Miguel Ângelo Buonarotti

Na entrada relativa a 2 de Dezembro de 1786 da sua Italienische Reise (Viagem a Itália), escrevia Johann Wolfgang von Goethe:

No dia 28 de Novembro voltámos à Capela Sistina. Aberta a galeria que permitia ver o tecto e após a passagem estreita e mal iluminada, somos compensados pela visão da grande obra-prima da arte. Neste momento, estou de tal modo fascinado por Miguel Ângelo, que depois dele já nem tenho gosto pela natureza, especialmente porque sou incapaz de a contemplar com o mesmo olhar de génio com que ele o fez.


Miguel Ângelo Buonarotti – A Criação de Adão, c. 1570
Fresco, c. 280 x 570 cm | Roma, Vaticano, Capela Sistina

A emissão do Musica Aeterna do passado dia 27, dedicada à comemoração dos hoje assinalados 500 anos da revelação do tecto da Capela Sistina ao Papa Júlio II, está disponível em podcast. Absolutamente a não perder!

 

As Paisagens de Alfred Sisley, Inundadas de Impressionismo

Oriundo de uma família da classe média inglesa, Alfred Sisley nasceu a 30 de Outubro de 1839, perto de Paris.
Tendo começado a desenhar em finais da década de 1850, foi por volta de  1863 que  surgiram os seus primeiros trabalhos en plein air.  Teve oportunidade de conhecer Monet, Renoir, Pissarro e Bazille no Salon, onde expôs pela primeira vez em 1866. Participou ainda em várias Exposições Impressionistas, entre 1874 e 1882. Em finais de 1889, instalou-se definitivamente em Moret, onde viria a morrer de cancro com 59 anos de idade, a 29 Janeiro de 1899.


Flood at Port-Marly, 1876

The Flood on the Road to Saint-Germain, 1876

As Idades do Mar

Exposição – “As Idades do Mar” | Gulbenkian | 26 de outubro 2012 – 27 de janeiro 2013

Migração de pássaros, 1924 – Johannes Larsen, Dinamarca | Crédito fotográfico: SMK Foto. Statens Museum for Kunst © Johannes Larsen, Copy-Dan, 2012 | Óleo sobre tela Folketinget, Copenhaga
O mar é o tema central da exposição que o Museu Calouste Gulbenkian vai apresentar a partir do dia 26 de Outubro, na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação. Em exposição vão estar mais de uma centena de obras, dos séculos XVI ao XX, provenientes de 46 instituições nacionais e estrangeiras, com o apoio excepcional do Museu d’Orsay.

Square Rock, Ogunquit, 1914 – Edward HOPPER (1882-1967) | Foto:Robert E. Mates © Heirs of Josephine N. Hopper, licensed by the Whitney Museum of American Art | Óleo sobre tela 61,6 x 74,3 cm Whitney Museum of American Art, New York Josephine N. Hopper Bequest Inv. 70.1203
Partindo de uma sondagem histórica da representação visual do mar, a mostra procura identificar os temas fundadores que levaram à sua extensa e recorrente representação na pintura ocidental. A exposição desenvolverá o conceito que dá título ao projecto em seis secções distintas: As Idades dos Mitos, As Idades do Poder, O Mar e o Trabalho, Tormentas e Naufrágios, Contemplação e Viagem e O Mar como Símbolo.

Figura de Branco, Biarritz, 1906 – Joaquín SOROLLA BASTIDA (1863-1923)
Óleo sobre tela 63 x 91,5 cm Museo Sorolla, Madrid
Van Goyen, Lorrain, Turner, Constable, Friedrich, Courbet, Boudin, Manet, Monet, Signac, Fattori, Sorolla, Klee, De Chirico, Hopper, são alguns dos 86 autores presentes na exposição com obras de superior qualidade. Também a pintura portuguesa, através de Henrique Pousão, Amadeo de Souza-Cardoso, João Vaz, Maria Helena Vieira da Silva, Menez, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro ou João Vaz, contribuirá para esta abordagem exaustiva e por vezes inesperada de um motivo tão fascinante – e simultaneamente com especial significado na história e cultura portuguesas.

