Arquivo de Setembro, 2009

“Casa das Histórias” de Paula Rego

"Casa das Histórias" de Paula Rego - clique para entrar...

Kind of Blue @ 50

Kind of Blue: 50th Anniversary Collectors Edition

Originalmente editado pela Columbia Records em 17 de Agosto de 1959, Kind of Blue anunciava um novo género musical: A espontaneidade de tocar duas ou três notas, obtendo o mesmo efeito melódico que as oito das progressões elaboradas, abria lugar ao improviso… e ao bebop.

O trompetista Miles Davis reuniu um sexteto notável de músicos – Cannonball Adderley ( saxofone alto), Paul Chambers (baixo), Jimmy Cobb (bateria), John Coltrane (saxofone tenor ), Bill Evans (piano) (Wynton Kelly toca piano em “Freddie Freeloader”) – e reinventaram o jazz!
Cinquenta anos após o lançamento,
Kind of Blue continua a transportar os ouvintes para o seu universo próprio, inspirando também músicos para que criem novos sons – desde o jazz acústico até ao ambiente pós-moderno – de todas as formas possíveis e imaginárias.

Jimmy Cobb, único sobrevivente da formação original, recebeu há pouco menos de um ano o Prémio NEA Jazz Masters 2009, em cerimónia realizada no Lincoln Center’s Rose Hall.
Com a bonita idade de 80 anos, apresenta-se em Lisboa (CCB, 11 de Novembro) com a sua  So What Band –  Wallace Roney (trompete), Javon Jackson (sax tenor), Vincent Herring (sax alto), Larry Willis (piano) e Buster Williams (contrabaixo), para partilhar com os admiradores portugueses as cinco masterpieces “So What”, “Freddie Freeloader”, “Blue In Green”, “All Blues” e “Flamenco Sketches”.

Jimmy Cobb - Kind of Blue @ 50

Human Cargo – Tríptico de Paula Rego

“É um tríptico sobre o tráfico humano. Foi tudo montado no meu estúdio. Com escadas, polícias, velas, meninas. E, no fundo do quadro, a minha amiga Tilly que leva a mochila cheia.”

Paula Rego.

Human Cargo - Tríptico, 2008. Colecção Marlborough Fine Art, Londres. Lápis conté e aguada sobre papel

Human Cargo - Tríptico, 2008. Colecção Marlborough Fine Art, Londres. Lápis conté e aguada sobre papel

Human Cargo - Tríptico, 2008. Colecção Marlborough Fine Art, Londres. Lápis conté e aguada sobre papel

Golfinhos na Praia do Meco

Que melhor fim de tarde se poderia pedir? Num excelente dia na Praia do Meco, eis que recebemos a inesperada visita destes quatro magníficos amigos, vindos do Estuário do Sado para um passeio. Andaram na brincadeira durante uma hora e afastaram-se. Calmamente.
Pena o vídeo ter sido feito com o telemóvel, sem possibilidade de zoom. Estavam a uns 150 metros da praia.

“Noites de São Bento”

A Rua de São Bento, em Lisboa, recebe no último fim-de-semana de Setembro a 9ª edição das “Noites de São Bento”.
Música, lojas abertas – maioritariamente antiquários – e homens e mulheres estátua são os atractivos, numa atmosfera descontraída.
Para ser mesmo, mas mesmo engraçado… era fecharem a rua ao trânsito automóvel.
Quem conhece aqueles passeios estreitos, facilmente imagina que, com a quantidade de pessoas a circular, é inevitável que tenhamos que circular na rua. Aspecto a rever.

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

"Noites de São Bento" 2009

L’Albatros

Souvent, pour s’amuser, les hommes d’équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.

À peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l’azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d’eux.

Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu’il est comique et laid!
L’un agace son bec avec un brûle-gueule,
L’autre mime, en boitant, l’infirme qui volait!

Le Poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l’archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l’empêchent de marcher.

Charles Baudelaire

Asfixia Democrática

Que pensarão europeus destes ao lerem notícias deste calibre, ou deste?!
Que não aprendemos nada com a história e que devemos precisar ser normalizados!

