‘Tradições Arménias’, pelo duduk de Haïg Sarikouyoumdjian

As melodias do músico de origem arménia Haïg Sarikouyoumdjian percorrem tempos imemoriais através da Rota da Seda, viagens que têm sido marcadas pela presença do seu duduk (que pertence à família do oboé) em vários projectos que Jordi Savall tem dedicado à história e cultura do Médio Oriente e Ásia, como Istanbul, Mare Nostrum e Espírito da Arménia. 

No dia 28 de Setembro de 2024, o seu  Ensemble Vostan marca presença no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.


‘Goyescas’, de Enrique Granados

A suíte para piano Goyescas, Op. 11, foi escrita em 1911 pelo compositor catalão Enrique Granados [27 Julho 1867 – 24 Março 1916), inspirada na paixão que  Granados possuía pelos ambientes que  Francisco de Goya retratava.
O Livro Um, composto pelas quatro primeiras peças da suíte, foi publicado em Barcelona em 1912. Do Livro Dois, composto pelas duas últimas peças, publicado em 1914, a composição El amor y la muerte  partilha o título com uma das gravuras da série Los Caprichos.


Álbum Granados: Goyescas – El pelele (2023) com Javier Perianes no piano

‘September Night’, de Tomasz Stańko

Gravado ao vivo em Munique há 20 anos, o álbum September Night do Quarteto de Tomasz Stańko [1942 – 2018], por vezes apelidado de Miles Davis polaco, foi lançado em Junho último pela ECM Records. Fica o último tema do alinhamento, ‘Theatrical’.


 

‘Vespro a 5 voci’, de Giovanni Maria Sabino

Giovanni Maria Sabino [30 Junho de 1588 – Abril 1649],  influente compositor durante o início do período barroco em Veneza, a par do contemporâneo Claudio Monteverdi, foi “o primeiro  compositor napolitano a usar violinos em motetos e a introduzir o uso sistemático de uma voz única, com passos virtuosos, num elaborado baixo contínuo”.


Vespro: Magnificat · Ensemble Barocco Giovanni Maria Sabino · Paolo Valerio

Giovanni Maria Sabino: Vespro a 5 voci | ℗ Digressione Music, 2015

‘Adiós Nonino’, por Inês Vaz

Justamente elogiada por Brad Mehldau pela interpretação do tema “Glam Perfume”, a virtuosa acordeonista Inês Vaz lançou no passado mês de Maio o seu segundo álbum, Pétala, uma proposta de fusão entre música e literatura.


Esta é a peça que fecha o disco, como uma despedida. Um arranjo que me deu um gozo enorme construir… quase uma “manta de retalhos” de dois dos arranjos para orquestra que mais me fascinam. – Inês Vaz

Sons e cores da África do Sul

Levado pela curiosidade que me despertou a análise do Guardian ao último álbum do músico e multi-instrumentista Malcolm Jiyane, cujas paisagens sonoras reflectem os sentimentos de pobreza no Soweto,  arredores de Joanesburgo, deixo o tema Global Warning do álbum True Story, ponto de partida para explorar a nova cena jazzística sul-africana.


‘Gemmulae Evangeliorum’, de Melchior Franck (II)

Na passagem do trecentésimo octogésimo quinto aniversário sobre a morte de  Melchior Franck [Zittau, ca. 1579 – Coburg, 1 Junho 1639], compositor protestante alemão activo durante a transição do Renascimento para o Barroco, que exerceu desde 1603 até ao fim da vida o cargo de Kapellmeister da corte de Coburg. No início da sua formação foi aluno de Hans Leo Hassler.

O trabalho de Franck inclui música sacra em alemão e latim, motetos, salmos e música sacra, como os conhecidos Gemmulae Evangeliorum em quatro partes (também publicados como Provérbios do Evangelho em 1623).

Em 2020, o Ensemble Vocal  Cantus Thuringia, dirigido pelo contratenor Christoph Dittmar reuniu em disco perto de duas dezenas de canções sagradas e motetos no álbum Melchior Franck: Geistliche Gesäng und Melodeyen.


Geistliche Gesäng und Melodeyen: No. 1, Steh auf, meine Freundin
Cantus Thuringia · Capella Thuringia · Lachrimae Consort Weimar

‘Fantasia nº 2’ de Froberger, por Gustav Leonhardt

Na passagem do nonagésimo sexto aniversário sobre o nascimento do Mestre  Gustav Leonhardt [1928-2012], fica a Fantasia nº 2  para cravo do compositor, organista e cravista do barroco alemão Johann Jakob Froberger [1616-1667].


Esta composição é a ultima do cd Gustav Leonhardt plays Froberger, lançado pela  Artemisia em Fevereiro de 2024.

‘Un centenaire de l’Indépendance’, de Henri Rousseau

No centésimo octogésimo aniversário sobre o nascimento deste ilustre representante da arte naïf,  Henri Rousseau [1844 – 1910] produziu em 1892 uma obra para comemorar o centenário da proclamação da primeira República Francesa.


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‘La clarinette’, de Georges Braque

The Clarinet was probably executed in the late summer of 1912, during the waning moments of Analytic Cubism. Characteristic of this period are the oval format, which frees the canvas from the stringencies of corners, the appearance of letters within the image, and the use of imitation wood grain as trompe l’oeil (a technique Georges Braque [13 May 1882 – 31 August  1963] introduced into the Cubist repertory). The image is paler and less strongly articulated than that of Pablo Picasso’s The Poet of the previous summer; the structure of planes is more compact and produces a shallower picture space. The planes, because they are more consistently parallel to the picture plane than before, suggest the flat surfaces of papier collé. Braque’s incorporation of sand into certain areas of his pigment, an innovation of this transitional period, enhances the differentiation of surfaces created by the variations of brushstrokes and increases the subtleties of coloration. The use of sand accords with Braque’s conviction that tactile qualities define space. Despite this emphasis on materiality the image remains evanescent. The paradoxical combination of tangible presence and elusive, palpitating abstraction is embodied in the contrasting handling of clarinet and guitar: the clarinet is shown almost complete, the guitar is fragmented into pieces that emerge here and there throughout the composition.

Lucy Flint. Via Guggenheim Museum