Tainted Love

Pablo Picasso - Nesso e Dejanira, 1920

Héracles, que havia morto o Rei Eurytus e saqueado a cidade de Oechalia com  intenção de levar a sua bela filha Iole como noiva, encarregou Filoctetes (então amante de Iole) de comunicar à Princesa a sua decisão de a desposar. Sabendo da relação entre Iole e Filoctetes, Hércules impõe o casamento como forma de poupar a vida ao desgraçado amante. Dejanira decide então ajudar Iole, oferecendo-lhe a túnica ensanguentada do centauro Nesso, trespassado por uma seta envenenadade de Héracles ao tentar violar Dejanira; Agonizante, Nesso dissera a Dejanira que a túnica com o seu sangue tinha poderes mágicos e que se Héracles a usasse,ser-lhe-ia novamente fiel. Porém, a túnica estava impregnada de um terrível veneno e, no dia do casamento, quando Iole oferece a túnica a Héracles, este, ao vesti-la, percebe que o veneno se infiltra no corpo. Desesperado, Héracles lança-se às chamas e sobe ao Monte Olimpo, onde se juntou a Zeus.

Pablo Picasso - Nesso e Dejanira, 1920

Thomas Adès – The Tempest

The Tempest é uma uma ópera em três actos, de Thomas Adès; Com libretto de Meredith Oakes, numa adaptação da peça de Shakespeare, teve a sua estreia mundial no Royal Opera House-Covent Garden-Londres, em 2004, onde voltaria a ser representada, depois de ter marinado durante três anos. 🙂
Foi então registada para a EMI, que agora a disponibiliza.

“In the three years since its premiere, Thomas Adès and Meredith Oakes’s haunting re-imagining of Shakespeare’s The Tempest has marinated in the mind. It now has the bearing of a modern classic. With a second, or in my case, third visit, you really start to appreciate the ingenious way in which Oakes alludes to Shakespeare without necessarily quoting him. Then there is Adès’s instinctive feeling for the pulse of the drama, his unerring sense of the magic that may provide the key to ‘a brave new world’ where the sins of the parents might not be revisited on the children.”
Edward Seckerson, The Independent

Hélène Grimaud

Nascida em Aix-en-Provence, Hélène Grimaud iniciou os seus estudos musicais no Conservatório da sua cidade natal, prosseguindo-os depois em Marselha, com Pierre Barbizet. Aos doze anos de idade foi admitida no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, onde estudou com Jacques Rouvier, Gyorgy Sandor e Leon Fleischer.

O ano de 1987 foi decisivo na carreira de Hélène Grimaud após a sua apresentação no MIDEM em Cannes. A sua actuação neste evento levou Daniel Barenboim a recomendá-la para tocar com a Orquestra de Paris, seguindo-se uma série de concertos, incluindo a sua estreia no Festival de Piano de La Roque d’Anthéron e um recital em Tóquio.

Desde então, Hélène Grimaud apresenta-se regularmente nos principais centros musicais internacionais com importantes orquestras, incluindo a Filarmónica de Berlim, a Philharmonia Orchestra, a Orquestra do Tonhalle de Zurique, a Filarmónica de São Petersburgo e a Sinfónica da NHK. Actua também regularmente com as principais orquestras dos Estados Unidos da América, incluindo as Filarmónicas de Los Angeles e Nova Iorque, a Orquestra de Filadélfia e as Sinfónicas de São Francisco e Boston. Desde o início da sua carreira, colabora com maestros de craveira internacional.

Em 2002, Hélène Grimaud assinou um contrato de exclusividade com a Deutsche Grammophon, tendo sido lançado recentemente o CD “Reflection” , que inclui obras de Brahms e de Robert e Clara Schumann. As suas anteriores gravações para a DG incluem o disco “Credo” (obras orquestrais e a solo de Beethoven e Pärt), um recital Chopin / Rachmaninov e o Concerto para Piano Nº. 3 de Bartók, com a Orquestra Sinfónica de Londres e o maestro Pierre Boulez. Realizou a sua primeira gravação aos quinze anos de idade, incluindo o seu catálogo anterior obras de Liszt, Ravel, R. Strauss, Rachmaninov, e Gershwin.

