Archive for the ‘ Concerto ’ Category

V Ciclo de Concertos “Som das Musas” em Vila Flor

No ano em que se comemoram os 750 anos do nascimento do Rei Trovador, realiza-se a 5ª edição do “Festival Som das Musas”, entre 11 e 13 de Novembro, oom direcção artística e musical de Pedro Caldeira Cabral.
D. Dinis, Rei Poeta, aquando da sua passagem por este burgo até então denominado por “Póvoa d´Álem Sabor”, ficara encantado e rendido à beleza da paisagem e, em 1286, carinhosamente a re-baptizou de “Vila Flor”. Cerca de 1295, D. Dinis manda erguer, em seu redor, em jeito de protecção, uma cinta de muralhas com 5 portas ou arcos. Resta o Arco de D. Dinis, monumento de interesse público.

Foto retirada de http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/

Programa

Música em São Roque – Ensemble Vocal Introitus

Época de Ouro da Polifonia Ibérica
Tomas Luis de Vitoria nos 400 anos da sua morte
Igreja do Instituto de São Pedro de Alcântara | 6 de Novembro de 2011 | Ensemble Vocal Introitus
in Notas ao Programa:
Escreve o cronista D.Nicolau de Santa Maria que, depois de Filipe II ter assistido às cerimónias da Semana Santa no Escorial, perguntou ao Capelão-mor da sua corte: “Que vos parece? Hauerá por ventura em toda a Christandade Igreja ou Mosteiro, em que se fação os officios diuinos com a perfeição com que se fazem neste meu Escorial? Respondeo o Bispo: Se Vossa Magestade me der licença direi aonde os vi, & ouui fazer tão bem, & melhor. El Rey admirado da resposta perguntou: E aonde? Disse o Bispo: Com licença de Vossa Magestade, em o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em Portugal, que he de conegos Regrantes de S.Agostinho”
Este é um dos episódios que mostra o alto nível de qualidade da música que se compunha e interpretava em Portugal durante o século XVII.

Concerto – 300 anos da Igreja do Menino Deus

A Música Sacra no tempo de D. João V (Compositores de 1711 a 1750)
Igreja do Menino Deus | 4 de Novembro de 2011, 21:00h | Entrada livre
Programa:
João Rodrigues Esteves: “Pinguis est Panis”
Johann Sebastian Bach: Ária “Schlummert ein, ihr matten Augen”
G.Ph.Telemann: Cantata “Ihr Völker hört” (Am Feste der heiligen drei Könige)
Johann Sebastian Bach: Sonata em Si bemol Maior, BWV 1021 Adagio/Vivace/Largo/Presto
João Rodrigues Esteves: “Regina Caeli Laetare”
La Nave Va – Ensemble Barroco
Maria Luísa Tavares, Mezzo-Soprano | Armando Possante, Barítono | António Carrilho, Flauta de Bisel | Edoardo Sbaffi, Violoncelo | Jenny Silvestre, Cravo

300 ANOS da IGREJA DO MENINO DEUS: 1711-2011
A Igreja do Menino Deus é uma obra de grande importância histórica e patrimonial. Localizada no Largo do Menino Deus, meio escondida na encosta nascente da Colina do Castelo, este templo é praticamente desconhecido da maior parte dos lisboetas. Mas a sua notável qualidade e originalidade arquitectónica, aliada ao facto de ser uma das raras igrejas que escapou intacta ao grande terramoto de 1755, fazem dela um verdadeiro marco da Arquitectura Barroca nacional. A concepção da obra está atribuída ao Arquitecto Real João Antunes (1642-1712), autor de obras de referência como a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa.
Foi no dia 4 de Julho de 1711, que o Rei D. João V, acompanhado dos Infantes, seus irmãos, D. António e D. Manuel, conjuntamente com vários membros da Casa Real, lançou a primeira pedra da igreja. A construção prolongou-se durante 26 anos tendo ficado concluída em 1737, data em que foi sagrada. No dia 25 de Março, o mesmo Rei D. João V, transferiu a imagem “milagrosa” do Menino Deus da Igreja da Ordem Terceira de S.Francisco de Xabregas. Na cerimónia da inauguração, o Rei foi acompanhado em procissão nocturna, com tochas acesas, pela população da capital e pelo jovem Príncipe D. José, seu filho, e os irmãos Infantes D. António e D. Manuel. Depois de colocada a imagem na capela-mor, se cantou o Te Deum “com excelente música de instrumentos e vozes” como nos descreve a Gazeta de Lisboa.

