Construída em 1911, a antiga residência familiar e oficina do pintor valenciano Joaquín Sorolla y Bastida [27 Fevereiro 1863 – 10 Agosto 1923] foi adaptada para casa-museu, com o cuidado de preservar os espaços e ambientes originais. Ao longo do ano de 2025, o Museu Sorolla será alvo de um projeto de expansão-reabilitação, desenhado pelo Atelier Nieto y Sobejano Arquitectos.
Enquanto decorrem as obras, algumas dezenas de trabalhos integram a Exposição “Sorolla, cien años de modernidad”, que pode ser visitada até 20 de Abril na Galeria das Colecções Reais, também em Madrid.
Ficam algumas fotos da visita ao Museu em Abril de 2024.
Marc-Antoine Charpentier [1643-1704], que morreu neste dia 24 de Fevereiro em Paris, está entre os compositores mais importantes do período barroco francês, tal como os contemporâneos Jean-Baptiste de Lully [1632-1687], François Couperin [1668-1733] ou Jean-Philippe Rameau [1683-1764]. A música de Charpentier mistura os estilos francês e italiano; este último sob influência, entre outros compositores, de Giacomo Carissimi. Em França, trabalhou para o rei Luís XIV e para os jesuítas em Paris, notabilizando-se pelas composições de música sacra, que rivalizavam com as de Lully.
«J’étais musicien, considéré comme bon parmi les bons, ignare parmi les ignares. Et comme le nombre de ceux qui me méprisaient était beaucoup plus grand que le nombre de ceux qui me louaient, la musique me fut de peu d’honneur mais de grande charge… […] guéris, purifie, sanctifie les oreilles de ces hommes pour qu’ils puissent entendre le concert sacré des anges ! »
Texto de Charpentier, extraído do seu Epitaphium Carpentarij H.474 – cantata escrita em 1687 para 6 vozes e baixo contínuo.
O título desta obra, em forma de tombeau, sugere uma homenagem sentida a um colega compositor, mas o texto em latim identifica na composição dois amigos, três anjos e o fantasma do próprio Charpentier, tornando-a no seu próprio epitáfio. Gravada em 2006 pelo conjunto Il Seminario Musicale, dirigido pelo contratenor Gérard Lesne, conta com os seguintes solistas:
Quid audio, quid murmur / Amici viatores nolite timere / O aeternitas quam longa, o vita quam brevis / Musicus eram inter bonos / Dic nobis, umbra chara / Ah, socii! qui carissimi nomen habebat / Cantique des anges: Profitentes unitatem, veneremur trinitatem / O suave melos!
A narrativa, a partir das “Metamorfoses” de Ovídio, evoca o destino do jovem caçador Actéon quando encontra a figura nua da deusa Diana acompanhada pelas suas ninfas, desfrutando de um banho num riacho na floresta. Num ímpeto, Diana espirra água sobre o imprudente caçador, transformando-o num cervo. Bem feito!
«Também o nosso corpo se transforma constantemente, sem pausa alguma, nem seremos amanhã o que fomos antes, ou o que somos.»
Em dia de aniversário do virtuoso Andrés Segovia [21 Fev 1893 – 2 Jun 1983], regresso a John Dowland para dedilhar virtualmente a canção If my complaints could passions move, originalmente escrita para alaúde, e a transcrição de Segovia para o violão clássico.
John Dowland [1563-1626], compositor e alaudista inglês de quem no próximo ano se comemoram os 400 anos da morte, publicou em 1597 em Londres o seu Primeiro Livro de Canções ou Ayres, um cancioneiro com 21 peças para alaúde. Este género musical, que floresceu em Inglaterra entre o final do século XVI e o início do século XVII, teve na poesia de Thomas Campion [1567-1620] e no alaúde de John Dowland os mais expressivos representantes.
