Revelação do tecto da Capela Sistina

A 1 de Novembro de 2012 comemoraram-se os 500 anos da revelação do tecto da Capela Sistina ao Papa Julius II della Rovere (pontífice de 1503 a 1513).
Entre 1508 e 1512, quatro longos anos em cima de andaimes, à mercê do frio e do calor de Roma, Miguel Ângelo Buonarotti trabalhou praticamente em isolamento, apenas recebendo a visita do ‘dono da obra’ para lhe pedir que apressasse o trabalho. No final de 1509 entregou metade da obra, que seria concluída a tempo da celebração da Missa no Dia de Todos os Santos em 1512.

Os nove painéis centrais da abóbada ilustram cenas do Livro do Génesis, com os afrescos organizados cronologicamente em grupos de três episódios, relativos à origem do universo, do homem e do mal:

Separazione della luce dalle tenebre (Génesis 1,1-5)
Creazione degli astri e delle piante (Génesis 1,11-19)
Separazione della terra dalle acque (Génesis 1,9-10)

Creazione di Adamo (Génesis 1,26-27)
Creazione di Eva (Génesis 2,18-25)
Peccato originale e cacciata dal Paradiso terrestre (Génesis 3,1-13.22-24)

Sacrificio di Noè (Génesis 8,15-20)
Diluvio universale (Génesis 6,5-8,20)
Ebbrezza di Noè (Génesis 9,20-27)


Mais de duas décadas decorreram até Miguel Ângelo regressar a Roma para, sob encomenda do Papa Clemente VII [1478-1534], concluir o trabalho na Capela Sistina com a representação de Il Giudizio universale (O Juízo Final), um grande afresco atrás do altar, que o mestre pintou entre 1535 e 1541.

‘Lonely Woman’, de Horace Silver

Gravado em 31 Outubro 1963, ‘Lonely Woman’ é o último tema do álbum ‘Song For My Father’, que Horace Silver editou em 1964 na Blue Note.

Gene Taylor, contrabaixo | Roy Brooks, bateria | Horace Silver, piano


‘Le Pont de Moret, effet d’orage’, de Alfred Sisley

De Alfred Sisley [30 Outubro 1839 – 29 Janeiro 1899], ‘Le Pont de Moret, effet d’orage’, 1887


Alfred Sisley [1839-1899] – Le Pont de Moret, effet d’orage, 1887
MuMa – Musée d’art moderne André Malraux

‘Le Guéridon dans l’atelier’, de André Masson

De André Masson [4 Janeiro 1896 – 28 Outubro 1987], pintor, ilustrador e designer francês, a obra ‘Le Guéridon dans l’atelier’ (Pedestal Table in the Studio), de 1922, pertence à fase inicial do seu envolvimento no movimento surrealista, possivelmente no período em que partilhou o atelier com Joan Miró [1893-1983].


Pedestal Table in the Studio 1922 André Masson [1896-1987]
‘Pedestal Table in the Studio’, 1922
http://www.tate.org.uk

‘Essercizi per gravicembalo’, de Domenico Scarlatti

Domenico Scarlatti [Nápoles, 26 Outubro 1685 – Madrid, 23 Julho 1757], virtuoso compositor do barroco tardio de quem se comemorou em 2019 o terceiro centenário da chegada a Lisboa, após ter sido contratado para o cargo de compositor da corte por D. João V em 1719, foi professor de cravo da infanta D. Maria Bárbara, que acompanharia após o casamento desta com o futuro rei espanhol, Fernando VI. Intérprete de grandes recursos, a princesa marcaria profundamente a evolução artística do compositor. A simbiose professor-aluna foi tão estreita que Scarlatti passou o resto da vida ao seu serviço, mantendo igualmente laços com Portugal – a primeira colecção de peças que publicou, os “Essercizi per Gravicembalo”, foi dedicada a D. João V em agradecimento pelo título de cavaleiro da Ordem de Santiago. Esta colecção, editada em Londres em 1739, deu-lhe fama internacional. […]
Texto de Cristina Fernandes


Scarlatti: The Complete Keyboard Works, Vol. 1: Sonatas, Kk. 1 – 30 “Essercizi”
Keyboard Sonata in D Minor, Kk. 9 · Scott Ross

‘Les Baigneuses’, de Pablo Picasso

No dia do centésimo trigésimo nono aniversário do nascimento de Pablo Picasso [25 Outubro 1881 – 8 Abril 1973], a obra ‘Les Baigneuses’, produzida no Verão de 1918 em Biarritz, durante a de lua-de-mel com Olga Khokhlova, bailarina russa e uma das musas do artista.

Relacionado – «Picasso. Baigneuses et baigneurs», Exposição no Museu de Belas-Artes de Lyon, até 3 Janeiro 2021


Pablo Picasso[1881-1973] – Les Baigneuses, Biarritz, été 1918
Musée Picasso – Paris

‘Caravan’, de Art Blakey

Gravado a 23 e 24 de Outubro de 1962 e lançado em Fevereiro de 1963 por Art Blakey e os The Jazz Messengers, o álbum Caravan marca a estreia de Blakey na editora Riverside Records.

Da formação reunida para a gravação de Caravan, que contou com a colaboração de Curtis Fuller no trombone, Freddie Hubbard no trompete e Reggie Workman no baixo, gostava de destacar o swing da composição de Wayne Shorter “This is for Albert” e em particular o diálogo entre a bateria de Art Blakey e o piano de Cedar Walton.


‘Le Déjeuner sur l’herbe’, de Paul Cézanne

Apesar de a sua obra ser talvez dotada de menor visibilidade que a dos contemporâneos Paul Gauguin [1848-1903] e Vincent van Gogh [1853-1890], a grandeza de Paul Cézanne [19 Janeiro 1839 – 22 Outubro 1906] reside na qualidade coerente das suas realizações ao longo de quase meio século de actividade, sempre com grande liberdade interior.

A obra não assinada Le Déjeuner sur l’herbe, de 1876-1877 pertence ao Musée de l’Orangerie, Paris.

‘Small Rebus’, de Robert Rauschenberg

Robert Rauschenberg [October 22, 1925 – May 12, 2008] – ‘Small Rebus’, 1956


Robert Rauschenberg, “Small Rebus,” 1956.
Art © Robert Rauschenberg Foundation/Licensed by VAGA,

‘POSSESSIO MARIS’

Neste 21 de Outubro em 1520, dia em que o navegador Fernão de Magalhães ‘descobriu’ a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico, hoje conhecida como Estreito de Magalhães, fica a exaltação de Fernando Pessoa na segunda parte da ‘Mensagem‘, dedicada ao Mar Português:



POSSESSIO MARIS
VIII – FERNÃO DE MAGALHÃES
No vale clareira uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do marinheiro
Que quis cingir o materno vulto –
Cingi-lo, dos homens, o primeiro –,
Na praia ao longe por fim sepulto.
Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.