Posts Tagged ‘ Johann Sebastian Bach ’

Há sempre alguma emoção na descoberta…

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
The Complete Sonatas for Violin and Obbligato Harpsichord
Rachel Podger (violin), Jonathan Manson (viola da gamba) and Trevor Pinnock (harpsichord)

BWV 1019  0:00:01 | BWV 1014  0:17:07 | BWV 1015  0:30:20 | BWV 1016  0:44:00 | BWV 1023  0:59:59
BWV 1021  1:11:20  | BWV 1017  1:20:13 | BWV 1018  1:36:56 | BWV1019a 1:54:38

 

Cristiano Holtz spielt Bach

Apresentação do novo CD de Cristiano Holtz ”Rare Works for Harpschord” – Johann Sebastian Bach (1685-1750)
10 de Abril 2012 – Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
Cravo M. Kramer, Rosengarten, a partir de um original G. Silbermann, Saxónia de c. 1740
Gravação efetuada nos dias 21, 22 e 23 de Setembro de 2011, na Igreja do Cemitério dos Ingleses, em Lisboa
Edição HERA 2125

Bach transcendente

Por Cristina Fernandes, in Ípsilon – 16-Novembro-2011

Uma superlativa interpretação de Philippe Herreweghe e do Collegium Vocale Gent

Nas duas últimas décadas Philippe Herreweghe tem sido responsável por algumas das mais belas gravações das Cantatas de Bach. Ao contrário de outros maestros que se lançaram na ambiciosa aventura da integral (como é o caso de Ton Koopman, John Eliot Gardiner ou Masaaki Suzuki), Herreweghe tem optado antes por uma selecção criteriosa de cantatas, unidas por vínculos temáticos diversos, sem a preocupação de ser exaustivo.
Este último volume, intitulado “Jesu, deine Passion“, constitui uma espécie de coroa de glória desse percurso, já que é excepcional a todos os níveis. Toda a música que Bach escreveu é de qualidade superior, mas as quatro Cantatas agora registadas (BWV 22, 23, 127 e 159) representam pontos culminantes do génio do compositor pela sua exaltante inspiração e pela densidade da própria construção musical.
As Cantatas BWV 22 e 23, destinadas ao primeiro domingo antes da Quaresma, funcionaram como “peças de concurso”, quando Bach se candidatou ao lugar de Kantor da Igreja de São Tomé em Leipzig, pelo que é natural que o compositor se tenha esmerado na sua concepção. As BWV 127 e 159 foram escritas para o mesmo serviço litúrgico nos anos seguintes.
A interpretação de Herreweghe e dos seus músicos é primorosa, tanto nos planos técnico e estilístico, como no modo em que combina emoção e espiritualidade. As intervenções do coro revelam uma luminosa transparência, os solistas – a soprano Dorothee Mields, o contralto Matthew White, o tenor Jan Kobow e o baixo Peter Kooy – cantam com enorme convição e um sentido retórico apurado da relação texto-música e os instrumentistas são exemplares, com destaque para os belíssimos solos de oboé (com o grande Marcel Ponseele), que dialogam com as vozes em múltiplas árias. Também as flautas de bisel têm intervenções eloquentes (por exemplo, na ária “Die Seele ruht”, cantada com delicada sensibilidade por Dorothee Mields) ou os trompetes no recitativo “Wenn einstens die Posaunen Schallen”, verdadeira cena dramática evocadora do Juízo Final. A Cantata BWV 159 recorda o universo da “Paixão segundo São Mateus”, destacando-se a poderosa ária de baixo “Es ist vollbracht” e a ária de contralto “Ich folge di nach”, que se desenrola em contraponto com o soprano que entoa a estrofe do conhecido coral “Ich will hier bei dir stehen”.

Os 260 anos da morte de Johann Sebastian Bach

Do Musica Aeterna de passado sábado, dedicado a assinalar a passagem do ducentésimo sexagésimo aniversário da morte do genial compositor seis e setecentista, está disponível o podcast

Ton Koopman and Jordi Savall

Tribute to Sir John Eliot Gardiner

Sir John Eliot Gardiners Bach pilgrimage – A 60-minute film of Gardiners Millennium Bach pilgrimage tour with excerpts from many other Cantatas, recorded in Weimar, Leipzig, Hamburg, Eisenach, Arnstadt, Blythburgh, Kirkwall, Iona, St Davids, Cologne & New York completes an exceptional title and documents Gardiners remarkable dedication to the music of J. S. Bach.

The Monteverdi Choir was founded in 1964 by Sir John Eliot Gardiner for a performance of the Monteverdi Vespers (1610) in King’s College Chapel, Cambridge. A specialist Baroque ensemble, the Choir has become famous for its stylistic conviction and extensive repertoire, encompassing music from the early Baroque period to Classical music of the 20th century. They often appear with John Eliot Gardiner’s orchestras, the English Baroque Soloists and Orchestre Révolutionnaire et Romantique.

The English Baroque Soloists was formed in 1978 by Sir John Eliot Gardiner and has since established itself as one of the world’s great period-instrument chamber orchestras.

Bach Cantata Pilgramage – When we embarked on the Bach Cantata Pilgrimage in Weimar on Christmas Day 1999 we had no real sense of how the project would turn out. There were no precedents, no earlier attempts to perform all Bach’s surviving church cantatas on the appointed feast day and all within a single year, for us to draw on or to guide us. Just as in planning to scale a mountain or cross and ocean, you can make meticulous provision, calculate your route and get all the equipment in order, in the end you have to deal with whatever the elements – both human and physical – throw at you at any given moment.

