“Buzz” a caminho da Lua

Do dia 16 de Julho de 1969 não tenho memória; Só do dia 21, salvo erro, quando a RTP transmitiu as imagens. Mas John Noble Wilford tem-na bem fresca! 🙂

Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa – Comunicado

Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa

Tendo em conta declarações públicas proferidas por vários responsáveis do IGESPAR prevendo a abertura do Museu do Côa durante o corrente ano de 2009, a Associação Profissional de Arqueólogos (APA) dirigiu a este instituto uma série de questões concretas que consideramos não terem sido devidamente esclarecidas (cf. troca de correspondência anexa).

Não podemos deixar de expressar a nossa apreensão pelo facto do organismo que tutela o património cultural em Portugal não dar a conhecer as suas intenções relativas ao modelo de gestão a adoptar para o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), bem como à forma de integração do património cultural nas regras estratégicas para o desenvolvimento regional ? necessariamente dependentes do ainda inexistente plano especial de ordenamento para o território abrangido pelo PAVC. Assumindo o IGESPAR a abertura do Museu do Côa no corrente ano de 2009, cujo último semestre que atravessamos é inevitavelmente marcado por eleições legislativas e autárquicas, a APA teme que possam precipitar-se decisões que venham a revelar-se pouco adequadas à protecção e valorização do património arqueológico do Vale do Côa.

Nesse sentido, apelamos publicamente à divulgação das intenções do Ministério da Cultura sobre esta matéria, de modo a que possam ser construtivamente debatidas por todos os agentes necessariamente envolvidos: dos gestores do património cultural aos arqueólogos, passando pelos agentes de promoção e operação turística e todas as entidades públicas e privadas de âmbito local, regional e nacional interessadas no desenvolvimento deste território. Certos de que uma solução sustentável de desenvolvimento do Vale do Côa se fará melhor com o contributo de todos, a APA expressa publicamente em nome dos profissionais de arqueologia a disponibilidade para a colaboração na construção dos instrumentos necessários ao retorno social do investimento público já realizado na salvaguarda e valorização deste importante património arqueológico.

A Direcção da Associação Portuguesa de Arqueólogos

13 de Julho 2009

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Museu da Cidade de Lisboa celebra 100 anos

Museu da Cidade de Lisboa

Gerido com uma constante vontade de «saltar para fora» das suas paredes, o Museu da Cidade de Lisboa comemora quarta-feira 100 anos na expectativa de «contaminar» a capital e deixar de ser um desconhecido entre o grande público.
Criado a 15 de Julho de 1909, data da aprovação da proposta do vereador republicano Tomás Cabreira, o Museu da Cidade teve um percurso atribulado, ao longo do qual foi enriquecendo o seu espólio: arrancou nos Paços do Concelho, passou pelo Carmo e pelos palácios Galveias e Mitra e, em 1979, foi finalmente instalado no Palácio Pimenta, no Campo Grande.
Ao longo da sua história, manteve como missão retratar Lisboa no passado e no presente, um objectivo a que se soma a intenção de «projectar o futuro» e ter uma crescente capacidade interventiva num território urbano, recusando ser apenas um edifício.
«O Museu é feito de muitas coisas, que são uma cidade: história, passado, presente, pessoas, arquitectura, identidade, diversidade cultural», disse à Lusa a directora, Ana Cristina Leite, lamentando que, apesar de os idosos e as crianças participarem em várias actividades, a casa não seja tão visitada quanto o desejado.
«O público em geral, que não está dentro destas duas ‘categorias’, é talvez o que falha mais e falha porque, como nos apercebemos, as pessoas não conhecem o Museu da Cidade. Há quem passe aqui à porta e, de repente, diga ‘ah, isto é um museu’», contou.
Segundo a responsável, a falta de interesse dos média e os limites financeiros (trata-se de um equipamento municipal) podem estar na origem do desconhecimento, mas não impedem que a equipa se empenhe em chamar a atenção dos cidadãos e pedir-lhes que «dêem algo de si».
Em finais de Agosto, será lançada nas ruas a campanha «Lisboa tem histórias», que «contaminará» a capital com percursos de pessoas anónimas que fizeram a cidade, e será realizada em breve uma consulta online para o público dizer o que gostaria de ver na instituição.
Além disso, o equipamento vai continuar a «saltar para fora das paredes do seu edifício», como já fez quando reuniu novos núcleos como o Museu do Teatro Romano ou se tornou, na década de 1960, pioneiro a nível de arqueologia urbana.
Actualmente, está em curso um projecto de valorização da Cerca Velha e está a ser pensada a remodelação do Museu.
Hoje, o primeiro século do equipamento será assinalado com um passeio às hortas do Campo Grande, jogos tradicionais, reconstituições históricas, um piquenique e outras animações entre as 10:00 e as 18:00 numa iniciativa com entrada gratuita. Diário Digital / Lusa

