Stella by Starlight – Miles Davis

Este standard, tantas vezes imortalizado, é peça obrigatória em qualquer colecção musical. Pertence ao disco The Complete Concert 1964: My Funny Valentine + Four and More [Live].

Miles Davis (tp) George Coleman (ts) Herbie Hancock (p) Ron Carter (b) Tony Williams (ds)
“Philharmonic Hall”, Lincoln Center, NYC, set one, February 12, 1964

Se o Museu conseguir esperar…

Tenho dificuldade em compreender, depois de sucessivos adiamentos da inauguração, a oportunidade do momento. No pico do verão, com um calor infernal para lá chegar?! Eles lá sabem!
O que sei é que nestes últimos 15 anos, exceptuando a obra, propriamente dita, nada de relevante aconteceu. Quer dizer, houve desinvestimento no Parque, com a redução para quase metade dos guias, esventrou-se a região para criar mais um tapete de alcatrão, sem que tenha havido qualquer investimento, digno desse nome, em alojamento, eno-turismo; A ligação ferroviária entre o Pocinho e Barca de Alva não há meio de ser recuperada, o apeadeiro do Côa está em ruínas há décadas mas… ah! caneco, agora é que vai ser investir!!

Os 260 anos da morte de Johann Sebastian Bach

Do Musica Aeterna de passado sábado, dedicado a assinalar a passagem do ducentésimo sexagésimo aniversário da morte do genial compositor seis e setecentista, está disponível o podcast

Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa

O Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa abre as portas na próxima sexta-feira, dia 30 de Julho, com a presença da ministra da Cultura Gabriela Canavilhas, 15 anos depois da polémica que suspendeu a construção da barragem devido aos protestos de ambientalistas e de especialistas em arte rupestre. Via.

O equipamento cultural representou um investimento de cerca de 18 milhões de euros, passando a ser o principal ponto de acolhimento do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC).Foi construído com o objectivo de divulgar e contextualizar os achados arqueológicos do vale do Côa descobertos em 1994 e que estiveram na origem da suspensão das obras de construção da barragem.

O processo teve como ponto alto Outubro de 1995 quando o Governo de António Guterres ordenou a suspensão da construção da barragem na foz do Côa devido às gravuras rupestres encontradas e classificadas pela UNESCO como Património da Humanidade, em Dezembro de 1998.

Com a identificação de diversos núcleos de gravuras e depois de vários protestos e debate público, nasceu o PAVC considerado como o maior museu do mundo ao ar livre do Paleolítico.

As gravuras, que já eram referenciadas por pastores locais, ganharam fama mundial após o arqueólogo Nelson Rebanda ter identificado a denominada rocha da Canada do Inferno.

Após muita polémica, que dividiu os habitantes de Foz Côa, a construção da barragem foi interrompida e a EDP foi indemnizada em muitos milhões de euros.

Após avanços e recuos, incluindo a alteração do local de construção do museu – inicialmente projectado para o sítio onde a barragem começou a ser edificada, na Canada do Inferno, mas posteriormente deslocado para uma encosta sobranceira à confluência dos rios Douro e Côa, no vale José Esteves, na zona norte do PAVC – a obra começou no terreno no início de 2007.

Naquele local, os autores do projecto, Tiago Pimentel e Camilo Rebelo, idealizaram um monólito com janelas em frestas, semi-enterrado e com oito metros de altura na vertente virada para o vale do Douro.

De acordo com a memória descritiva, o trajecto expositivo foi desenvolvido de forma a possibilitar duas alternativas: um percurso cronológico e outro temático, estando também previstos espaços para acolhimento de exposições temporárias.

O projecto foi concretizado mais tarde do que o previsto, em parte, por o Governo PSD/CDS-PP ter decidido uma nova localização para o museu, lembra o antigo deputado socialista Fernando Cabral.

