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Ao longo de 13 emissões, com início no primeiro domingo de Novembro às 13h00, o novo programa de Virgínia da Silva Veiga na Antena 2 será recheado de acontecimentos da Idade Média relacionados com o reino português, mas também com os de Aragão, Castela e Leão.
O intuito da autora, ao promover o orgulho em Portugal e em ser português, contribuir para o gosto por um passado por vezes surpreendente, torna o programa numa referência obrigatória na rádio nacional.
Relatam-se cultos antigos, como os de Santa Maria de Rocamador, São Pedro de Rates ou da Senhora do Ó, numa abordagem a envolver diferentes localidades portuguesas e dos reinos hoje espanhóis, de Aragão, Castela e Leão. Episódios protagonizados por personagens como Isabel de Aragão – cuja verdadeira figura física é abordada – ou a poderosíssima irmã de D. Dinis, D. Branca Afonso, mãe solteira. Também o nunca investigado filho desta, personagem a marcar presença nos reinos de Castela e Leão onde foi Mestre da Ordem de Calatrava. Pelo caminho das muitas revelações, ficar-se-á a melhor saber a razão pela qual El Libro de la Coronación – um manual de referência na coroação dos reis de Espanha – elaborado no Século XIV, hoje acervo de El Escorial, é de iniciativa portuguesa, tal como tudo aponta sê-lo o Códex Las Huelgas, fonte da musicologia medieval.
Gentes, terras e Arte medievais unidas “de ũu coraçom”, para tudo se sintetizar na frase de um dos historiadores a marcar presença logo na primeira emissão: D. Pedro Afonso, Conde de Barcelos.
Virgínia da Silva Veiga
Em 29 de Maio de 1453, a capital do Império Bizantino, Constantinopla (Istambul), cai às mãos do Império Otomano, apagando assim os últimos vestígios do Império Romano. Em 1508, Albrecht Dürer ilustrou a barbárie turca com este “Massacre dos dez mil cristãos”.
On 23 May 1533, The Archbishop of Canterbury Thomas Cranmer, sitting in judgment at a special court convened at Dunstable Priory to rule on the validity of King Henry VIII’s marriage to Catherine of Aragon, declared the marriage of Henry and Catherine null and void. Five days later, on 28 May 1533, Cranmer declared the marriage of Henry and Anne Boleyn to be valid.
And then they lived happily ever after… until Anne Boleyn was executed on 19 May 1536…!
Em meados de 1620, cerca de uma centena de Puritanos ingleses – Pilgrim Fathers – fretou o navio Mayflower para uma viagem ao Novo Mundo, em busca da liberdade religiosa que lhes era negada pela Igreja Anglicana. Em troca, deveriam trazer peixe, peles e madeira.
Chegados a Cape Cod (Massachusetts) em Novembro, encontraram uma população índia hostil que os obrigou a passar o inverno a bordo, período em que uma epidemia dizimou cerca de metade da tripulação.
A 5 de Abril de 1621, o Mayflower iniciava a viagem de regresso a Inglaterra, com os porões vazios…
O grande objectivo das missões dos jesuítas era a evangelização da China, iniciada por Matteo Ricci (1552-1610), um italiano de famílias nobres que tinha partido para o Oriente em 1578, equipado de uma vasta cultura científica. Ricci percebera o grande interesse chinês pelos conhecimentos científicos que os ocidentais possuíam e foi o primeiro europeu a conseguir conquistar a confiança de altos dignitários do Império do Meio. Na sua esteira, os missionários jesuítas, muitos dos quais portugueses, conseguiram pouco a pouco ter uma posição influente em Pequim, chegando a presidir ao Tribunal das Matemáticas, que era um conselho imperial para matérias científicas, nomeadamente para a organização do calendário, para a previsão de eclipses e para a observação astronómica. Na sua correspondência com o Vaticano, Ricci e os seus companheiros insistiam frequentemente na importância da ciência.
«Enviem-nos matemáticos!», pedia Ricci, «enviem-nos livros!»
O texto que se segue foi retirado do blog De Rerum Natura, a partir do artigo de Jorge Fiolhais, publicado no jornal Público de 20 Fevereiro 2012.
Os navegadores portugueses, ao entrar pela primeira vez em Cantão, tinham disparado uma salva num gesto ao mesmo tempo de saudação e intimidação. Os chins estranharam a primeira e não se deixaram impressionar pela segunda. Não era costume na China, onde a pólvora e o canhão tinham sido inventados, cumprimentar aos tiros. Os portugueses, que vinham de Malaca, um protectorado chinês, depressa perceberam que no Império do Meio não podiam, como tinham feito noutros sítios da Ásia, entrar a ferro e fogo. A artilharia portuguesa podia até ultrapassar a chinesa, mas os chins tinham bons navios e boa pontaria, para além da sua superioridade numérica (as duas primeiras batalhas navais foram por isso favoráveis aos chineses). Além disso, o comércio que os portugueses buscavam estava na China bem regulamentado, incluindo os tributos ao imperador. Os portugueses teriam de cumprir as regras se queriam transaccionar ali e, para seu infortúnio, não estavam sequer inscritos nos livros antigos de comércio que os mandarins mantinham. Era um encontro de civilizações em que os extraterrestres eram inferiores aos indígenas.
As relações haveriam, porém, de se normalizar com a cedência de Macau em 1557, como interposto comercial, sem quebrar as normas do império. Através de Macau a faceta humanista e científica da civilização ocidental haveria de chegar à China. Exemplo de um encontro feliz de civilizações foi a chegada a Macau, em 1582, e a Pequim, em 1601, do jesuíta italiano Matteo Ricci, que após ter estudado em Coimbra partiu de Lisboa para o Oriente, onde escreveu dicionários e tratados e traçou mapas. Os jesuítas portugueses tornaram-se peritos da corte imperial, dada a clara supremacia da astronomia ocidental. Só no século XVII, graças à sua influência apareceria na China um globo esférico para representar a Terra, como mostra a exposição “360º. Ciência Descoberta”, comissariada por Henrique Leitão, que está quase a abrir na Gulbenkian.