Archive for the ‘ Documentário ’ Category

In Memoriam Charlie Haden

Charlie Haden [6 Agosto 1937 – 11 Julho 2014] com Keith Jarrett [n.1945 – ]


‘Amazônia’, música para respirar

Após Welcome To The Other Side (Concert From Virtual Notre-Dame) no final de 2020, Jean-Michel Jarre gravou recententemente um trabalho para acompanhar a Exposição Amazônia, um projecto do fotógrafo e cineasta Sebastião Salgado que percorreu a Amazónia brasileira durante seis anos, reuniu mais de 200 fotos sobre a floresta, os rios, as montanhas, as pessoas.
No centro da exposição que vai passar pela Europa e pela América do Sul está um convite para ver, ouvir e pensar sobre o futuro da biodiversidade e o lugar do homem no mundo vivo. 

Serão no total 30 reportagens sobre 13 tribos, com muita fotografia aérea, porque assim é possível transmitir uma ideia da grande extensão da floresta e dos rios. O maior volume de água no Amazonas advém das evaporações, autênticas correntes aéreas de humidade que garantem a chuva em grande parte do planeta sob a forma de nuvens. Creio que esta série de fotografias do sistema montanhoso do Amazonas vai surpreender, pela impressão de estar nos Alpes, que é colossal. A última reportagem será sobre animais.Sebastião Salgado

indioamazonia
Quarenta e cinco anos depois de “Oxygène”, Jarre continua a fazer música para respirar,  inspirado pelo pulmão do planeta, de forma respeitosa e poética. A paisagem sonora da música de Jean-Michel Jarre, que fará os visitantes da exposição mergulharem no mundo da floresta, foi também gravada em áudio binaural, para uma experiência mais envolvente.

‘Ole, ole, Lola Flores’

Para celebrar o 25º aniversário da morte de Lola Flores [21 Janeiro 1923 – 16 Maio 1995], será transmitido hoje no canal La 2 da televisão espanhola um documentário sobre os lugares que marcaram a vida de ‘La Faraona’.
Com a participação das suas netas Elena Furiase e Alba Flores (a deliciosa Nairobi de La casa de papel), de Miguel Poveda e de Estrella Morente, filha do Grande Enrique Morente.

Visita Guiada – Palácio Palmela

Mandado edificar por um arquitecto, em finais do séc. XVIII, o edifício do Palácio Palmela começou por não ser um palácio, mas uma casa grande. No início do séc. XIX, o edifício foi comprado pelo conde da Póvoa, ampliado e transformado em palácio.
Em meados do séc. XIX, a terceira duquesa de Palmela, Maria Luísa de Sousa Holstein, neta do conde da Póvoa, promove uma campanha de obras no interior da sua residência, criando um dos mais sumptuosos palácios da Lisboa oitocentista.
Propriedade do Estado português desde 1977, o Palácio Palmela é, desde 1982, a sede da Procuradoria-Geral da República. Quem o visita pode ainda testemunhar grande parte das decorações que a escultora e benemérita Maria Luís de Sousa Holstein ali promoveu.
Uma visita guiada pelos historiadores Sandra Costa Saldanha e Pedro Urbano.


Being Dufay

No dia em que passam 545 anos da morte do franco-flamengo Guillaume Dufay [1397-1474], notável compositor renascentista, a homenagem através de um projecto inovador que combina a música vocal com a música electrónica e a imagem.
Being Dufay agrupa fragmentos vocais da música de Dufay pela voz do tenor John Potter (Hilliard Ensemble) com a textura musical do compositor Ambrose Field, acompanhados de projecções do realizador Michael Lynch.



“João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei”

“João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei”, realizado por Manuel Mozos, será exibido a 21 de Maio de 2019 na RTP2.

Uma homenagem ao cinema a pretexto da extraordinária vida de João Bénard da Costa [7 Fev 1935 – 21 Mai 2009], director da Cinemateca Portuguesa durante 18 anos mas também actor, cinéfilo, escritor inspirado e leitor criativo. Esta é uma biografia inusual que conta a vida do homem através dos seus amores, medos e contemplações, impressas na arte da pintura, do cinema e da literatura.
Da pintura barroca à literatura de Borges, o amado diário de um homem universal.
João Bénard da Costa, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, foi um dos fundadores da revista “O Tempo e o Modo”. Dirigiu o Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e presidiu à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal. Dedicou-se à crítica e ao ensaio, tendo participado como actor em vários filmes, grande parte dos quais de Manoel de Oliveira (vídeos I e II).
Pelo trabalho à frente da Cinemateca Portuguesa, de que era director desde 1991, foi condecorado com a medalha de mérito cultural. Via RTP2

Genesis em Cascais, 1975

Quarenta anos passados e ainda me penitencio por ter falhado o encontro geracional que marcaria a história dos concertos em Portugal, mas um rapaz que ainda não tem barba pensa noutras coisas. Retenho apenas o prémio de consolação, que foi ver Peter Gabriel cinco anos depois.

Evocação de Mário Cesariny [9 Agosto 1923 – 26 Novembro 2006]

Para prestar homenagem ao poeta, autor dramático, ficcionista, crítico, ensaísta, artista plástico e expoente do surrealismo português, deixo aqui um excerto do filme Autografia – Mário Cesariny que o realizador Miguel Gonçalves Mendes apresentou em 2004 no doclisboa, e um poema que Manuel António Pina [18 Novembro 1943 – 19 Outubro 2012] lhe dedicou.

Hoje soube-se uma coisa extraordinária,
que morreste. Talvez já to tenham dito,
embora o caso verdadeiramente não
te diga respeito, e seja assunto nossos, vivo.
Algo, de facto, deve ter acontecido
porque nada acontece, a não ser o costume,
amor e estrume; quanto ao resto
tudo prossegue de acordo com o Plano.
Há apenas agora um buraco aqui,
não sei onde, uma espécie de
falta de alguma coisa insolente e amável,
de qualquer modo, aliás, altamente improvável.
Depois, de gato para baixo, mortos
(lembrei-me disto de repente
agora que voltaste malevolamente a ti)
estamos todos. A gente vê-se um dia destes por Aí.
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