Cabral recordou à Lusa que com a chegada de Durão Barroso ao poder, “o governo suspendeu, lamentável e irresponsavelmente, todo o processo e procurou uma nova localização”.

“O que se seguiu nos três anos seguintes foi um processo lentíssimo o que motivou da minha parte a apresentação de vários requerimentos ao Governo e várias questões colocadas ao então ministro Pedro Roseta”, disse, apontando que foi o Governo do PS eleito em 2005, que avançou “definitivamente para a concretização da obra”.

Um longo caminho de 15 ano

“É o ponto de chegada de um longo caminho de 15 anos”, reconheceu o secretário de Estado da Cultura Elísio Summavielle.

Esse caminho foi “marcado por momentos importantes, como a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), a elevação a Património da Humanidade, e ainda com a preparação do projecto, depois de alterada a primeira localização do Museu”, recorda.

Elísio Summavielle, não tem dúvidas que “neste momento é também um ponto de partida que se abre para PAVC, e para o concelho de Vila Nova de Foz Côa, mas também para os concelhos limítrofes e, para todo um território”, considera.

“É uma âncora muito importante do desenvolvimento cultural futuro daquela região”, sublinha o secretário de Estado, que foi presidente do antigo Instituto Português de Arqueologia e do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico (IGESPAR) na anterior legislatura.

Para Summavielle, “é um museu que se centra na arte, sobretudo no património do paleolítico, mas não se fica por aí, vai abrir com uma exposição de gravura da FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento”, adianta à Lusa.

Elísio Summaviele acredita que este museu deve polarizar tudo aquilo que o referido território já oferece, “como o vinho, o azeite, a amêndoa”. “Para além da atractividade arquitectónica e de conteúdos, o museu vai ter um belíssimo restaurante, com uma paisagem privilegiada, tudo isto, parte de um conjunto que queremos valorizar e assinalar devidamente neste Museu de Arte do Côa”, acrescenta.

“Existe um Museu do Douro, agora um Museu do Côa, digamos que se fecha aqui um ciclo, e que este trabalho em rede e em parceria é absolutamente necessário para um turismo que cresce cada vez mais nesta área da cultura e que faz parte estratégica de um desenvolvimento futuro daquela região”, sustenta.

A cerimónia de inauguração do Museu do Côa, tem início marcado para as 12h00 de sexta-feira, apurou a Lusa junto do Ministério da Cultura.

Coisas simples

A solidão da floresta e a vida sedutora do eremita, o silêncio das árvores e o recato de uma vida simples perto da natureza, enquanto expressão de uma nova atitude perante a vida.

O que o artista austríaco Moritz von Schwind (1804-1871) aqui reproduz é o distante período Biedermeier, da serena felicidade dos ambientes descontraídos, há muito desaparecidos da sociedade urbana pré-industrial. Na sua vida contemplativa e de comprometimento com Deus, o eremita piedoso parece manifestar uma espécie de sentimento religioso, perfeito porque íntimo. “Contagiado”, o músico manifesta uma atitude descontraída, antes de regressar ao alvoroço da cidade.

Siglo de Oro

La Gitanilha

Cuando Preciosa el panderete toca,
y hiere el dulce son los aires vanos,
perlas son que derrama con las manos,
flores son que despide de su boca.

Suspensa el alma y la cordura loca
queda a los dulces actos sobrehumanos,
que de limpios, de honestos y de sanos
su fama al cielo levantado toca.

Colgados del menor de sus cabellos
mil almas lleva, y a sus plantas tiene
Amor rendidas una y otra flecha:

ciega y alumbra con sus soles bellos,
su imperio Amor por ellos se mantiene,
y aun más grandezas de su ser sospecha.

(Novelas ejemplares, La gitanilha) – Miguel de Cervantes

Soneto de Preciosa

Quando Preciosa a pandeireta toca,
e o som suave fere os ventos vãos,
pér`las são que derrama com as mãos;
e flores são o que lança da boca.

