Archive for the ‘ Música ’ Category

‘Adiós Nonino’, por Inês Vaz

Justamente elogiada por Brad Mehldau pela interpretação do tema “Glam Perfume”, a virtuosa acordeonista Inês Vaz lançou no passado mês de Maio o seu segundo álbum, Pétala, uma proposta de fusão entre música e literatura.


Esta é a peça que fecha o disco, como uma despedida. Um arranjo que me deu um gozo enorme construir… quase uma “manta de retalhos” de dois dos arranjos para orquestra que mais me fascinam. – Inês Vaz

Sons e cores da África do Sul

Levado pela curiosidade que me despertou a análise do Guardian ao último álbum do músico e multi-instrumentista Malcolm Jiyane, cujas paisagens sonoras reflectem os sentimentos de pobreza no Soweto,  arredores de Joanesburgo, deixo o tema Global Warning do álbum True Story, ponto de partida para explorar a nova cena jazzística sul-africana.


‘Gemmulae Evangeliorum’, de Melchior Franck (II)

Na passagem do trecentésimo octogésimo quinto aniversário sobre a morte de  Melchior Franck [Zittau, ca. 1579 – Coburg, 1 Junho 1639], compositor protestante alemão activo durante a transição do Renascimento para o Barroco, que exerceu desde 1603 até ao fim da vida o cargo de Kapellmeister da corte de Coburg. No início da sua formação foi aluno de Hans Leo Hassler.

O trabalho de Franck inclui música sacra em alemão e latim, motetos, salmos e música sacra, como os conhecidos Gemmulae Evangeliorum em quatro partes (também publicados como Provérbios do Evangelho em 1623).

Em 2020, o Ensemble Vocal  Cantus Thuringia, dirigido pelo contratenor Christoph Dittmar reuniu em disco perto de duas dezenas de canções sagradas e motetos no álbum Melchior Franck: Geistliche Gesäng und Melodeyen.


Geistliche Gesäng und Melodeyen: No. 1, Steh auf, meine Freundin
Cantus Thuringia · Capella Thuringia · Lachrimae Consort Weimar

‘Fantasia nº 2’ de Froberger, por Gustav Leonhardt

Na passagem do nonagésimo sexto aniversário sobre o nascimento do Mestre  Gustav Leonhardt [1928-2012], fica a Fantasia nº 2  para cravo do compositor, organista e cravista do barroco alemão Johann Jakob Froberger [1616-1667].


Esta composição é a ultima do cd Gustav Leonhardt plays Froberger, lançado pela  Artemisia em Fevereiro de 2024.

50 anos de ‘Hard Talk’, de Mal Waldron

Gravado ao vivo no dia 4 de Maio de 1974 no Festival  East-West ‘ em Nuremberga, Alemanha, o álbum Hard Talk do pianista e compositor Mal Waldron [1925-2002] contou com a participação de Manfred Schoof  na corneta, Steve Lacy no saxofone soprano,  Isla Eckinger  no contrabaixo e  Allen Blairman na bateria.
Fica o tema que preenche o lado B  do álbum, editado pela Enja Records.


‘Abril a Quatro Mãos’

Grândola Vila Morena · Mário Laginha · Bernardo Sassetti · José Afonso
Álbum: Abril a Quatro Mãos (Grandolas), 2020


‘A London Bridge’, de Milt Jackson

Para gravar  ‘A London Bridge’ ao vivo no mítico clube londrino Ronnie Scott’s  nas noites de 23 e 24 de Abril de 1982,  Milt Jackson [1923 – 1999], excepcional vibrafonista e membro fundador do Modern Jazz Quartet, reuniu um quarteto  que integrava Monty Alexander no piano, Ray Brown no baixo e Mickey Roker na bateria.
Do álbum, que seria lançado apenas em 1988, fica o tema de abertura “Impressions”, escrito por John Coltrane.


‘Deuxième leçon du Vendredi Saint’, de Joseph Hector Fiocco

De Joseph-Hector Fiocco [1703 – 1741], compositor do barroco tardio nascido em Bruxelas numa família de músicos de origem italiana, activo como Mestre do Coro na Catedral de Antuérpia entre 1731 e 1737, período em que escreveu as  Lamentações da Semana Santa, fica o excerto Beth – Filii Sion incliti da 2ª Lição para a Sexta Feira Santa para soprano, violoncelo obbligato e baixo contínuo, dividida em seis partes,pelo Ensemble Bonne Corde .