Hélène Grimaud recebeu numerosos prémios, tendo sido também reconhecida no seu país, onde foi distinguida com o grau de Oficial da Ordem das Artes e das Letras do Ministério da Cultura de França, em 2002. Mais recentemente, recebeu o prémio“Victoire d’honnuer” nos Victoires de La Musique de 2004.

Hélène Grimaud é autora de dois livros, Variations SauvagesLeçons Particulières, ambos publicados pelas Editions Robert Laffont. Variations Sauvages foi já traduzido para várias línguas. Ambos os livros obtiveram sucesso em França, figurando nas listas dos mais vendidos.

Em 1999, Hélène Grimaud fundou o Wolf  Conservation Center, uma causa que continua a defender. Mais recentemente deu o seu apoio a várias organizações de solidariedade e defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, a International Camp Villa Sans Souci e o Worldwide Fund. Via.

Solstício de Verão

Com um pedido de desculpas pelo atraso, agradeço reconhecido aos amigos Andrade (Andradarte) e Black Angel (Pleasuredome II) a gentileza das respectivas citações.  🙂

Hoje celebra-se mais um Solstício de Verão num local sagrado, A Pedra do Sol, um antigo altar de pedra localizado numa zona castreja em Chãs, concelho de Foz Côa. As sacerdotisas pagãs entoam cânticos, enquanto os sacerdotes druidas, de túnicas brancas, transportam aos ombros  o cordeiro para o ritual das oferendas, em louvor às Forças da Natureza.

A Pedra do Solstício, que se supõe ter sido local de culto e posto de observação astronómico, em tempos recuados, tem a forma arredondada. Fica a curta distância de outro templo solar, o Santuário da Pedra da Cabeleira, onde são celebrados os Equinócios. Ergue-se na vertente de uma vasta depressão rochosa, sobranceira a um fértil vale que desemboca na Ribeira dos Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade. Via.

Ainda sobre Foz-Côa, recomendo a leitura desta posta de António Martinho Baptista, um alerta sobre os perigos que espreitam o Museu do Côa.

Pedra do Sol - foto de Pedro Soares

psycho-sexual suburban dramas

Eric Fischl - Bad Boy, 1981

Na tela “Bad Boy, 1981”, um jovem rapaz lança um olhar a uma mulher nua de pernas abertas, talvez a sua mãe, enquanto lhe rouba a carteira, símbolo da sua vagina. A atmosfera sensual criada pelas tiras de luz que entram pela janela acrecentam uma dimensão sexual. Trata-se de um quadro muito complexo, ambíguo e pleno de simbolismo erótico, evocando conflitos epidianos, segredos e tabus. Um voyeurismo e envolvimento no drama torna-se inevitável para o observador, devido à identificação da nossa perspectiva com a do rapaz. Fischl tornou-se famoso no início dos anos 80, em Nova Iorque, no contexto do revivalismo da pintura e do emergir do movimento neofigurativo. As pinceladas ilustrativas e descontraidas e o estilo informal dos seus grandes quadros figurativos escondem um conteúdo psico-sexual carregado. Abordando as formas cde vida das classes abastadas dos subúrbios, Fischl expôe um mundo de ansiedades, inseguranças e desejos reprimidos que faz por baixo de uma aparência de conforto. Eric Fischl nasceu em Nova Iorque em 1948. Via.

E porque hoje é quinta…

Vou improvisar com um copo-de-um-qualquer-extrato-de-cereal para o sítio do costume, enquanto o jazz toma forma, com: Jorge Moniz na bateria, Mário Delgado na guitarra, Júlio Resende ao Piano e João Custódio no contrabaixo. Passado e Futuro.

jazz-as-quintas-ccb-2009

Após alguns anos como sideman, o baterista Jorge Moniz achou chegada a altura de formar o seu próprio quarteto com alguns músicos portugueses com quem mais se identifica, Júlio Resende no piano, Mário Delgado na guitarra e João Custódio no contrabaixo. Este quarteto apresentará as suas composições escritas nos últimos anos, a que se juntarão algumas de Júlio Resende e Mário Delgado. Estas, seguem na sua maioria uma linha de difícil catalogação que cruza as influências do jazz com músicas de cariz tradicional, portuguesa e do Norte de África. Esta “etnicidade” é resultante de ritmos não convencionais na música ocidental e de melodias de sonoridade próxima da musica árabe, enriquecida, por sua vez,  pela electrónica das guitarras e do vigor da secção rítmica. O som da banda importa também traços da música contemporânea ocidental, onde se vislumbram compositores como Bartók ou Stravinski. A conjugação destes vários elementos resulta numa música de forte identidade.