A Evasão de Rochefort, 1881 – Édouard MANET (1832-1883) | Paris, musée d’Orsay © 2012. White Images/Scala, Florence | Óleo sobre tela 80 x 73 cm Paris, Musée d’Orsay Inv. RF 1984-158
Com curadoria de João Castel-Branco Pereira, diretor do Museu Gulbenkian, As Idades do Mar reúne 108 obras vindas de meia centena de instituições nacionais e estrangeiras e conta com mais de uma dezena de peças da coleção do Museu d’Orsay.

Hôtel des Roches noires. Trouville, 1870 – Claude MONET (1840-1926) | Paris, Musée d’Orsay. © 2012. Photo Scala, Florence | Óleo sobre tela 81 x 58 cm Paris, musée d’Orsay, doação de Jacques Laroche, 1947 Inv. RF 1947-30
A abrir a exposição estará A Largada do Bucentauro de Francesco Guardi, obra pertencente à colecção do Museu Gulbenkian e que sintetiza as linhas programáticas da mostra representando um ritual que se cumpria anualmente na cidade de Veneza que simbolizava o casamento entre a Terra e o Mar.

Natureza-Morta com Peixes, 1925 – Giorgio de CHIRICO (1888-1978) | © Giorgio de Chirico, SIAE, 2012
Óleo sobre tela 74 x 100 cm Galleria nazionale d’arte moderna e contemporanea, Roma Su concessione del Ministero per i Beni e le Attività Culturali Inv. 3178
A exposição desenvolve-se, a partir daí, em seis núcleos distintos: A Idade dos Mitos, A Idade do Poder, A Idade do Trabalho, A Idade das Tormentas, A Idade Efémera e a Idade Infinita.

Naufrágio Numa Costa Rochosa, 1757 – Carlo BONAVIA (activo em Nápoles, 1751-1788) | Colección Santander | Óleo sobre tela 125 x 205 cm Colección Santander
Em torno da exposição realizam-se quatro conferências sobre iconografia do mar na azulejaria, na tapeçaria e na pintura, nos dias 5, 12, 19 e 26 de novembro, no Auditório 3.

A Onda, 1889 – Gustave COURBET (1819-1877) | Musée d’Art moderne André Malraux, MuMa, Le Havre © Charles Maslard | Óleo sobre tela 71,5 x 116,8 cm Musée d’Art moderne André Malraux, Le Havre Inv. 2003.1.1

A Sereia, 1893 – Giulio Aristide SARTORIO (1860-1932) | Reprodução autorizada pela Fondazione Torino Musei | Óleo sobre tela montada sobre painel de madeira 58 x 129 cm GAM–Galleria Civica d’Arte Moderna e Contemporanea, Turim Inv. P/2492, GAM

Batalha de Lepanto, 7 de Outubro de 1571, c. 1573 | Anónimo (Monogramista «H») | Óleo sobre tela 127 x 232,4 cm National Maritime Museum, Greenwich, Londres/ Inv. BHC0261

Outono musical em Aveiro

Festivais de Outono na Universidade de Aveiro – 19 de Outubro a 23 de Novembro
A paráfrase d’A Portuguesa, de Alfredo Keil, intitulada My Beautiful Blue Country, da autoria do compositor e pianista Luís Pipa, abrirá a oitava edição dos Festivais de Outono, no dia 19 de Outubro, no Auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro. Luís Pipa, acompanhado pela Orquestra Filarmonia das Beiras e sob a direcção do maestro Ernst Schelle, interpretará igualmente o concerto para piano e orquestra em Lá menor Op. 16, de Edvard Grieg. A Filarmonia das Beiras encerrará a noite interpretando a Sinfonia nº 4, em Ré menor, Op. 120, de Robert Schumann. Este é o ponto de partida para a 8ª edição dos Festivais de Outono que pretende celebrar a música portuguesa e prestar um tributo aos músicos portugueses e músicos residentes em Portugal. Via.
O Programa está disponível aqui.

