‘Small Rebus’, de Robert Rauschenberg
Robert Rauschenberg [October 22, 1925 – May 12, 2008] – ‘Small Rebus’, 1956
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Robert Rauschenberg [October 22, 1925 – May 12, 2008] – ‘Small Rebus’, 1956
No dia 21 de Março, início da Primavera, o pintor inglês David Hockney (n. Bradford, 1937) brindou os seus concidadãos, através do jornal The Art Newspaper, com a oferta de um ramo de junquilhos (alguns chamam-lhe narcisos) desenhado no iPad na sua casa na Normandia, com o título Do remember they can’t cancel the spring (“Lembrem-se de que não se pode cancelar a Primavera”). – Sérgio Andrade, Público de 18 Abril 2020
Arte Portuguesa do Século XX (1910-1960) é a segunda de três grandes exposições que, sucessivamente, assinalam as comemorações dos 100 Anos do MNAC – Museu do Chiado, proporcionando uma visão global do seu acervo. Este período que, corresponde aos primeiros 50 anos de existência do museu, constituiu um momento determinante na história da arte portuguesa.
Nas primeiras décadas, os ventos de liberdade da revolução republicana abrem caminho para a afirmação de frentes de vanguarda e para o dealbar da modernidade. A partir dos anos 30, o desenvolvimento dos modernismos por diferentes gerações de artistas opera-se no contexto adverso de um regime ditatorial que, ao longo de mais de 40 anos, se estabelece num crescendo de censuras, gerando por parte dos artistas diversas reacções e movimentos face às limitações sociais e culturais e à parca informação que penetrava do exterior.
O conjunto de obras que aqui se apresenta resultou das aquisições realizadas pelos dois directores do MNAC neste período, Adriano de Sousa Lopes (1929-44) e Diogo de Macedo (1944-59), bem como de posteriores aquisições, doações e depósitos que foram consolidando núcleos autorais e actualizando a colecção com trabalhos de artistas emergentes, dando corpo à designação de Museu Nacional de Arte Contemporânea. Ainda que, por diversas vicissitudes históricas, alguns artistas e movimentos estejam insuficientemente representados neste acervo, sendo o caso mais evidente Maria Helena Vieira da Silva, a exposição traça um panorama da época, dos seus criadores e das respectivas dinâmicas da arte portuguesa ao longo destas primeiras cinco décadas do século XX.
Adelaide Ginga, Curadora da Exposição.
Qualquer caminho leva a toda a parte
Qualquer caminho
Em qualquer ponto seu em dois se parte
E um leva a onde indica a estrada
Outro é sozinho.
Uma leva ao fim da mera estrada. Pára
Onde acabou.
Outra é a abstracta margem
……
No inútil desfilar de sensações
Chamado a vida.
No cambalear coerente de visões
Do […]
Ah! os caminhos estão todos em mim.
Qualquer distância ou direcção, ou fim
Pertence-me, sou eu. O resto é a parte
De mim que chamo o mundo exterior.
Mas o caminho Deus eis se biparte
Em o que eu sou e o alheio a mim
[…]
Fernando Pessoa
O projecto da Carris “Arte em Movimento” de apoio à arte contemporânea portuguesa, assenta na divulgação dos Ascensores e Elevador de Santa Justa, classificados desde 2002 como Monumentos Nacionais e estará em cena até 30 de Junho de 2010. A intervenção “A Viagem” no Ascensor do Lavra, cujo centenário se comemora em 2014, é de autoria de Vasco Araújo.
O trajecto do Ascensor do Lavra, assim como a zona onde está inserido, remete-nos para um tempo-outro. O percurso e a paisagem bucólica que desvenda perfaz uma viagem que expande a nossa noção de tempo; durabilidade e permanência são dois conceitos com que nos confrontamos ao longo deste trajecto. O seu percorrer ao longo de uma ladeira muito escarpada e por entre muros seculares (quase que ininterruptamente constituídos por paredes cegas) transfigura-se numa viagem introspectiva. E o movimento da paisagem que se sucede no exterior é propício ao desamarrar de considerações por aquele que está parado no seu interior. A ideia do viajar (e potenciada pela deslocação ascendente ou descendente) pode ser considerada como uma metáfora dessa grande viagem que é a Vida. As grandes questões filosóficas que nos acossam desde tempos primórdios são a base dos escritos clássicos. É a literatura e os temas Humanistas, que autores como Eurípedes, Aristófanes, Homero, Shakespeare, Cesare Pavese ou Samuel Beckett abordam, que Vasco Araújo tem vindo a invocar no seu trabalho. A intervenção para o Elevador do Lavra, que o artista intitulou de “A Viagem”, pede de empréstimo excertos da obra de Fernando Pessoa que entremeia com pensamentos de sua própria autoria. Uma reflexão sobre a viagem – a que está decorrer no momento, o trajecto prosaico de começar num ponto e chegar a outro – intercalada com pensamentos, questões e invocações sobre a nossa viagem maior. A obra de Vasco Araújo, a par das várias referências literárias, incorpora variados materiais e suportes e a melhor maneira de descrever o seu trabalho será numa lógica formal expandida. Uma história, uma conversa, um escrito, um dado biográfico, uma memória, uma ópera, o presenciar, o viajar, o conhecer, um desenho, uma escultura ou uma arquitectura são elementos que se entrecruzam e informam o grande mapa que no seu conjunto inteiram as propostas de Vasco Araújo. No caso concreto da intervenção no Ascensor do Lavra, o artista articula uma identificação, de facto, de uma vivência daquele lugar. Em consequência da sua partilha, propõe que a experiência daquela viagem seja a da fruição de um lugar de encontro. “Ah! Os caminhos estão todos em mim” é uma das frases (de Pessoa) que imprimiram relevo nas placas que ocuparam o seu lugar nos assentos do ascensor. São pensamentos para acompanhar os passageiros, os viajantes, a comunidade. E no processo de leitura das frases que se encontram entre os passageiros, o olhar entre as pessoas e um entendimento/conversa silenciosa por via daquilo que é convocado nas frases é desencadeado. Um espaço de emancipação, de promoção da identidade de cada um é processo que o artista acciona. Via.