Escola Primária Nº 2

Foi na Escola Primária nº 2, na Rua das Gaivotas ao Conde Barão, que fiz a instrução primária, com a saudosa Dona Isaura. Foi neste recreio que brinquei durante dois anos. Segundo li, O edifício seiscentista, de seu nome Palácio Alarcão, onde “Se encontra instalada a Escola Primária Central Nº 2 (com entrada pelo nº 8), o Sindicato único dos Professores, criado depois do 25 de Abril (com entrada pelo nº 6 era a sede da “Liga Nacional 28 de Maio”, do Coronel Santos Pedroso) e os Serviços Administrativos do Clube Nacional de Natação (porta nº 2), tudo da Rua das Gaivotas. Com frente para o Conde Barão, os velhos estabelecimentos comerciais, “Cutelaria Salgueiros”, “Casa dos Parafusos”, (com curiosa frente de azulejos) e a “casa do Chumbo”. Segundo registos do final de 2008, Uma firma de fixações, parafusos e outros metais chamada Pecol está no Palácio Alarcão, onde aluga duas fracções, Uma por 57,07 euros e outra por 62 euros.

Para tristeza minha, o estado actual é este:


Le Désastre ou la Guerre

«Le Désastre ou la Guerre» de 1942, é uma das minhas maiores paixões na obra de Maria Helena Vieira da Silva. Em cada visita, perco a noção do tempo de contemplação da mole humana que carrega o sofrimento do terror da guerra, num fascinante exercício de poesia abstracta vertida em tela. A obra foi realizada no Rio de Janeiro (1941-1947), para onde havia emigrado com Arpad, fugindo à guerra.

Vieira da Silva - "Le désastre ou La guerre", 1942 (Col. Centre Georges Pompidou)

«Mas a pintura é tão terrível, eu trabalho com muita dificuldade, muito lentamente, com muita frequência me sinto desencorajada. Então, releio o seu artigo às escondidas e a coragem regressa.»

Correspondência de 1943, entre Maria Helena e o amigo Torres-García, que havia elogiado o quadro «Le Désastre ou la Guerre» (1942) num artigo publicado na Revista Alfar.

Achilles no seio das filhas de Lycomedes

Sabendo que seu filho teria como destino a morte certa, caso fosse combater na Guerra de Tróia, Thetis, uma ninfa do mar, disfarçou Achilles de mulher e confiou-o à guarda do Rei Lycomedes em cujo palácio, na ilha de Skyros, ele viveu com as filhas do rei.
Odysseus e outros comandantes gregos foram então enviados em busca de Achilles; Habilmente, colocaram inúmeros presentes diante das princesas, como jóias, vestes elegantes e, entre eles, uma espada.
Quando uma trompa se fez ouvir, Achilles agarrou a espada instintivamente, acabando por trair a sua identidade.