Álbum: Fiocco: Lamentationes Hebdomadæ Sanctæ – Outhere, 2022
Ensemble Bonne Corde · Diana Vinagre, violoncelo barroco & direcção artística
Ana Vieira Leite, soprano · Hugo Oliveira, barítono · Caroline Kang, violoncelo barroco
Marta Vicente, contrabaixo · Fernando Miguel Jalôto, órgão

 

‘Tudo Isto É Jazz!’, no centenário de Luís Villas-Boas

“Tudo Isto é Jazz!” é o primeiro musical português dedicado ao jazz. Um espectáculo que celebra um duplo centenário: o nascimento de Luís Villas-Boas [26 Mar 1924 – 10 Mar 1999], considerado o “pai” do jazz em Portugal, e o primeiro concerto de jazz efectuado no país por um grupo estrangeiro, ocorrido em 1924 no Teatro da Trindade, em Lisboa.


tudo-isto-eh-jazz


Numa inédita combinação de teatro e música, que promete surpreender e encantar, conta-se a história do jazz, o seu início e progressão em Portugal. Sobem ao palco o ator João Lagarto, a Orquestra do Hot Clube de Portugal, dirigida por Pedro Moreira, e diversos convidados, incluindo as cantoras Maria João, Rita Maria e Sofia Hoffmann, e os músicos Ricardo Toscano, Laurent Filipe, Rão Kyao, Zé Eduardo, Jorge Costa Pinto, António José de Barros Veloso e Gonçalo Sousa, representando três gerações de músicos de jazz portugueses. “Tudo Isto é Jazz!” narra a progressão estética do jazz ao longo do século XX. A Orquestra do Hot Clube desdobra-se em diversos grupos, de duos a nonetos, ilustrando os sucessivos estilos jazzísticos que se foram desenvolvendo, desde o ragtime de Scott Joplin e o swing das grandes orquestras de Benny Goodman e Duke Ellington até ao bebop de Charlie Parker, a bossa nova e o jazz-rock, mas também a produção artística dos primeiros músicos portugueses que se profissionalizaram no jazz.

O espectáculo, realizado no Centro Cultural de Belém a 9 de Fevereiro último, está disponível na RTP Palco. Mais logo, por volta das 23h00, a RTP2 exibe o documentário Luiz Villas-Boas: A Última Viagem.

Teatralmente, João Lagarto dá a conhecer o percurso e o legado de Villas-Boas, figura carismática e polémica que encarna em palco, passando pela sua paixão pelo jazz, a fundação do Hot Clube e do Cascais Jazz, e as muitas histórias caricatas que viveu ao longo de mais de cinquenta anos de dedicação a este género musical. E no ano em que se celebra os 50 anos do 25 de Abril, merecem especial destaque as chamadas jazzofobias, protagonizadas nas décadas de 1920 a 1940 por figuras como Ferreira de Castro, Mário Gonçalves Viana e António Alves Martins, convidando à reflexão sobre um período e regime político em que a dignidade humana não abrangia todos por igual.Espetáculo concebido por João Moreira dos Santos, com encenação de Carlos Antunes, guião dramatúrgico de Fernando Villas-Boas e cenografia e caracterização de Blue. Via.

‘Céphale et Procris’, de Élisabeth Jacquet de La Guerre

A tragédia lírica em prólogo e cinco actos Céphale et Procris, da compositora francesa Élisabeth Jacquet de la Guerre  [1665 –  1729], com libreto de Joseph-François Duché de Vancy, baseado no mito relatado nas Metamorfoses de Ovídio, foi apresentada pela primeira vez em público no dia do 29º aniversário da compositora, em 17 de Março de 1694 no Théâtre du Palais-Royal.


Reinoud Van Mechelen · A Nocte Temporis · Chœur de Chambre de Namur
Álbum: Elisabeth Jacquet de la Guerre: Céphale et Procris (2024)
Céphale et Procris, Prologue: Ouverture