Corto Maltese: Viagem à Aventura

Fórum Eugénio de Almeida – De 25 de julho a 2 de dezembro de 2012
Esta exposição dá a conhecer a enorme poética do ilustrador veneziano Hugo Pratt, através das viagens e histórias do seu personagem mais emblemático: Corto Maltese, uma das principais figuras da Banda Desenhada mundial e referência na literatura do século XX.
Corto Maltese é um viajante incansável sempre à procura de novos lugares longínquos, um anti-herói romântico e fiel aos seus ideais que cruza momentos da história como sua testemunha.
As 51 obras da exposição – aguarelas, tinta-da-china e guache – retratam uma das muitas aventuras do errante capitão maltês: de Veneza, passando por África, de Samarcanda à Polinésia, do Caribe à ilha de Escondida.

«Vozes de Istambul»

En 1453, unos años antes de la caída de Granada (enero de 1492) que marca tras siete siglos el final de la «Reconquista» hispánica contra la presencia árabe en la Península y la expulsión de los judíos (edicto de marzo del mismo año), empieza con la toma de Constantinopla por Mehmed II la gran división del Mediterráneo entre las naciones cristianas y el Imperio otomano.

«La indignación no me permite callar ni el dolor expresarme. Es vergonzoso seguir viviendo. Italia, Alemania, Francia, España, son Estados muy florecientes, ¡y he aquí (oh, vergüenza) que nos dejamos arrebatar Constantinopla por los licenciosos turcos!» Estas dramáticas palabras del cardenal Piccolomini reflejaban el sentir general del mundo occidental tras la caída de la capital Bizancio. De todas partes se alzaban llamamientos de unidad para  reconquistar la ciudad, y en 1455, nada más ser elegido, Calixto III (Alfonso de Borja) proclama la cruzada contra los turcos. Al final, dicha cruzada no se llevó a cabo debido a la falta de recursos y de unidad de acción entre los reinos cristianos; y la ciudad se convirtió así en capital del Imperio otomano y hogar del islam, sin dejar de ser al mismo tiempo un importante centro de los cristianos ortodoxos. De todos modos, conviene no olvidar las alianzas circunstanciales y los tratados comerciales firmados entre quienes no dejaban de ser feroces enemigos. Ahora bien, la novedad más sorprendente de esa segunda mitad del siglo XV fue la carta enviada en 1461 por el papa Pío II Piccolomini al sultán Mehmed II. Misiva doblemente insólita, fue enviada al mismo tiempo en que preparaba una cruzada contra el sultán y en ella el papa ofrece al enemigo jurado de la cristiandad reconocerlo como emperador siempre que se convierta al catolicismo. El paladín de la lucha contra los turcos propone legitimar las conquistas del sultán, reconocerlo como sucesor de Constantino, si aceptaba el bautismo: «Si quieres extender tu dominio a los pueblos cristianos –le escribió– y hacer tu nombre glorioso entre todos, no necesitas oro, ni armas, ni soldados, ni barcos. Una pequeñez bastaría para convertirte en el más grande, el más poderoso y el más ilustre de los hombres que hoy viven: unas gotas de agua para bautizarte, iniciarte en el rito cristiano y a la fe en el Evangelio. Si lo haces […] te llamaremos emperador de Grecia y Oriente, y las tierras de las que te has apoderado por la fuerza y que detentas hoy sin derecho alguno se convertirán en propiedad legítima».

