldou a história de uma França pós-revolucionária.
Da ascensão ao declínio da aventura imperial, a exposição retrata em nove secções esse período crucial, desde os momentos-chave da história da França até à vida íntima e romântica do imperador.
Conhecer Napoleão significa, em certa medida, entender a Europa em que vivemos hoje.


Das inúmeras iniciativas que ocorrerão ao longo do ano, destaques para a contribuição excepcional do Palácio de Versalhes com mais de 150 peças originais, do Musée de l’Armée com a exposição “Napoléon n’est plus”, do Musée national du château de Fontainebleau com a mostra À la rencontre de Napoléon Ier , no Musée National du Chateau de Malmaison a exposição Napoléon aux 1001 visages ou, brevemente, “Joséphine & Napoléon, une histoire (extra)ordinaire” na Maison Chaumet.

‘Botzaris surpreende o acampamento turco e cai mortalmente ferido’, de Delacroix

A Guerra da Independência Grega (1821-1827) contra o Império Otomano está ilustrada em várias obras de Eugène Delacroix [26 Abril 1798 – 13 Agosto 1863], desde O Massacre de Chios (1824) ao épico ataque surpresa ao acampamento turco que o General Markos Botsaris [c. 1788 – 21 Agosto 1823] liderou com apenas 350 homens contra cerca de 4.000 soldados albaneses, do qual resultou a morte heróica de Botzaris, dramaticamente caído enquanto os seus homens correm para ele, retratado ao centro deste estudo preparatório (1860-1862) que Delacroix deixaria incompleto após a sua morte. A obra pertence ao The Toledo Museum of Art no Ohio, EUA.


http://emuseum.toledomuseum.org/objects/55718/botzaris-surprises-the-turkish-camp-and-falls-fatally-wounde

‘Candor Lucis Aeternae’, no VII centenário da morte de Dante Alighieri

O Papa Francisco publicou no dia 25 de Março a carta apostólica ‘Candor Lucis Aeternae’ (Esplendor da Luz Eterna), onde evoca a vida e obra do poeta, escritor e político italiano Dante Alighieri [1265-1321], expoente da literatura ocidental de quem se assinala o 700.º aniversário da morte.
Das iniciativas que vão ocorrer ao longo do ano para celebrar o grande poeta, a primeira é a exposição virtual Viajar com Dante, comissariada pela Biblioteca Apostólica do Vaticano.


 

‘L’Entrée d’Alexandre le Grand dans Babylone’, de Charles Le Brun

De Charles Le Brun [24 Fevereiro 1619 – 12 Fevereiro 1690], pintor da Corte de Luis XIV, a monumental obra L’Entrée d’Alexandre le Grand dans Babylone (1665), alusiva à Batalha de Gaugamela, que teve lugar a 1 de Outubro no ano de 331 antes de Cristo, onde Alexandre o Grande derrota de forma estrondosa o colossal exército persa de Dario III, tornando-se assim o senhor do maior império do mundo, ao conquistar Babilónia e Persépolis.


Charles Le Brun [1619-1690]
L’Entrée d’Alexandre le Grand dans Babylone, 1665 | Musée du Louvre

‘Mare Pacificum’

Pouco mais de um mês após a ‘descoberta‘ da passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico, hoje conhecida como Estreito de Magalhães, a 28 de Novembro de 1520 Fernão de Magalhães entrava no que baptizou “Mare Pacificum”.

Da viagem de Luísa Amaro pelo “Mar Magalhães” (2018), fica a sua bela versão de Mazurka-Choro, composição de Heitor Villa Lobos.

‘POSSESSIO MARIS’

Neste 21 de Outubro em 1520, dia em que o navegador Fernão de Magalhães ‘descobriu’ a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico, hoje conhecida como Estreito de Magalhães, fica a exaltação de Fernando Pessoa na segunda parte da ‘Mensagem‘, dedicada ao Mar Português:



POSSESSIO MARIS
VIII – FERNÃO DE MAGALHÃES
No vale clareira uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do marinheiro
Que quis cingir o materno vulto –
Cingi-lo, dos homens, o primeiro –,
Na praia ao longe por fim sepulto.
Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.

‘The Maas at Dordrecht’, de Aelbert Cuyp

No dia em que passam quatrocentos anos do nascimento de Aelbert Jacobsz Cuyp [20 Outubro 1620 – 15 Novembro 1691], considerado um dos principais pintores da Idade de Ouro Holandesa e apelidado de Claude Lorrain holandês, pelo facto de a sua produção artística assentar maioritariamente em paisagens, fica a obra ‘The Maas at Dordrecht’, c. 1650.

Dordrecht, cidade natal de Cuyp situada na confluência dos rios Maas e Merwede, é o cenário de um evento histórico quando numa manhã de Julho de 1646 uma frota com 30 mil soldados se reuniu numa demonstração de força perante a Coroa Espanhola.
No site da The National Gallery of Art em Washington está um podcast com uma descrição da obra.


Aelbert Cuyp [1620-1691] – ‘The Maas at Dordrecht’, c.1650


Aelbert Cuyp [1620-1691] – ‘The Maas at Dordrecht’ (detalhe)


Aelbert Cuyp [1620-1691] – ‘The Maas at Dordrecht’ (detalhe)


Visita Guiada – D. Pedo IV e a Cidade do Porto


Visita Guiada – D. Pedro IV e a Cidade do Porto

Vencedor da causa liberal em Portugal e primeiro imperador do Brasil, D. Pedro, o herdeiro do rei D. João VI, foi uma das mais polémicas figuras da História de Portugal. E foi o único que estabeleceu com os habitantes do Porto, por tradição avessos a reis e a nobres, uma relação tão forte que, horas antes de morrer, decidiu doar à cidade do Porto o seu coração. É a história desta relação singular e dos conturbados anos que mediaram a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, e o fim da Guerra Civil, em 1834, que o historiador Eugénio dos Santos, biógrafo de D. Pedro IV, nos vai contar por alguns dos locais que foram palco da presença de D. Pedro no Porto, entre os decisivos anos de 1831 e 1833.


Visita Guiada – D. Pedro IV e a Igreja da Lapa, Porto

Horas antes de morrer, com 35 anos apenas, D. Pedro dita as suas últimas vontades. Uma delas: o seu coração deveria ser retirado do seu corpo e entregue à cidade do Porto. O gesto de D. Pedro foi uma forma eloquente de sublinhar, para a História, a relação única que estabeleceu com os portuenses entre 1832 e 1833 – os anos do tremendo cerco da cidade pelos absolutistas e da vitória do exército de liberais comandado por D. Pedro. A vitória era, à partida, improvável – o exército dos liberais era dez por cento do exército miguelista -, mas grande parte dos portuenses aderiram à causa de D. Pedro e, juntos, venceram a guerra. É na Igreja da Lapa que se guarda, até hoje, o coração de D. Pedro, o herdeiro do rei D. João VI, que abdicou da coroa de Portugal em sua filha, futura D. Maria II, e da do Brasil em seu filho, o futuro Imperador Pedro II. A Igreja da Lapa é a mais brasileira das igrejas portuguesas. Uma visita guiada pelo historiador Francisco Ribeiro da Silva, mesário da Venerável Irmandade da Nossa Senhora da Lapa.