Exposição: Encompassing the Globe – Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII

Em busca de cristãos e especiarias, os portugueses, pioneiros da globalização nos séculos XVI e XVII, trouxeram o mundo à Europa. De 15 de Julho a 11 de Outubro de 2009, o Museu Nacional de Arte Antiga traz a Lisboa objectos raros, que mostram o diálogo entre culturas de povos distantes.

A Exposição Encompassing The Globe – Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII será, seguramente, a par das exposições A Evolução de Darwin e Estrelas de Papel: Livros de Astronomia dos Séculos XIV a XVIII (até 31 de Julho, na Biblioteca Nacional), uma das grandes Exposições do ano, em Portugal.
Coloquei toda a informação disponível no site do MNAA nesta página, com imagens absolutamente extraordinárias!

La Madeleine á la Veilleuse, de Georges de La Tour

Através do programa “A Obra Convidada”, o Museu do Prado inaugura um novo modelo de exposição que pretende trazer aos visitantes obras notáveis de outros museus, com o duplo objectivo de enriquecer a visita e estabelecer um termo de comparação que permita reflectir sobre as obras residentes do Prado.

A obra eleita para inaugurar o programa (até 21 de Junho), La Madeleine á la Veilleuse de Georges de La Tour (1593-1652), representa La Madeleine, símbolo da redenção através do arrependimento, num cenário nocturno, iluminado por uma vela que cria violentos contrastes nos seus instrumentos de meditação – os livros sagrados, a cruz e a caveira, símbolo da morte -, objectos que constituem uma das mais belas naturezas mortas do autor. La Tour representa La Madeleine com um aspecto delicado, longe dos seus camponeses rústicos, soldados ou músicos de rua, todos de aspecto plebeu e alheios à simplicidade espiritual desta pintura.

Ainda que tendo em comum as preocupações com a luz, La Tour explorava o chiaroscuro da luz artificial, enquanto Vermeer procurava trazer a luz natural para dentro das suas obras (aqui, aqui e aqui).

Georges de La Tour - La Madeleine á la Veilleuse, 1640-45. Museu do Louvre, Paris

Index Librorvm Prohibithorvm

Instituída em 1559 pelo Concílio Ecuménico da Igreja Católica reunido em Trento, a lista de livros e autores proibidos visava todos os documentos heréticos que, pela sua natureza, questionassem a doutrina católica. Em plena Contra-Reforma, este foi um dos instrumentos utilizados para reafirmar a autoridade espiritual da Igreja Católica, face à crescente influência das ideias de Lutero. Este Manual de Boas Práticas teve mais de quatro dezenas de actualizações ao longo de quatro séculos, até ter sido abolido em 14 de Junho de 1966, pelo Papa Paulo VI.
Mas nem só vultos como Galileu, Copérnico, Maquiavel, Espinosa, Locke, Descartes, Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Flaubert, entre tantos outros, viram obras suas banidas ou foram convidados a reflectir sobre os seus escritos; Já Michelangelo, por volta de 1515, houvera sido questionado pelo Papa Julius II, sobre se “A Última Ceia” não teria demasiados apóstolos!

Index Librorum Prohibitorum

Imagens para a Humanidade

Sendo uma evolução da versão Beta do Fotonauts, a Fotopedia é a primeira enciclopédia para partilha de imagem digital. A comunidade está organizada por categorias, os álbuns são organizados por países e apresentados sob a forma de slideshow, podem ser documentados com ligações externas como a Wikipedia. Qualquer pessoa, seja fotógrafo profissional, simples entusiata ou blogger, pode votar em imagens relevantes para a enciclopédia, incorporar  widgets em blogs, seguir pessoas ou álbuns no Twitter, enviar convites, etc.
Tem imagens fabulosas e está exemplarmente organizada! 🙂