Museu do Comunismo - Praga, República Checa

Museu do Comunismo - Praga, República Checa

Francisco António de Almeida – “La Giuditta”

“Senhor Francisco Português, que veio para Roma estudar, e presentemente é um bravissimo compositor de Concertos e de música de Igreja, e por ser jovem, é um assombro e canta com gosto inatingível…”

Este elogioso comentário faz parte da legenda do único retrato conhecido de Francisco António de Almeida (c.1702-1755), um dos compositores a quem D. João V financiou os estudos em Roma, onde estreou as suas primeiras oratórias, entre as quais “La Giuditta”, a sua última oratória romana, documenta bem a consideração e o reconhecimento que teve em terras italianas.
Autor da primeira ópera representada em Portugal, La Pazienza di Socrate (1733), é também a Almeida que se deve a bela música da oratória “La Giuditta” ( Lena Lootens, Axel Köhler, Martyn Hill, Francesca Congiu – Concerto Köln, René Jacobs, Harmonia Mundi – 1992). A interpretação de René Jacobs realça a beleza melódica e a variedade de emoções desta obra, tirando também grande partido expressivo do tecido musical.
Estreada em Roma em 1726, cuja partitura, dedicada ao embaixador André Melo de Castro quando Almeida estudava na cidade pontifícia, “La Giuditta” não fica atrás em qualidade e invenção musical de outras oratórias de alguns dos seus contemporâneos mais famosos a nível europeu.

Em Abril de 1728, o compositor encontrava-se já em Lisboa, onde foi apresentada a serenata “Il Trionfo della Virtù”. Um dicionário de músicos portugueses setencentista, da autoria de José Mazza, menciona-o como “organista da Patriarcal”.

Além de La Pazienza di Socrate (1733) compôs ainda as óperas La finta pazza (1735) e La Spinalba (1739), várias obras litúrgicas e, provavelmente, música para as representações populares dos Presépios lisboetas. La Spinalba, que tem sido objecto de várias apresentações modernas, revela um estilo elegante e expressivo que acentua mais o carácter sentimental do libreto do que a sua vertente cómica, lembrando por vezes Pergolesi, cuja Serva Padrona fora escrita seis anos antes.

Cristina Fernandes in “Crónicas Musicais de uma Europa Barroca”, Público/Centro Cultural de Belém, 2006

Equinócio – Os Alinhamentos Sagrados

No Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira, na aldeia de Chãs, Foz-Côa, os nossos antepassados celebravam o esplendoroso momento do Equinócio de Outono com oferendas à deusa-mãe, gratos pela fertilidade da Terra.
Nos nossos dias, os agricultores derramam o leite nas ruas das cidades europeias, pois o preço de venda, imposto pelo Directório de Bruxelas, é inferior aos custos de produção. Pouco têm para celebrar…

O ciclo que hoje pretendo evocar, em comunhão, é o ciclo do equilíbrio e da harmonia da Terra com o Sol, da noite igual ao dia.
Venha o Outono, que nós, o Mago das Teclas, o Sacerdote e este vosso humilde escriba, estamos já a pensar no Solstício de Verão e na celebração maior que alguma vez a Pedra do Sol terá visto! 🙂

O nascer do Sol assinala hoje, na Pedra da Cabeleira, a chegada do Outono

Recinto do Santuário da Pedra da Cabeleira

O Mistério Inglês e a Corrente de Ouro

Winston Churchill: Simplesmente, um grande homem

Winston Churchill era abertamente um defensor do capitalismo e do comércio livre. Sabia muito bem que o nazismo e o comunismo pretendiam substituir os mecanismos de mercado e a propriedade privada por uma economia centralizada e militarizada.

Sir Winston Leonard Spencer Churchill - Oxfordshire, 30 de Novembro de 1874 - Londres, 24 de Janeiro de 1965

Ensaio publicado no I em 2009.
por João Carlos Espada, Doutorado em Ciência Política em Oxford; Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa; Presidente da Churchill Society e da Revista Nova Cidadania
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