Para comprender cabalmente la propuesta no hay que olvidar que en el mundo occidental se insinúa con regularidad que los turcos son los herederos de los grandes imperios del pasado. No sólo asimilaron la mayor parte de los reinos conocidos en la Antigüedad, sino que heredaron las virtudes del ejército romano. Tras reconquistar uno tras otro los países que habían estado bajo la órbita de Roma, el ejército otomano parece resucitar el programa imperial; no sólo eso, sino que parece capacitado para  ampliar aun más sus límites. En el siglo XV todavía pervive la esperanza imperial. Debe establecerse un emperador que preparará la segunda venida de Cristo. Resulta característico, por ejemplo, que Carlos VIII, al entrar en Nápoles en 1495, se haga aclamar como rey de Francia, emperador de Constantinopla y rey de Jerusalén.

Se trata, en efecto, de reunir Oriente y Occidente. En el curso del siglo XVI, un texto bíblico goza de una gran popularidad y se ve sometido a diversas interpretaciones, la Profecía de Daniel. La historia es conocida: el rey de Babilonia, Nabucodonosor, tiene un sueño cuya interpretación nadie parece capaz de darle. Presentado al rey, el joven Daniel resuelve el enigma. A partir de ese texto, según Lucette Valensi (Venise et la Sublime Porte), se funda la concepción de las cuatro monarquías como secuencias de la historia del mundo. A las monarquías paganas (asirio-babilónica, persa, griega y romana) debía suceder el establecimiento último del Reino de Dios sobre la tierra. El rabino Isaac Abravanel identificó, a finales del siglo XV, el Imperio otomano como la última monarquía. Apoyándose también en el Libro de Daniel, Francesco Meleto, hijo de un comerciante florentino-boloñés y de una esclava rusa, difunde en Florencia la profecía. Se inspira en conversaciones mantenidas con judíos y musulmanes en el transcurso de sus viajes de negocios a Constantinopla. Anuncia la conversión de los judíos, la de los musulmanes y la renovación de la Iglesia al mismo tiempo. Tras ello llegarán la salvación universal y una era de paz y felicidad. Está, por último, el famosísimo libro de Guillaume Postel, De la république des Turcs, en el cual, tras una extensa descripción del Imperio turco, el autor presenta a Turquía como modelo de monarquía universal cuyo excepcional éxito intenta comprender. Los testimonios de la época siguen refiriéndose a Estambul como Constantinopla, incansablemente comparada con Roma; y se continúa viendo en ella a la antigua capital del Imperio romano. No sólo posee una posición estratégica a todas luces privilegiada, sino la vocación de gobernar Oriente y Occidente, ser la capital del mundo entero. En 1503, Andrea Gritti se extasió ante la belleza de la ciudad: «Se considera el emplazamiento de la ciudad, por las temperaturas, por los dos mares que la protegen a ambos lados, por la belleza de las tierras vecinas, como el más hermoso y feliz no sólo de Asia sino del mundo». Casi un siglo después, Donà repite lo mismo y describe también la posición ventajosa de Estambul entre Asia y Europa, «la excepcional belleza» de su emplazamiento y admite que el espectáculo de la ciudad «es verdaderamente lo más hermoso que puede verse en el mundo». Su prolija descripción de la ciudad, al tiempo que trasluce la obsesión por la monarquía universal que el turco podría realizar, refleja la imagen que el propio sultán quiere ofrecer de su posición: es señor de los dos mares y las dos tierras –la fórmula acuñada en la moneda imperial–, está por encima de todos los hombres y todas las cabezas coronadas, es la sombra de Dios sobre la  tierra. A su capital, la Sublime Puerta, la llama «sede de la felicidad».

Estas «Voces de Estambul», con obras vocales y músicas instrumentales (otomanas, griegas, sefardíes y armenias) en torno de la Sublime Puerta (o la corte otomana de esa Puerta de la Felicidad), son la continuación de nuestra primera grabación dedicada a las músicas instrumentales del Estambul otomano, sefardí y armenio de la época de la publicación del Libro de la ciencia de la música del príncipe moldavo Dimitrie Cantemir. A lo largo de las múltiples investigaciones que hemos tenido que hacer sobre la música, la cultura y la historia de los turcos, hemos sido cada vez más conscientes de la asombrosa ignorancia que existe en Occidente acerca de la historia y la civilización otomana.