A alma suspensa e a prudência louca
queda pròs doces actos mais que chãos,
que, de puros, de honestos e de sãos
a sua fama ao céu erguido toca.

Suspensas do menor dos seus cabelos
leva mil almas, e a seus pés tem
amor rendidas uma e outra seta.

Cega e ilumina com os seus sóis belos,
amor seu império por elas mantém,
e mais grandezas de seu ser suspeita.

Monte Athos

Não sabia nada, ou quase nada. O que sei hoje nem sequer é suficiente, mas a breve descrição sobre o silêncio que me foi dada por três amigos de Salónica impele-me, pelo menos, a tentar concretizar esta viagem. Como diz o padre ortodoxo no vídeo, vai-se de mãos vazias e traz-se sempre qualquer coisa de volta…

Ravi Shankar – The Master

O nonagésimo aniversário do pai da world music, assinalado a 7 de Abril passado, mereceu por parte da Deutsche Grammophon uma edição especial, que reuniu em três discos as suas gravações na editora.

Sétima Palavra – José Saramago

No dia da morte de José Saramago, parece-me apropriado transcrever o último capítulo de “As Sete Palavras do Homem”, reflexão pessoal que autor fez, a pedido de Jordi Savall, da obra Septem Verba Christi in Cruce – As Sete Últimas Palavras de Cristo, escrita por Joseph Haydn em 1786.
A sua leitura , a par da audição da Sonata VI ‘Consummatum est’ e da Sonata VII ‘In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum’, expressam a dimensão espiritual do homem e o seu destino.

Deus, Pai, Senhor, nas tuas mãos entrego o meu espírito, que a carne que o continha, essa, ficará agarrada a este madeiro enquanto o que de mim resta não for levado ao túmulo, donde ao terceiro dia ressuscitarei, se forem certas as palavras que puseste na minha boca para que as ouvissem os que me seguiam. Censurou-mas Pedro, que me chamou de parte e disse: “Deus te livre de tal. Uma coisa assim nunca te há-de suceder.” E eu respondi-lhe: “Sai da minha frente, Satanás. Impedes-me o caminho, porque não entendes as coisas à maneira de Deus, mas à maneira dos homens.” Foi isto o que eu lhe disse, mas agora, Deus, Pai, Senhor, agora que o meu espírito já deve ter chegado às tuas mãos, permite-me que procure, também eu, entender as coisas à maneira dos homens. Poderá o meu corpo, sem um espírito que o anime, levantar-se e sair do sepulcro, arredando a pedra que lhe tapa a entrada? E outra pergunta mais. Que sucederá comigo durante esses três dias? Apodrecerei? Será já com os primeiros sinais de podridão na cara e nas mãos que me apresentarei diante de Maria Madalena? Vivi no mundo como homem durante trinta anos, primeiro criança, depois adolescente, depois adulto, até este dia. Se te digo coisas que estás farto de saber, é para que compreendas por que razão aparecerei a Maria Madalena antes que a qualquer outro.
Acabámos. Representei o meu papel o melhor que podia. O futuro dirá se o espectáculo valeu a pena. E agora, Deus, Pai, Senhor, uma última pergunta: Quem sou eu? Em verdade, em verdade, quem sou eu? – 
José Saramago, 2007

 

Tapeçarias de Pastrana – Panos de História

Estão próximos os dias em que a guerra nos entra em casa em directo e a 3D. Imagino a dificuldade dos repórteres de hoje em serem criativos o suficiente para relatar os acontecimentos, tendo que competir com a imagem e o vídeo. Em suma, fazerem a história.
Foi o que me ocorreu, ao percorrer as enormes tapeçarias, como se de um filme animado se tratasse.
Não sei quem imaginou as batalhas de Arzila e Tânger, relatadas nas quatro telas, mas o trabalho final é assombroso!

As míticas Tapeçarias de Pastrana estão em Lisboa, por Alexandra Prado Coelho.