Nave e Capela-mor com embutidos de pedraria (embrechados) | Foto: Fernando Jorge, 2011
Ao observarmos a frontaria da igreja vemos que não está concluída, faltando-lhe o remate de frontão e as torres campanário. Mas o interior é um perfeito e completíssimo exemplo da Arquitectura portuguesa do início do séc. XVIII. Espera-nos um verdadeiro espectáculo da obra total do Barroco. O espaço é amplo, à maneira de grande salão, com cantos cortados o que confere à igreja uma peculiar forma oitavada. As paredes são integralmente revestidas de pedra e com magníficos embutidos de pedraria de várias cores.
Nesta igreja a talha dourada está limitada aos retábulos dos oito altares laterais onde se integra um conjunto de boas pinturas de André Gonçalves (1685-1762) e do pintor espanhol André Ruvira executadas por volta de 1730. O retábulo da capela-mor, em mármore, é do italiano João António Bellini, de Pádua; ao centro, em pequeno nicho, vemos a imagem do Menino Jesus, devota dos populares e que, segundo a tradição, já existia no local sendo conhecida por Menino Deus. A Capela-mor é ainda adornada com duas belas telas trilobadas: um “São Francisco Despojado dos Hábitos Seculares” de Vieira Lusitano (1699-1783) da década de 1730, e um “Trânsito de São Francisco” atribuído ao italiano Francesco Pavona. A arte da pintura do Menino Deus fica completa com o esplêndido tecto pintado, obra de parceria entre Vitorino Manuel Serra, João Nunes Abreu, Jerónimo da Silva e André Gonçalves, representando arquitecturas em tromp-l’oeil e, ao centro, painel com a “Ascensão de São Francisco com as Virtudes”.
As obras foram erguidas com esmolas públicas e ajuda do Rei. O edifício conventual ficou destinado a recolhimento das Franciscanas Mantelatas da Ordem Terceira de S. Francisco de Xabregas.
Actualmente na parte conventual funciona o Centro Social do Menino Deus, gerido por uma Congregação de São José de Cluny, frequentado diariamente por cerca de 170 crianças. A igreja já foi alvo de restauro.
Para quem ainda não conhece este deslumbrante e raro monumento de Lisboa, aconselhamos que o venha descobrir no ano em que celebra 300 anos. Via.

 Tecto da nave com pintura ilusionista em tromp-l’oeil | Foto: Fernando Jorge, 2011

Machina Lirica Duo

Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves continua a oferecer-nos excelentes programas musicais. No passado domingo 22 tivemos a estreia em Portugal da deliciosa cravista francesa Élisabeth Joyé, num recital intimista e sem mácula, com um programa impressionista de pouco mais de uma hora. Tocou peças da escola francesa do século XVIII (posterior aos anos do Rei Sol), nomeadamente François Couperin, François Dagincourt e Jacques Duphly. De registar ainda que Elisabeth Joyé estudou em Amesterdão com Bob van Asperen, Gustav Leonhardt e Jos van Immersel.

Enquanto aguardamos com expectativa as 6 Sonatas em trio BWV 525 a 530o de Johann Sebastian Bach (1685-1750) pelo Ludovice Ensemble a 18 de Novembro, temos já no próximo dia 2 de Novembro às 19:00 o Programa “Iberia” com o Machina Lirica Duo (Monika Streitová, Flauta – Pedro Rodrigues, Guitarra), cujo programa pode ser consultado no site da Antena Dois, que transmitirá ambos os concertos.

Eborae Mvsica – Os Mestres do Século de Ouro pelo Stile Antico

Integrado nas XIV Jornadas Internacionais “Escola de Música da Sé de Évora”, O Grupo inglês Stile Antico apresenta-se novamente em Portugal, amanhã dia 4 de Outubro às 21:00 na Sé de Évora, com um Programa a não perder:

Commissa mea pavesco de Filipe de Magalhães (1571 – 1652); Jubilate Deo de Cristóbal de Morales (ca. 1500 – 1553); Missa Gaudeamus: Kyrie de Tomás Luis de Victoria (1548 – 1611); Missa Gaudeamus: Gloria de Tomás Luis de Victoria; Audivi vocem de caelo de Duarte Lobo (ca. 1565 – 1646); Surge Propera de Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525 – 1594); Missa Surge Propera: Sanctus de Tomás Luis de Victoria; Missa Surge Propera: Benedictus de Tomás Luis de Victoria; Turbae quae precedebant de Manuel Cardoso (1566 – 1650); Simile Est Regnum de Francisco Guerrero (1528 – 1599); Missa Simile Est Regnum: Agnus Dei de Tomás Luis de Victoria; Pater peccavi de Duarte Lobo e Laetatus Sum de Tomás Luis de Victoria. Via.


