‘A Children’s Bacchanal’, de Michelangelo

Michelangelo Buonarroti [Caprese, 6 March 1475 – Rome, 18 February 1564]
A Children’s Bacchanal, 1533
Royal Collection Trust


‘Júpiter e Io’, de Correggio

A partir da cultura do Quattrocento e dos grandes mestres da época, como Leonardo, Rafael, Michelangelo ou Mantegna, Antonio Allegri, dito o Correggio [c. 1489 – 5 Março 1534] inaugurou uma nova concepção da pintura e construiu o seu próprio trajecto artístico, que o coloca entre os grandes nomes do Cinquecento.

A união de Zeus e da ninfa Io, filha de Inachus – o primeiro rei de Argos, remonta na sua presente forma às Metamorfoses de Ovídio: Io foge de Zeus que «lança as trevas sobre todo o domínio, impede a fuga da donzela e conquista a sua virgindade». Enquanto na versão de Ovídio Zeus se torna invisível na escuridão, Correggio transforma-o numa nuvem, criando deste modo um profundo contraste entre a escuridão do céu e a figura luminosa de Io.


Corregio [1489-1534] – Júpiter e Io, 1531-32
Kunsthistorisches Museum, Viena

‘Il grosso mogul’, de Antonio Vivaldi

Desde que, em finais de 2015, ouvi pela primeira vez o violino de Lina Tur Bonet no recital de apresentação do Festival Terras Sem Sombra no CCB, fiquei encantado com o virtuosismo e a graciosidade de la spagnola.
Para sempre me arrependo de à saída não ter comprado as Sonatas do Rosário de Biber, que vou ouvindo no Spotify.
Hoje, a propósito de mais um aniversário do nascimento de Antonio Vivaldi [4 Março 1678 – 28 Julho 1741], fica o Concerto para Violino em Ré maior, RV 208a “Grosso Mogul”.
O disco Vivaldi: Il grosso mogul – Violin Concertos & Sonatas (2018) apresenta parte da produção menos conhecida do compositor veneziano.


Ensemble Musica Alchemica | Lina Tur Bonet, violino



‘People Time: The Complete Recordings’ – ‘First Song’

People Time: The Complete Recordings é um conjunto de sete CDs de jazz do saxofonista Stan Getz [2 Fevereiro 1927 – 6 Junho 1991] e do pianista Kenny Barron, e foi gravado entre 3 e 6 de Março de 1991 no Jazzhus Montmartre em Copenhaga, três meses antes da morte de Getz. A colectânea seria lançada apenas em 2010.
Do primeiro set, gravado precisamente há 30 anos, fica a quarta composição “First Song”, escrita por Charlie Haden.


‘Blue in Green’, de Miles Davis

Os dias 2 de Março e 22 de Abril de 1959 correspondem a duas datas muito especiais para o jazz. Há precisamente 50 anos, Miles Davis, John Coltrane, Julian “Cannonball” Adderley, Bill Evans, Paul Chambers e Jimy Cobb entravam no estúdio da Columbia, na 30th Street, em Nova Iorque, para gravar um conjunto de peças que mais tarde acabariam por dar forma a Kind of Blue, o mais referido e exaltado álbum em todo o jazz.
Rezam as crónicas que as primeiras peças a ser gravadas na primeira sessão terão sido So What e Blue in Green, entre as 14:30 e as 17:30, e que, depois de uma pausa para descanso e jantar, Miles telefonou a Wynton Kelly para vir para o estúdio, afim de gravarem Freddie Freeloader, na sessão das 19:00 às 22:00. Na segunda sessão de gravação, seriam registadas ainda duas outras peças esplendorosas – Flamenco Sketches e All Blues – assim se completando o line up de Kind of Blue.  – Manuel Jorge Veloso


‘English Ayres’, de Thomas Campion

Thomas Campion [12 Fevereiro 1567 – 1 Março 1620], talentoso compositor inglês de canções para alaúde, escreveu em 1601 o cancioneiro A Booke of Ayres em parceria com o compositor e seu amigo Philip Rosseter [1568-1623].
Este género musical que floresceu em Inglaterra entre o final do século XVI e o início do século XVII, teve na poesia de Thomas Campion e no alaúde de John Dowland os mais expressivos representantes.


Álbum: English Ayres by Thomas Campion, 2000
Break Now My Heart and Die
Michael Chance, contratenor · Mark Padmore, tenor · Nigel North, alaúde

“One of the greatest hours I ever saw on television”

“One of the greatest hours I ever saw on television” é a frase atribuída a Marlon Brando sobre os ‘diálogos’ na BBC Four (1974) entre André Previn [6 Abril 1929 – 28 Fevereiro 2019] e Oscar Peterson [15 Agosto 1925 – 23 Dezembro 2007]


‘Érase una vez… el mar’, de Joaquín Sorolla

Joaquín Sorolla y Bastida [27 Fevereiro 1863 – 10 Agosto 1923],
“Chicos en la playa”, 1909


Joaquín Sorolla y Bastida [1863-1923] – “Chicos en la playa”, 1909
Museu do Prado, Madrid

‘Il Faraone Sommerso’, de Nicola Fago

De Francesco Nicola Fago [26 Fevereiro 1677 – 18 Fevereiro 1745], compositor do barroco italiano, professor de Leonardo Leo [1694-1744]  e Niccolò Jommelli [1714-1774], as árias Alla gente a Dio diletta e Forz’è pur nel proprio sangue, extraídas do Oratório Il Faraone Sommerso [1709].


Álbum: Anima Sacra, 2018
Jakub Józef Orliński, contratenor | Orquestra Il pomo d’oro, dirigida por Maxim Emelyanychev


Álbum: La vanità del mondo, 2021
Philippe Jaroussky, contratenor | Ensemble Artaserse

‘Collines autour de la baie de Moulin Huet, Guernesey’, de Pierre-Auguste Renoir

No centésimo octogésimo aniversário do nascimento de Pierre-Auguste Renoir [Limoges, 25 Fevereiro 1841 – Cagnes-sur-Mer, 3 Dezembro 1919], um dos mais notáveis representantes do movimento impressionista, Collines autour de la baie de Moulin Huet, Guernesey.
Entre 1881 e 1883, Renoir atravessou França por diversas vezes, desde L’Estaque no sul, onde visitou Paul Cézanne, até à ilha de Guernsey no Canal da Mancha, onde no final do Verão de 1883 pintou a baía da rochosa costa de Moulin Huet.


Pierre-Auguste Renoir [1841-1919]
‘Collines autour de la baie de Moulin Huet, Guernesey’, 1883
The Metropolitan Museum of Art, New York


‘Collines autour de la baie de Moulin Huet, Guernesey’, 1883 [detalhe]