Saídas misteriosamente do país no século XVI, as tapeçarias de D. Afonso V estão no Museu de Arte Antiga – pela primeira vez expostas em Portugal
D. Afonso V não pôde levar consigo repórteres de imagem quando tomou Arzila e Tânger. Não houve reportagens em directo, relatos ao vivo por jornalistas a falar para as câmaras enquanto, ao fundo, as tropas cercavam as cidades do Norte de África e venciam batalhas. Estávamos no final do século XV e a forma mais aproximada que o rei português tinha de registar os seus feitos era mandá-los tecer em tapeçarias. Foi o que fez.

Agora, pela primeira vez, as quatro Tapeçarias de Pastrana encomendadas por D. Afonso V – enormes panos de armar com quatro metros de altura e 10 de largura – podem ser vistas (até 12 de Setembro) no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). D. Afonso V e a Invenção da Glória é inaugurada hoje na presença das ministras da Cultura de Portugal e de Espanha, Gabriela Canavilhas e Ángeles Gonzáles-Sinde. Desde o século XVI que as tapeçarias – agora completamente restauradas, num processo conduzido pela fundação espanhola Carlos de Amberes – não estavam reunidas em Portugal.

Como é que os quatro panos saíram do país é um mistério ao qual os historiadores não conseguiram ainda responder. “É muito misterioso”, diz o director do MNAA, António Filipe Pimentel. Produzidas nas oficinas flamengas de Tournai no último quartel do século XV, “entrarão em Portugal provavelmente já no reinado de D. João II, e em 1532, poucas décadas depois de terem sido feitas, aparecem em Espanha, no inventário dos bens dos duques do Infantado”. Como foram lá parar, ninguém sabe.

O que se sabe é que foram herdadas pelos duques do Infantado, que mais tarde as cedem à Colegiada de Pastrana, onde ficaram desde então. O mundo esqueceu-as. Até que, no início do século XX, os historiadores de arte portugueses José de Figueiredo e Reynaldo dos Santos as “encontraram” em Pastrana.

“Durante o período da ditadura, Salazar tentou recuperá-las”, contou ontem, numa conferência de imprensa no MNAA, o secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle. Mas conseguiu-se apenas, na década de 1930, fazer cópias, que estão no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães. É por isso que a exposição que o MNAA agora apresenta é considerada de extrema importância – resulta de uma colaboração com Espanha (e coincide com o 25.º aniversário do tratado de adesão de Portugal e Espanha à União Europeia).

Por detrás dos participantes na conferência de imprensa está uma das enormes tapeçarias – a que conta a tomada de Tânger e a única em que D. Afonso V não aparece. Ao fundo vê-se Arzila, já conquistada, as tropas portuguesas avançam pelo lado esquerdo em direcção a Tânger, que, no meio do pano, se mostra já deserta. Os seus habitantes, esses estão à nossa direita, saindo da cidade. “O sultão de Tânger estava ocupado com o ataque a Fez quando as tropas portuguesas se dirigiam para a cidade”, explica António Pimentel. “Negoceia a rendição e os habitantes abandonam a cidade. É uma ocupação, não uma conquista, e por isso o rei abstém-se de se associar explicitamente a este episódio.”

Imagem para a posteridade

Nas três outras tapeçarias – que contam o Desembarque, o Cerco e o Assalto a Arzila – o rei aparece identificado pelo seu estandarte, um rodízio que asperge gotas, e pela mais bela das armaduras e os mais ricos panos brocados. As tapeçarias (duas das quais foram cortadas em baixo) lêem-se como uma banda desenhada – ou, como dizia Miguel Angel Aguilar, presidente da Fundação Carlos de Amberes, como uma “reportagem de actualidade”.

No Desembarque assistimos ao precipitar das tropas que enfrentam um mar agitado, seguindo o rei, que avançara primeiro para dar o exemplo. Mas alguns homens têm menos sorte do que o monarca e acabam por morrer afogados.

