‘Cabeça de Mulher, Retrato de Dora Maar’

“Tête de femme, no 7. Portrait de Dora Maar”, de 1939, pertence a uma série de desenhos nos quais Pablo Picasso [1881-1973] representou a pintora, fotógrafa e poeta francesa Dora Maar [1907-1997], que morreu neste dia 16 de Julho em Paris.
Tendo-a conhecido em 1936, rapidamente se deixou seduzir pela sua beleza e personalidade alegre; Dora Maar foi amante e companheira artística de Picasso nos finais do anos 30 e princípios de 40, com quem partilhou as suas preocupações intelectuais e políticas.
Produzidos durante os anos da Guerra Civil espanhola (1936-39) e da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os retratos de Dora Maar reflectem não só o estado emocional de Picasso durante esse período, mas também a instabilidade da época.


‘Le petit pierrot aux fleurs’, de Pablo Picasso

Na passagem do 52º aniversário da morte de Pablo Ruiz Picasso [Málaga, 25 Outubro 1881 – Mougins, 8 Abril 1973], o desenho ‘Le petit pierrot aux fleurs’, uma água-tinta impressa em cores assinada a lápis (por volta de 1960), pode ser visto até final da Primavera na exposição La Collection Nahmad. De Monet à Picasso, no Museu dos Impressionismos em Giverny, na Normandia.


‘San Francisco en oración ante el Crucificado’, de El Greco

De El Greco [Creta, 1541 – Toledo, 07 Abril 1614), a obra San Francisco en oración ante el Crucificado (cerca de 1585) pertence ao Museo de Bellas Artes de Bilbao, onde foi inaugurada no passado dia 1 deste mês de Abril a exposição a De Greco a Zuloaga, que abrange quatro séculos de arte espanhola.

Com obras de El Greco, José de Ribera, Francisco de Zurbarán, Bartolomé Esteban Murillo, Luis Paret, Francisco de Goya e Ignacio Zuloaga, para visitar até 25 de Setembro.


‘Mulligan Meets Monk’

Mulligan Meets Monk, álbum de estúdio gravado em Agosto de 1957 para a Riverside, resulta de uma parceria improvável entre o saxofonista barítono Gerry Mulligan [6 Abril 1927 – 20 Janeiro 1996] e o pianista Thelonious Monk [10 Outubro 1917 – 17 Fevereiro 1982], que não era um rapaz muito dado a partilhar protagonismo com outros músicos.
De facto, a única composição de Mulligan é Decidedly, que abre o Lado B do LP original.

Fica a ligação do YouTube para o álbum “Mulligan Meets Monk (Remastered 2025 / Mono Mix)“, um lançamento recente da Concord.


‘Saint John Before God and the Elders, from The Apocalypse’, de Albrecht Dürer

Apocalipse com Imagens (do latim: Apocalipsis cum figuris) é uma série de quinze xilogravuras de Albrecht Dürer [21 Maio 1471 – 6 Abril 1528] que retrata várias cenas do Livro do Apocalipse, ou Livro da Revelação de João, o último Livro do Novo Testamento.
A obra, publicada em 1498, foi um grande sucesso em toda a Europa.


Ao longo do rio durante o Festival Qingming

O Festival Qing Ming, ou Ching Ming, tem lugar, um pouco por toda a Ásia, no décimo quinto dia após o equinócio da Primavera. Neste dia, também conhecido como o Dia Chinês da Memória, dedicado a honrar os mortos, as famílias visitam, limpam e decoram os túmulos com oferendas.

Ao longo do rio durante o festival Qingming, é uma pintura panorâmica atribuída ao artista Zhang Zeduan  [1085–1145], concebida como um pergaminho em rolo que vai sendo desenrolado da direita para a esquerda.

O seu conteúdo revela, de forma artística, o estilo de vida e o quotidiano dos vários estratos sociais e a actividade económica nas zonas urbanas e rurais do período Song (séc. X ao séc. XIII) e celebra o espírito festivo com cenas de rua durante o Festival Qingming, por oposição aos aspectos cerimoniais do feriado, que em 2025 se celebra a 4 de Abril.


Ao longo do rio durante o Festival Qingming

Detalhes

O cometa Booker Little

É difícil conceber que um músico tenha partilhado o estúdio e o palco com os saxofonistas John Coltrane e Eric Dolphy, com o trompetista Freddie Hubbard, com os pianistas McCoy Tyner, Tommy Flanagan e Mal Waldron, com os bateristas Max Roach, Elvin Jones e Roy Haynes, apenas durante os últimos três anos da sua vida breve
Foi este o percurso do trompetista Booker Little [2 Abril 1938 – 5 Outubro 1961], que, não tendo adquirido notoriedade e aclamação em vida, deixou no entanto a sua marca para a eternidade por ter brilhado tão fugazmente no centro desta constelação de estrelas.


Do seu álbum Booker Little 4 and Max Roach, de 1958, fica a última faixa do Lado B, Moonlight Becomes You.

Natascha Polké & Christian Loffler no Misty Fest

Não conhecia Natascha Polké mas tinha ouvido alguma coisa de Christian Loffler. O ponto de partida para o espectáculo de 8 do passado mês de Novembro no Capitólio era pois promissor; o que não antevi foi que a compositora de origem suíça abrisse a actuação no Misty Fest com Into You.
A harmonia entre a voz intimista de Natascha Polké e os instrumentos, que funcionam como uma extensão do corpo, é tudo o que preciso para vibrar com música electrónica.
Fica o link para o concerto que a RTP2 transmitiu recentemente, bem como o da actuação do produtor alemão, ambos disponíveis na RTP Palco.


Michael Brecker, “too fast to live, too young to die”

O compositor de jazz norte-americano Michael Brecker [29 Março 1949 – 13 Janeiro 2007] é dos grandes do saxofone e simultaneamente integra a short list de herdeiros de John Coltrane.
Da discografia de Brecker, comprei o primeiro álbum em nome próprio – “Michael Brecker” -, lançado pela Impulse em 1987 e “Time Is of the Essence”, lançado em 1999 pela Verve.
“Pilgrimage” foi gravado no Verão de 2006 (com Pat Metheny, John Patitucci, Jack DeJohnette, Herbie Hancock e Brad Mehldau) e lançado postumamente no dia do meu aniversário em 2007, já depois de ele ascender ao Olimpo.
Ficam dois vídeos com diferentes protagonistas no piano: Pilgrimage, com Herbie Hancock e Five Months from Midnight com Brad Mehldau.



Marc Chagall, o poeta com asas de pintor

A definição de Henry Miller [1891-1980] adequa-se muito bem à expressão onírica do trabalho de Marc Chagall [1887-1985], que morreu no sul de França a 28 de Março, justamente há 40 anos.
Com cerca de 160 obras expostas, La Fundación Mapfre em Madrid dedicou-lhe em 2024 uma grande exposição intitulada ‘Chagall. Um grito de liberdade’, o que acrescentou um novo olhar à obra do artista de origem russa naturalizado francês, à luz de acontecimentos que testemunhou ao longo da primeira metade do século XX, desde duas guerras mundiais à discriminação devido às suas raízes judaicas.


“Solitude”, 1933 – Museu de Arte de Tel Aviv, doação do artista em 1953