Posts Tagged ‘ José de Ribera ’

‘Lágrimas de São Pedro’, de José de Ribera

Na passagem dos 430 anos sobre o nascimento de Jose de Ribera, dito Lo Spagnoletto [12 Jan 1591 – 2 Set 1652], espanhol de nascença mas que ainda muito jovem se mudou para Itália, onde se tornou um dos seguidores mais importantes e influentes do estilo de Caravaggio, tendo a sua arte sido fundamental para o desenvolvimento da pintura napolitana no século XVII.
Este trabalho inicial é mencionado pela primeira vez em 1644 na colecção do Cardeal Benedetto Monaldi Baldeschi em Roma. Em As Lágrimas de São Pedro -ca. 1612-13, São Pedro, com os olhos vermelhos de lágrimas e as mãos cruzadas em oração, é mostrado após a sua negação de Cristo. O derramamento de lágrimas de arrependimento era celebrado em poesia e música e era a chave para a prática devocional. Via.


‘Visión de san Francisco de Asís’, de José de Ribera

Tal día como hoy nacía san Francisco de Asís, santo que fundó la Orden Franciscana. En este cuadro, José de Ribera [1591-1652] muestra a san Francisco contemplando un ángel con un recipiente de cristal lleno de agua, alusiva a la pureza. La calavera y el flagelo sobre la piedra aluden a la penitencia y la humildad. Obra de madurez del artista, todavía se perciben ecos tenebristas. Via Museo Nacional del Prado.

‘La piedad’, de Jose de Ribera

De Jose de Ribera (Lo Spagnoletto) [12 Jan 1591 – 2 Set 1652] – La Piedad, 1633

José de Ribera – La Piedad, 1633
Museo Nacional Thyssen-Bornemisza, Madrid

Porque me beijou Perico, porque me beijou o traidor.

Este Vilancico pertence ao delicado livrinho ‘Jardim de Poesias Eróticas do Siglo de Oro’, com selecção, tradução, introdução e notas de José Bento, numa edição da Assírio e Alvim.
Quem tiver curiosidade de comparar com a tradução que aqui encontrei, facilmente constata a subjectividade que cada autor empresta à obra traduzida. Não será o caso, mas há textos que nem se deviam traduzir!

Porque me beijou Perico, 
porque me beijou o traidor. 

    Que estando, mãe, a dormir,
do que estou arrependida,
senti-o estar a subir
minha camisa florida;
mesmo de riso esvaída,
pensá-lo dá-me temor,
porque me beijou Perico, 
porque me beijou o traidor.

   E estando eu, como vos digo,
a dormir me surpreendeu;
tocou-me sob o umbigo,
tudo quanto Deus me deu.
Assim, como quereis que eu
possa por ele ter amor?
Porque me beijou Perico, 
porque me beijou o traidor. 

   Porque, com artes mesquinhas,
remexeu pouco a pouquito
suas pernas entre as minhas
até que me deu no fito:
é meu sofrer infinito,
já não pode ser maior,
porque me beijou Perico, 
porque me beijou o traidor. 

   Que, como se meneava,
mais se mostravam gostosos,
dois mil gozos que me dava
como açúcares saborosos.
Deu-me uns beijos tão sumosos
que jamais perco o sabor.
Porque me beijou Perico, 
porque me beijou o traidor.

“Susana y los viejos”, de José de Ribera

Para Ana Margarida 🙂

demonstração do resultado do exercício

Salmo XXVI – in “Heráclito Cristiano y Segunda Arpa a Imitación de David”, de Francisco de Quevedo y Villegas (1580-1645), seguido de tradução de José Bento in “Antologia da Poesia Espanhola das Origens ao Século XIX” | Gravura de José de Ribera: São Jerónimo e o Anjo, 1626

Después de tantos ratos mal gastados,
tantas obscuras noches mal dormidas;
después de tantas quejas repetidas,
tantos suspiros tristes derramados;

Después de tantos gustos mal logrados
y tantas Justas penas merecidas;
después de tantas lágrimas perdidas
y tantos pasos sin concierto dados,

Sólo se queda entre las manos mías
de un engaño tan vil conocimiento,
acompañado de esperanzas frías.

Y vengo a conocer que en el contento
del mundo, compra el Alma en tales días,
con gran trabajo, su arrepentimiento.

Depois de tantos dias esbanjados,
tantas escuras noites mal dormidas;
depois de tantas queixas repetidas,
tantos suspiros tristes derramados;

depois de tantos gozos malogrados
e tantas justas penas merecidas;
depois de tantas lágrimas perdidas,
de tantos passos sem acerto dados,

resta apenas em minhas mãos esguias
de um engano tão vil conhecimento,
acompanhado de esperanças frias.

E sei enfim que, no contentamento
do mundo, a alma compra nesses dias,
com grande esforço, seu arrependimento.

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