Como muy bien señala Jean-Paul Roux en su Histoire des Turcs, «sabemos de los turcos más de lo que sospechamos, pero nada liga todos esos conocimientos». De la escuela recordamos que en 1453 tomaron Constantinopla, que Solimán el Magnífico fue aliado de Francisco I de Francia contra la hegemonía de Carlos V o que en 1572 la flota cristiana infligió una terrible derrota a los turcos en la batalla de Lepanto. El gran Miguel de Cervantes, que perdió la mano izquierda en Lepanto, evoca magistralmente el mundo otomano en La gran sultana (1615). Por Racine, conocemos al sultán Bayaceto; por Molière y su El burgués gentilhombre, las turqueries que seguirán estando de moda en el siglo XVIII. Larga es la lista de los autores que nos han hecho soñar con las leyendas y el mundo otomanos: de Théophile Gautier a Anatole France, de Lully a Mozart, de Pierre Loti a Victor Hugo, sin olvidar las frases de Lamartine o Nerval, ciertos cuadros de Ingres y Delacroix… y los tapices de Bellini, Lotto, Holbein, fabricados en Turquía en los siglos XV, XVI y XVII. Numerosas referencias procedentes del modo de vida y los objetos turcos forman parte de nuestra vida cotidiana. Los kioscos, pequeños pabellones que los turcos llaman köşk. El tulipán, importado del Bósforo por los holandeses, toma su nombre de la forma de turbante, tülbent. Comemos con frecuencia alimentos turcos, y no sólo los pinchos que los turcos llaman shish kebab (şiş kebap). El gusto por el café y los cruasanes (con la forma del emblema que adornaba la bandera de los sitiadores) se puso de moda tras un asedio de Viena por los otomanos, y el yogur (yoğurt), definido como el «alimento nacional de los montañeses búlgaros», es conocido desde tiempos inmemoriales entre los nómadas de las estepas y su nombre se deriva de las expresiones turcas yoğun, “denso o espeso” o yoğunluk “densidad” y yoğurmak “amasar”. Nuestro imaginario incluye también las palabras serrallo, harem, odalisca, cimitarra, los cuadros de los orientalistas, el viento de las arenas… Pasamos así de un repertorio de hechos muy poco conocidos a una sucesión de visiones irreales, más o menos transformadas al albur de nuestra fantasía…

Sin embargo, la realidad es diferente. Los turcos son dos mil años de historia que se extienden del Pacífico al Mediterráneo, de Pekín a Viena, Argel y Troyes. Han entremezclado su destino con el de todos, o casi todos, los pueblos del mundo antiguo: Atila y los hunos, el imperio de los tabgach en la China del norte; un reino judío en la Rusia meridional; la fundación de Samarra, capital abasí; la coexistencia pacífica de todas las grandes religiones en el Asia central uigur; los selyúcidas de Irán; Gengis Jan y la hegemonía mongol; los mamelucos de Egipto; la Rusia vasallizada durante dos siglos por la Horda de Oro; Tamerlán; el Renacimiento timúrida en Samarcanda, en Herat; el Imperio otomano, primera potencia mundial en el siglo XVI; Babur Chab Shah y la fundación del imperio de la India; Atatürk y la revolución nacional en Turquía.

Desde el inicio del siglo XVI hasta su desaparición, el imperio de los sultanes fue parte activa en la política europea. Ni en la vida ni en la música fueron Turquía y Europa mundos separados, replegados en sí mismos, impermeables el uno al otro. Como subraya Jean-François Solnon (Le turban et la stambouline), indiferentes en un primer momento, luego los dos mundos sintieron curiosidad por el otro, quedaron seducidos, incluso fascinados, y al final se abrieron a influencias recíprocas. La Sublime Puerta jugó desde el siglo XVIII la carta de la occidentalización y la Turquía de Mustafá Kemal la culminó sistematizando la labor emprendida, erigiendo a Europa como modelo pero sin renegar de sus propias raíces.