“Bach is probably the only composer whose musical output is so rich,
so challenging to the performers and so spiritually uplifting
to both performer and listener alike, that one would
gladly spend a year in his exclusive company.”

“I believe that Bach’s music carries a universal message of
hope and faith which can touch anybody, irrespective of their
culture, religion or musical knowledge.”

“Taken together his cantatas comprise
some of the most consistently beautiful music ever to have
been composed, a corpus of work which counts as one of the
great glories of European music.”
Sir John Eliot Gardiner

Foto de Maciej Goździelewski

Bach e o legado de Lutero

Descobri mais um magnífico documentário produzido pela BBC-Four, no qual o actor Simon Russell Beale continua a viagem pelo florescimento da música sacra ocidental através das interpretações do Ensemble The Sixteen, dirigido por Harry Christophers.

O documentário encontra-se disponível na página de jormundgard no YouTube:
Parte 1Parte 2Parte 3Parte 4Parte 5Parte 6

Martinho Lutero teve um impacto profundo no desenvolvimento da música sacra, pelo contributo na redefinição das práticas do canto congregacional e do órgão nos serviços religiosos; reformas que, de tal forma influenciaram a música durante os 150 anos seguintes , viriam a inspirar JS Bach, semana após semana, mês após mês, a escrever mais de mil peças musicais, das quais cerca de dois terços produzidas para a Igreja Luterana de Thomaskirche, na cidade alemã de Leipzig, legado que inclui uma das mais sublimes peças da música do ocidente, “Jesu, Joy of Man’s Desiring”.

Cristo começa a caminhada rumo ao calvário

Café Zimmermann na Gulbenkian

A audição integral dos Concertos Brandeburgueses de Johann Sebastian Bach, que se distribui entre os dias 7 e 11 de Março, constitui um inevitável ponto de interesse em qualquer programação musical. O agrupamento Café-Zimmermann interpretará este monumento do Barroco musical, bem como duas obras concertantes, para cravo e para dois violinos respectivamente, no ano em que se completam 260 anos sobre a morte de J. S. Bach. A excelência dos músicos do Café-Zimmermann, grupo fundado em França em 1988, é marcada pela direcção musical de Pablo Veletti e pela cravista Céline Frisch, dupla responsável pela direcção artística. O nome do grupo foi inspirado no espírito que movia os concertos organizados em Leipzig pelo Collegium Musicum e acolhidos no café de Gottfried Zimmermann, então com um ensemble fundado por Telemann e dirigido por J. S. Bach, entre 1729 e 1739.



Compostos possivelmente entre 1711 e 1720, os Concertos Brandeburgueses foram apresentados como um conjunto de Seis Concertos com diversos instrumentos, dedicados em 1721 ao margrave melómano Christian Ludwig de Brandeburgo. Constituindo um repertório marcadamente barroco, os Concertos Brandeburgueses representam uma interessante leitura dos elementos do concerto grosso, onde se identificam o ripieno e o concertino, embora neste último se destaque por vezes uma maior focagem num só instrumento, como por exemplo o trompete no nº 2, ou o cravo no nº 5. Nesta perspectiva, encerram uma grande variedade musical, explorando as várias possibilidades de composição da época para o género instrumental e constituindo um incontornável e importante conjunto de obras do período Barroco. Via.



Programa:
Domingo, 7 Mar 2010, 19:00 – Grande Auditório
Concerto Brandeburguês Nº 2, em Fá maior, BWV 1047
Concerto Brandeburguês Nº 4, em Sol maior, BWV 1049
Concerto Brandeburguês Nº 6, em Si bemol maior, BWV 1051
Concerto para Cravo, em Fá menor, BWV 1056
Quinta, 11 Mar 2010, 19:00 – Grande Auditório
Concerto Brandeburguês Nº 1, em Fá maior, BWV 1046
Concerto Brandeburguês Nº 3, em Sol maior, BWV 1048
Concerto Brandeburguês Nº 5, em Ré maior, BWV 1050
Concerto para dois Violinos, em Ré menor, BWV 1043

São Tomé e a Legenda Áurea

São Tomé, cujo dia se comemora hoje, o Musica Aeterna dedica dois programas com a adaptação do capítulo a ele dedicado na “Legenda Áurea” de Tiago de Voragine. Publicado em 1260, o livro foi escrito em latim popular para tornar acessível a divulgação da vida dos 180 santos mais conhecidos, de quem, até então, só existia tradição oral.

Podcasts: 1ª parte Link do ficheiro áudio em formato Windows Media Áudio – 2ª parte Link do ficheiro áudio em formato Windows Media Áudio

Johann Sebastian Bach – Cantata “Unser Mund sei voll Lachens” -BWV 110

No século XIII, quando instituições como as corporações de ofício estavam no seu auge e, ao mesmo tempo, floresciam as primeiras universidades, Voragine quis oferecer uma dádiva ao povo, ocupado em construir igrejas e catedrais, ávido por conhecer a verdadeira fé. Escreveu então, com fervor e entusiasmo, uma história, retratando os conhecimentos e lendas acumulados com o passar dos séculos, sobre a vida dos santos. Nasceu assim o primeiro livro religioso realmente acessível a todos: a Legenda Sanctorum, ou “O Livro dos Santos”. Rapidamente, a obra recebeu o nome de Légende Dorée — Legenda Áurea, porque, dizia-se então, o seu conteúdo era de ouro.

O texto maravilhou os pintores da Renascença, que nele encontravam fonte inesgotável de inspiração. Artistas como Giotto, Fra Angelico, Piero della Francesca, etc.,  emprestaram o seu génio para exaltar cenas da vida de santos e enriquecer as igrejas, conventos e mosteiros com frescos, retábulos, vitrais e polípticos.