Pour toi seule, aimable Inès

Foi um privilégio ter assistido a este Concerto para Inês, brilhantemente idealizado por Miguel Jalôto, que dirigiu o mui competente Ludovice Ensemble, no âmbito do Festival Cistermúsica, Alcobaça.
Este pequeno excerto do texto do monge cisterciense Louis-Adrien du Perron de Castera (1705-1752) pertence à tradução para francês de “Os Lusíadas”, de 1735. A declamação da actriz Louise Moaty foi pungente e o espectáculo muito comovente.

“Belle Ynès tu étoîs dans une solitude agréable
sur la rive du Mondego;
ta bouche ensengnoit aux échos des forêts & des montagnes
le nom chéri que tu portois gravé dans ton cœur,
le nom de ton Prince, dont la présence
faisoit tes délices , & dont le moindre éloignement
te coutoit tant de larmes!”
La Lusiade […] – 1735 | Louis-Adrien du Perron de Castera (1705-1752)

Out Jazz 2011 – Júlio Resende Trio

Quando entrei esta tarde no Jardim da Estrela para assistir ao concerto do Júlio Resende Trio, percebi porque demorei uma eternidade para estacionar: nunca tinha visto tanta gente no Jardim! Ao chegar ao Coreto, um dos spots do Out Jazz 2011, já ia a meio o cover de Shine on You Crazy Diamond, dos Pink Floyd; outro que não conhecia era este cover de Airbag dos Radiohead. Genial !!


Cristiano Holtz

Concerto Aberto Antena 2 – Transmissão em directo hoje às 19:00
Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves | Cristiano Holtz, recital de cravo

Apresentaçao do CD
G. Haendel | Suites de pieces pour le clavecin
J.S. Bach | Phantasie
G. Haendel | Allemande, air con variatios, minuet, suite en mi, passacaglia en sol.
Cravo: G.Silbermann, Saxonia circa 1740, construido por M.Kramer -Rosengarten 2010
Cristiano Holtz
Cristiano Holtz nasceu no Brasil em 1972. Inspirado por J. S. Bach, iniciou o estudo do cravo aos 12 anos. Aos 15, foi para os Países Baixos, onde viveu 10 anos, estudando sob a orientação de vários professores, tais como Jaques Ogg e Gustav Leonhardt. Frequentou também masterclasses com Miklós Spanyi (clavicórdio) e Pierre Hantaï (cravo).
Desde 1989 que toca regularmente em salas na Europa, América Latina, Ásia e em festivais internacionais, sobretudo como solista. Orientou masterclasses em Portugal, Brasil e Singapura. Para além do cravo e do clavicório, dá também recitais em órgãos históricos. Em 1995 ganhou um prémio no Concurso Eldorado em São Paulo.
Participou em diversas gravações para a rádio e televisão portuguesa e brasileira. Em 2002 gravou um disco com obras para teclado de J.S. Bach e música de câmara de G. F. Händel e A. Vivaldi, no âmbito da «Porto – Capital Europeia da Cultura», em associação com o jornal Público. Em 2006 Cristiano Holtz gravou as suites de J. Mattheson (estreia mundial) para a editora RAMÉE. Este disco obteve vários prémios internacionais como o “Preis der Deutschen Schallplattenkritik” e as 5 estrelas da revista especializada em música antiga – Goldberg.
Actualmente vive em Lisboa e lecciona no Instituto Gregoriano e no Conservatório Nacional de Música. Via.