El mensaje de esas maravillosas y fascinantes músicas vocales e instrumentales otomanas, en diálogo con las de músicos griegos, sefardíes y armenios en torno a la Sublime Puerta, nos recuerda que en el Imperio otomano hubo holgada libertad religiosa para los no musulmanes: griegos ortodoxos, cristianos y judíos pudieron seguir practicando su fe en tierra del islam, del mismo modo que la multiplicidad de las lenguas habladas transformó las ciudades otomanas en otras tantas torres de Babel.

JORDI SAVALL
Basilea, 19 septiembre 2011

Traducción: Juan Gabriel López Guix

Musica Aeterna – Gil Vicente

Emissão do Musica Aeterna de 22-Setembro-2012. Antena 2, 14h00-16h00

Em época do ano próspera em festas e romarias um pouco por todo o país em honra de santos padroeiros, assinala-se, através do cruzamento entre o “Auto da Feira” e a Bartholomew Fair de Ben Jonson, a efeméride dos 450 anos da “Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente”. Transmitir-se-á uma recitação do dramaturgo inglês dita pelo actor Ralph Fiennes e repertório de Pedro de Escobar, Joan Cererols, William Byrd, Orlando Gibbons, Juan Urrede, John Coprario, Diego Ortiz, Juan del Enzina e de autores anónimos. João Chambers

O ano de 1562 assinala a edição da “Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente”, sobre cuja vida, não obstante alguns estudos desenvolvidos nesse âmbito, se conhecem poucos pormenores. Apelidado, de forma errónea, como “pai do teatro português”, Mestre Gil, que não apenas a tradição local diz ter nascido em Guimarães, trabalhou, porventura, também como ourives, julgando-se ser ele o autor da valiosa “Custódia de Belém”, obra-prima, de ouro e de esmalte, da arte decorativa manuelina, hoje patente no Museu Nacional de Arte Antiga. Não cabe neste programa apresentar as razões pelas quais se deve rejeitar a paternidade vicentina da dramaturgia no nosso país, bastando para tal invocar que, muito dificilmente, teria começado a escrever sem estar alicerçado num qualquer tipo de legado medieval, como sucedeu, aliás, de modo já comprovado, com os seus homólogos europeus. Na verdade, o certo é que, oriundas dos reinados de D. Manuel e de D. João III, chegaram até nós quarenta e quatro peças concebidas, as quais acabaram por ser publicadas, a título póstumo, pelos filhos Luís e Paula, na data atrás referida, ou seja, há precisamente quatro séculos e meio. Respeitando uma jamais concluída classificação proposta pelo pai, os irmãos dividiram-nas em cinco livros diferentes, a saber: o primeiro dedicado às obras de devoção, o segundo às comédias, o terceiro às tragicomédias, o quarto às farsas e, por último, o quinto, sem designação, que inclui pregações, trovas, cartas e salmos. Ana Margarida Flor/João Chambers. Via.

The Cure – Just Like Heaven

The Cure – Just Like Heaven @ Reading Festival 2012

The Dormition of the Theotokos


Icon of the Dormition of the Theotokos by El Greco, 16th century (Cathedral of the Dormition, Ermoupolis)

Lawrence Brown, Trombonist with Duke Ellington

Lawrence Brown was born August 3, 1907 in Kansas. He began his career with Charlie Echols and Paul Howard. In 1932 he joined Duke Ellington. His great technical command of the instrument, with its “creamy tone, neurotic vibrato and range” was featured with Ellington’s band every year in compositions such as “Blue Cellophane” and “Golden Cress,” (Carr, Fairweather, & Priestly) Brown left Ellington’s band in 1951 to join a band led by ex-Ellington sideman Johnny Hodges, where he stayed until 1955. After leaving Hodges, Brown took a position for CBS playing studio sessions for five years. Brown rejoined Ellington in 1960 and stayed with him until 1970. After leaving Ellington’s band Brown quit performing for good. He died in Los Angeles on September 5, 1988.Via.