Na tapeçaria sobre o cerco, Arzila, com os seus telhados de telhas e as suas torres, parece uma cidade do Norte da Europa. Ao longe a frota portuguesa impressiona. Do lado esquerdo, o príncipe, do direito, o rei, a toda a volta os soldados, dezenas de rostos, de armaduras de pormenores (estes só se vêem verdadeiramente no pequeno filme de Catarina Mourão que passa numa sala lateral).

Por fim, o assalto. Reza a história que o alcaide de Arzila tentou render-se, mas o rumor de que a cidade já teria caído levou as tropas a avançar. A tapeçaria – como se fizesse um zoom à imagem do cerco – mostra a batalha e a vitória portuguesa.

Quando encontrou as tapeçarias em Pastrana, Reynaldo dos Santos colocou a hipótese de os cartões que lhes serviram de base serem da autoria de Nuno Gonçalves, o pintor a quem são atribuídos os Painéis de São Vicente. Essa hipótese foi entretanto afastada, mas, frisa António Filipe Pimentel, mostrar as tapeçarias ao lado dos painéis – algo que só é possível em Lisboa, porque os painéis não podem sair do museu (as tapeçarias estiveram anteriormente expostas em Bruxelas e Guadalajara, seguem depois para Toledo e Madrid e deverão estar em Guimarães em 2012) – é acrescentar novas leituras a esta história.

É por isso que a exposição se chama D. Afonso V e a Invenção da Glória. “Julga-se que terá sido após a [derrota na] batalha de Toro [1476], na altura em que D. Afonso V se retira para o convento do Varatojo, que encomenda este testamento político.” Um gesto que faz dele muito mais do que um rei cavaleiro preocupado com conquistas, mas um homem já preocupado com a imagem que deixaria para as gerações futuras, “orientando a visão que a posteridade terá dele”.

Para completar essa imagem o MNAA junta as (poucas) peças que, de uma forma ou outra, representam o rei: para além dos painéis, um retrato de figura equestre numa iluminura de um manuscrito do século XV pertencente à Biblioteca Nacional de França; outro retrato feito pelo cavaleiro Georg von Ehingen e que representa D. Afonso V com cerca de 25 anos (altura em que era, nas palavras de Von Ehingen, “um príncipe bonito e bem formado e o mais cristão, mais bélico e mais justo que alguma vez conheci”); uma chave de abóbada do Convento de São Francisco de Beja; e a cadeira vinda do Convento de Varatojo e que os frades sempre garantiram ter pertencido ao rei.

Para além das quatro tapeçarias, existem mais duas, também na posse da Colegiada de Pastrana. Resultam de uma encomenda separada que terá sido feita anos mais tarde e contam a campanha de Alcácer Ceguer, também realizada por D. Afonso V. “São muito menos conhecidas e nunca vieram a Portugal”, sublinha o director do MNAA. “Restaurá-las e trazê-las a Lisboa ainda com a memória desta exposição viva seria o fecho da abóbada deste processo.”

O objectivo é partilhado pelo presidente da Fundação Carlos de Amberes. Mas Miguel Angel Aguilar explica que o processo com a Colegiada nem sempre tem sido fácil. “Quando encontrámos as tapeçarias elas estavam em condições muito lamentáveis, metidas numa sacristia. Não penso que os proprietários [a Colegiada] tivessem consciência do seu valor e significado histórico.”

O restauro – que custou 330 mil euros – implicou uma desinsectização (nomeadamente para acabar com as traças) e neste momento a fundação mantém as tapeçarias a circular em exposições porque só permitirá o seu regresso à Colegiada quando esta tiver também desinfestado as instalações.

Ao ouvir isto, o director do MNAA abriu um sorriso: o principal museu nacional está completamente disponível para “fornecer asilo político às tapeçarias o tempo que for necessário”.

As fotos maiores foram retiradas do Sapo, as pequenas foram feitas com o telemóvel.