As Banhistas, de Ingres
Jean-Auguste-Dominique Ingres ( 1780-1867), que elegeu este tema como um dos seus favoritos, expôs a sua obra em simultâneo com o trabalho de Delacroix descrito no post anterior, no Salão de Paris de1824. Para sua surpresa, foi aclamado como um dos artistas que se opunham ao Novo Romantismo.
Neste seu primeiro estudo sobre o nú feminino, o apelo estético reside na monumentalização da figura individual.
“Quanto mais simples forem as formas, maior a beleza e a força.”
Nesta obra-prima realizada nos últimos anos de vida, Ingres retoma as banhistas e odaliscas dos primeiros anos. Os motivos para estas formas femininas idealizadas que vivem apenas para a beleza e prazer, são baseados em relatos pormenorizados do oriente – descrições sobre os banhos no harém de Maomé – e as cartas onde Lady Montagu descreve os banhos turcos.
Pela beleza abstracta, a magnífica pele branca como leite, as formas graciosas dos seus corpos e os seus cabelos e pela sua sensualidade, as banhistas possuem uma inocência paradisíaca, sem gestos ou comportamentos indecorosos entre si.
A beleza intangível das mulheres – suspensa no tempo – é obtida com grande economia de meios, através dos subtis jogos de luz que lhes moldam as formas e a pele.