"Queria que as pessoas que utilizam este meio de transporte, ao lerem as frases na subida e na descida, reflectissem de certa forma neste momento e fizessem um paralelo entre os altos e baixos da vida" - Vasco Araújo
Organizada pelo Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão (CAMJAP) e pelo Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e comissariada por Raquel Henriques da Silva, Anos 70 – Atravessar Fronteiras propõe duas áreas temáticas: a necessidade de intervir e experimentar; série e variação.
A exposição reúne um conjunto de obras oriundas da colecção do CAMJAP, mas também da Fundação de Serralves, do Museu do Chiado, do Museu Colecção Berardo, da Culturgest e de diversas colecções privadas. Traça-se assim um panorama da arte em Portugal, pontuando-a com momentos da arte internacional. Em complemento, realiza-se uma mostra expositiva de artistas nascidos nos anos 70 e apresenta-se alguma documentação.
Em Portugal, a dinâmica dos primeiros anos da década de 70 manifesta com clareza que a revolução estava já em marcha e que a mesma muito deve à criatividade provocatória e cívica dos artistas e outros agentes culturais. Dos cerca de 100 artistas presentes, há figuras tutelares há muito consagradas e jovens artistas em início de carreira.
O critério de selecção foi histórico, numa perspectiva de “obra aberta”: operou-se por áreas temáticas ou afinidades inesperadas, propondo aos visitantes que construam o seu próprio percurso. Foi ainda possível encomendar a alguns artistas obras que haviam deixado de existir – o caso de uma instalação de Alberto Carneiro ou do Portugal de José Aurélio -, ou a reconstrução e reapresentação de outras, como as instalações de Ana Vieira, Alberto Pimenta e Rui Orfão. Via.
Artur Rosa Homenagem a Josef Albers, 1972 XL/XXXIV Serigrafia a três cores sobre papel Papel: 56,2 x 56,3 cm
Século XX. Azulejaria de autor, modernista, moderna e contemporânea
Raphael Bordallo Pinheiro – Painel de azulejos relevados com gafanhotos, c. 1905,
Museu Nacional do Ajulejo
No meio de tanta artwork pós 11 de Setembro, não consigo evitar ver nesta obra com 55 anos uma espécie de antevisão do apocalipse em Nova Iorque, presumivelmente influenciada pelo clube dos copofonistas.
Biografia |
b. 1910, Wilkes-Barre, Pa.; d. 1962, New York CityFranz Kline was born May 23, 1910, in Wilkes-Barre, Pennsylvania. While enrolled at Boston University, he took art classes at the Boston Art Students League from 1931 to 1935. In 1935, Kline went to London and attended Heatherley’s Art School from 1936 to 1938. He settled permanently in New York in 1939. During the late 1930s and 1940s, Kline painted cityscapes and landscapes of the coal-mining district where he was raised as well as commissioned murals and portraits. Kline was fortunate to have the financial support and friendship of two patrons, Dr. Theodore J. Edlich, Jr., and I. David Orr, who commissioned numerous portraits and bought many other works from him. In this period, he received awards in several National Academy of Design Annuals.
In 1943, Kline met Willem de Kooning at Conrad Marca-Relli’s studio and within the next few years also met Jackson Pollock. Kline’s interest in Japanese art began at this time. His mature abstract style, developed in the late 1940s, is characterized by bold gestural strokes of fast-drying black and white enamel. His first solo exhibition was held at the Egan Gallery, New York, in 1950. Soon after, he was recognized as a major figure in the emerging Abstract Expressionist movement. Although Kline was best-known for his black-and-white paintings, he also worked extensively in color, from the mid-1950s to the end of his life. Kline spent a month in Europe in 1960, traveling mostly in Italy. In the decade before his death, he was included in major international exhibitions, including the 1956 and 1960 Venice Biennales and the 1957 São Paulo Bienal,and he won a number of important prizes. Kline died May 13, 1962, in New York. The Gallery of Modern Art, Washington, D.C., organized a memorial exhibition of his work that same year.
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