Gérard de Lairesse (1641-1711) - "Achilles descoberto no meio das filhas de Lycomedes", cerca de 1685

Postcrossing

Desde muito pequena que a princesa pede que lhe tragam postais, o que é uma excelente forma de viajar por um preço simpático. 🙂 Agora descobriu o Postcrossing, que tem, como o nome sugere, a finalidade de trocar postais, mas escritos pela mão de quem os envia. A coisa funciona mais ou menos assim:

Após o registo no site, solicita-se um endereço (obtido de forma aleatória) que contém dados sobre os interesses do destinatário, um perfeito desconhecido; Escreve-se qualquer coisa sobre o tema do postal ou conta-se uma história e, finalmente, é só ir até ao marco de correio mais próximo. Quando o destinatário receber o postal, deve registá-lo no site; Por sua vez, recebe um endereço, de novo aleatório, para envio de um postal. Todos os postais, quer os recebidos, quer os enviados, são visualizáveis no mapa da conta de cada utilizador, bem como os destinos e distâncias.

Embora o conceito seja semelhante ao do Bookcrossing, no Postcrossing não há reencaminhamento. 😉

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Rendez Vous

Jarre recorded the album Rendez-Vous after NASA and the city of Houston asked him to do a concert to simultaneously celebrate NASA’s 25th anniversary and Houston’s 150th anniversary.
Astronaut Ronald McNair was to play the saxophone part of “Rendez-Vous” while in orbit on board the space shuttle Challenger. It was to have been the first piece of music recorded in space. It never took place because
Challenger exploded during lift-off in 1986. The album was dedicated to the seven Challenger astronauts. Via.

Jan Hus

Durante o Grande Cisma do Ocidente (1378-1417), período durante o qual a Igreja Católica se dividiu em duas facções, uma fiel ao Papa Gregório XII de Roma, outra ao Papa Bento XIII, eleito pelos Cardeais de Avignon, tiveram lugar dois Concílios Ecuménico da Igreja Católica; O primeiro, em 1409, ocorreu em Pisa, na Toscânia, elegeu o Papa Alexandre V, que acentuou ainda mais a divisão no interior da Igreja, ao não ser reconhecido pelos outros dois. O Cisma prolongou-se durante os oito anos seguintes até que, em Konstanz, no sul da Alemanha, o 16º Concílio  (1414-1418) teve lugar, precisamente para pôr fim ao Cisma, com a eleição, em 1417, do Papa Martinho V.

No início do século XV, quer a Universidade de Praga quer a hierarquia da Igreja eram dominadas pelos alemães, interessados no status quo, o que viria a gerar sentimentos nacionalistas entre os checos. Consequência das disputas, em 1409 os alemães perderam a influência que detinham e, com a protecção do  Rei Venceslau (Václav), Jan Hus foi nomeado Reitor, o que aumentou ainda mais as tensões com a Igreja, culminando em 1412 nos confrontos entre protestantes checos e católicos alemães e ao êxodo de milhares de docentes e alunos, que viriam a estar na formação da Universidade de Leipzig, na Alemanha.

Monumento a Jan Hus, na Staroměstské Náměstí – Praça da Cidade Velha, Praga

Em 1414, Jan Hus (1369?-1415), seguidor da Reforma Protestante iniciada por John Wycliffe (1320?-1384) foi convocado ao Concílio e acusado de heresia, por reconhecer unicamente a autoridade da consciência que derivava da Bíblia,  em detrimento da autoridade da Igreja, expressa através dos Tribunais da Inquisição; Ao defender o voto de pobreza e ao mesmo tempo condenar o património dos Cardeais, Jan Hus tentava aproximar a Igreja do povo, pregando na sua língua natal, o checo, e não em latim, como determinava a Igreja. As teses de Jan Hus encontravam eco na maior parte da população e enfrentavam a essência dos poderes eclesiástico e feudal, gerando profundas tensões sociais. Jan Hus não só não renegou como reafirmou a sua doutrina perante o Concílio, o que levaria, a 6 de julho de 1415, à sua execução na fogueira.
A figura de mártir tornou Jan Hus num herói e por isso hoje é Feriado Nacional na República Checa.

Diebold Schilling the Older, Spiezer Chronik (1485): Burning of Jan Hus at the stake

Impromptus – Maria João Pires

“Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios,
e se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos,
condenamo-los com severidade por não terem as nossas qualidades.”

Honoré de Balzac