Jordi Savall e Dimitri Psonis na Igreja de St. Maria do Castelo

Foi muito intimista, o concerto de ontem na Igreja de St. Maria do Castelo, integrado no 17º Festival Internacional de Música de Castelo Branco e do qual já aqui tinha dado nota. O ideal, como dizia hoje um amigo, seria se houvesse menos luz; No entanto, a posição privilegiada em que me encontrava permitiu gravar a maior parte das peças em vídeo, apesar da fraca expectativa em relação à qualidade do produto final; Ainda assim, tenciono partilhar o que puder no tubo. No final, tive ocasião de cumprimentar os músicos e constatar que Savall é de facto um ser humano luminoso e afável.

Várias vezes destruída ao longo dos séculos e sucessivamente reedificada, a igreja de Santa Maria do Castelo, localizada no interior da primitiva alcáçova, é actualmente o resultado de inúmeras intervenções arquitectónicas.
Desconhecemos a data da sua fundação, sendo certo que já existia em 1213, pois a igreja aparece referenciada nessa data, no foral de Pedro Alvito.
Na centúria de seiscentos, tal como aparece na planta da vila, a igreja apresentava ainda uma traça tipicamente românica, de planta rectangular com abside arredondada. Esta essência românica conservar-se-ia pelo menos até ao início do século XVIII, segundo as descrições no Tombo da Ordem, de 1706.
Apesar de ter sido muito afectada por sucessivos confrontos nos séculos XVII e XVIII (1640 – Guerra da Independência; 1704 – Guerra da Sucessão de Castela; 1762 – Invasões Franco-Espanholas e 1807 – Invasões Francesas), foram sobretudo as obras realizadas no último quartel do século XIX que contribuíram para a descaracterização da traça original, deixando apenas vestígios na fachada Norte, que ficou parcialmente soterrada.

“O portal principal, guarnecido com círculo de meia laranja em pedra, fundado em quatro colunas – obra antiga que dizem ser dos templários, com uma janela exterior. Porta travessa a Sul e seis frestas gateiras três por cada banda que dam luz à dita igreja… No interior, um coro situado sobre a porta principal o qual ao prezente esta de todo arruinado”

Primavera Musical

PRIMAVERA MUSICAL 2011 – 17º Festival Internacional de Música de Castelo Branco

18 de Abril – 21h30 | Governo Civil de Castelo Branco | BRODSKY QUARTET (quarteto de cordas)
20 de Abril – 21h30 | Governo Civil de Castelo Branco | MIAR DOS GALOS
22 de Abril – 18h00 | Igreja de St. Maria do Castelo | JORDI SAVALL C/ Dimitri Psonis
Concerto dedicado a Amato Lusitano, nos 500 anos do seu nascimento
ORIENTE – OCIDENTE | Diálogo da Música Antiga e da Música do Mundo
PROGRAMA
Alba (Rebab & Percussão) – Traditional (Castellón/Berber)
Danza del Viento – Sefardita/Andaluzia
Saltarello (CSM 77-119) – Alfonso X O Sábio
Istampitta: La Manfredina – Trecento mss. (Itália, Século XII)
Makam ‘Uzäl Sakil “Turna” – Mss. de Kantemiroglu (Turquia)

La Quarte Estampie Royal – Le manuscrit du roi (Paris, Século XII)
Nastaran (Naghma instr.) – Traditional (Afeganistão)
Yo me enamorí d’un ayre – Sephardic (Alexandria)
Der Makam-i Hüseynï Sakïl-i A^ga Riza – Mss. Kantemiroglu, (Turquia)

Rotundellus (CSM 105) – Alfonso X O Sábio
La Seconde Estampie – Le manuscrit du roi (Paris, Século XII)
A la una yo nací – Sephardic (Sarajevo)
Lamento di Tristano – Trecento mss. (Italy, Século XII)
Danza de las Espadas – Traditional (Andaluzia)
El Rey Nimrod – Sephardic (Istanbul)
Danza ritual – Traditional (Berber/Andaluzia)
Chahamezrab – Traditional (Persia)
Ductia (CSM 248) – Alfonso X O Sábio
Saltarello – Trecento mss. (Itália Século XII)
6 de Maio – 21h30 | Governo Civil de Castelo Branco | RICARDO ROCHA (guitarra portuguesa)
8 de Maio – 17h00 | Conservatório Regional de Castelo Branco | ENSEMBLE CONTRAPUNCTUS
2 de Junho – 21h30 | Cine-Teatro Avenida | “A VIÚVA ALEGRE”, ópera de F. Lehár
Escola Superior de Artes Aplicadas