O grupo britânico de música antiga Consort of Musicke, fundado em 1969 pelo alaudista Anthony Rooley, gravou em 1976 para a L’Oiseau-Lyre o álbum duplo Dowland: First Booke of Songes, do qual fica a canção melancólica Come Again: Sweet Love Doth Now Invite, interpretada pelo tenor Martyn Hill, pelo viola baixo Trevor Jones e por Anthony Rooley no alaúde.
De Johann Georg Künstel [ca. 1645 – 1695], organista e compositor do período barroco alemão, a sua Paixão Segundo São Marcos, composta entre 1691 e 1694 em Coburg na Baviera, onde morreu neste dia 20 de Fevereiro, há 330 anos.
Com Gabriele Münter [19 Fevereiro 1877 – 19 Maio 1962], discípula e companheira de Wassily Kandinsky [1866-1944], o Museu Nacional Thyssen-Bornemisza continua a resgatar do esquecimento grandes artistas femininas do século XX, dedicando uma Exposição a esta figura central do expressionismo alemão, com mais de cem obras entre pintura, desenho, gravura e fotografia.
Da retrospectiva, que terminou na passada semana, fica a obra “As Escolas”, realizada no Verão de 1908 na cidade de Murnau, Baviera, período em que Münter se distanciou do estilo pós-impressionista e encontrou a sua própria linguagem.
Do álbum de estúdio ‘In a Silent Way’ de Miles Davis, gravado numa única sessão nos estúdios da CBS em 18 Fevereiro 1969, a composição Shh / Peaceful, escrita por Miles, preenche o lado A do disco. A fusão resultante da introdução de instrumentos elétricos foi a antecâmara de Bitches Brew (1970).
Miles Davis (tpt); Wayne Shorter (ss); John McLaughlin (el-g); Herbie Hancock (el-p); Chick Corea (el-p); Joe Zawinul (org); Dave Holland (b); Tony Williams (d)
Na passagem de mais um aniversário do nascimento de Arcangelo Corelli [1653–1713], compositor e violinista do barroco italiano cujo contributo para o desenvolvimento da música instrumental foi fundamental, em particular a sonata a três e o concerto grosso, a Sonata “La Follia”, Opus 5, em sol menor, n.º 12. O estilo introduzido por Corelli, disseminado na Europa por músicos que com ele contactaram, como Georg Muffat, Francesco Gasparini e Francesco Geminiani, foi de enorme importância para a consolidação da linguagem orquestral e do violino no início do século XVIII em toda a Europa.
A propósito da efeméride, o Musica Aeterna dedicou ontem a primeira de duas emissões à admiração mútua entre Francesco Geminiani e Arcangelo Corelli.
Na passagem do ducentésimo octogésimo quarto aniversário sobre a morte de Johann Joseph Fux [ca. 1660 – 1741], compositor e teórico musical austríaco do barroco tardio que exerceu o cargo de Kapellmeister na Catedral de Santo Estêvão em Viena, o solene Kaiserrequiem K 51–53 em Dó menor para cinco vozes, originalmente escrito em 1720 para o funeral de Eleonora Magdalena, viúva do Sacro Imperador Romano-Germânico Leopoldo II, foi posteriormente executado em outras cerimónias fúnebres da Côrte. Composto pelo Introitus, Kyrie, a sequência Dies irae, o ofertório Domine Jesu Christe, Sanctus,Benedictus, Agnus Dei e a comunhão Lux aeterna, integra o álbum Johann Joseph Fux, Johann Caspar Kerll: Requiems | ℗ Outhere, 2016.
Tem como intérpretes os Ensembles L’Achéron e Vox Luminis, com direcção de Lionel Meunier.
Jos d'Almeida é um compositor de música electrónica épico sinfónica, podendo este género ser também designado como Electrónico Progressivo. Na construção de um som celestial, resultante da fusão de várias correntes musicais, JOS utiliza os sintetizadores desde o início dos anos 80.
Chuck van Zyl
Chuck van Zyl has been at his own unique style of electronic music since 1983. His musical sensibilities evoke a sense of discovery, with each endeavor marking a new frontier of sound.