Para assinalar os 300 anos da publicação do Livro I BWV 846-869, escrito em Weimar em 1722, o Musica Aeterna dedicou uma emissão à leitura de Cristiano Holtz, cravista brasileiro, último aluno do saudoso Gustav Leonhardt, que se encontra radicado em Portugal e exerce a actividade docente no Instituto Gregoriano de Lisboa.
No ducentésimo sexagésimo segundo aniversário da morte de George Frideric Handel [1685-1759], o terceiro andamento Allemande da Suite nº 3 em Ré menor HWV 428, com Cristiano Holtz no cravo.
Na passagem do ducentésimo trigésimo segundo aniversário da morte de Carl Philipp Emanuel Bach [8 Março 1714 – 14 Dezembro 1788], a Sonatina em sol maior (In 2 Sonaten), Wq. 63/7, extraída do conjunto “Seis Sonatine Nuove, Hamburgo 1786.
A emissão do Musica Aeterna dedicada aos hoje assinalados 300 anos do nascimento de Carl Philipp Emanuel Bach pode ser escutada na Antena 2 no próximo domingo 9 de Março, entre as 10h00 e as 12h00.
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Músico e compositor alemão, segundo filho de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach, Carl Philipp Emanuel Bach [8 Março 1714 – 14 Dezembro 1788] ingressou com dez anos na Escola de São Tomé em Leipzig, onde o pai em 1723 se havia tornado cantor. Continuou depois a sua educação como estudante de jurisprudência nas universidades de Leipzig, mas em 1738, depois da sua graduação, passou a dedicar-se definitivamente à música.
Foi um dos compositores mais influentes em sua geração. De 1740 a 1768 esteve em Berlim, a serviço da corte de Frederico, o Grande.
Em 1768, C.Ph.E. Bach sucedeu ao seu padrinho Georg Philipp Telemann como mestre de capela em Hamburgo, e, em consequência do seu novo ofício, passou a dedicar-se com mais atenção à música sacra. A sua obra inclui oratórias, pelo menos três volumes de canções, várias sinfonias e música de câmara. Durante o período que esteve em Berlim escreveu um conjunto de Magnifcat em que aparecem traços da influência de seu pai, uma Cantata de Páscoa e algumas cantatas seculares. Nessa época ele era um dos mais habilidosos e reconhecidos executantes de instrumentos de teclas da Europa. O clavicórdio, o instrumento da sua preferência, sofreu uma breve queda na sua popularidade na Alemanha, em meados do século XVIII, antes de ser de facto suplantado gradualmente pelo pianoforte.
Durante a segunda metade do século XVIII, a reputação de C.Ph.E. Bach permaneceu muito alta. Mozart disse a seu respeito, “Ele é o pai, nós somos os filhos”. A maior parte da formação de Haydn derivou de um estudo da sua obra. Beethoven expressou acerca dele a mais cordial admiração e respeito. Isto deve-se principalmente às suas Sonatas para cravo, que marcam uma época importante na história da forma musical.
Carl Philip Emanuel Bach participou intensamente do movimento musical de seu tempo, contribuindo para a criação de um estilo musical que se foi afastando cada vez mais do Barroco.
Considerado o fundador e precursor do estilo clássico na música erudita, C.Ph.E. Bach morreu em Hamburgo em 14 de dezembro de 1788. Texto de Luís Ramos
O cravista brasileiro residente em Portugal Cristiano Holtz decidiu dedicar o seu último CD à música de Handel, seleccionando as suites nºs 3, 7 e 8 do primeiro volume das “Suites de Pièces pour le Clavecin” (1720-25), a suite V do segundo volume (1727) e peças como o “Air” HWV 471 (da colecção de minuetos de 1729), o encantador Minueto em Sol menor HWV 434 e a Sonatina HWV 582.
Um recital ao vivo na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, em Maio, serviu de apresentação ao projecto, que vem confirmar a segurança do intérprete, bem como o seu espírito criterioso em matéria de repertório, tendo em conta que a excelente música para cravo de Handel ocupa um lugar mais reduzido na discografia do que a obra dos seus contemporâneos J.S.Bach, Domenico Scarlatti ou Rameau.
O cravo com graves poderosos (graças ao registo de 16 pés) construído por Matthias Kramer a partir de modelos de Christian Zell (c.1683-1763) e Johann Christoph Fleischer (1676-c.1728) contribui para a riqueza da imagem sonora de um registo que proporciona uma diversificada amostra em termos de técnicas de composição, estilos e recursos expressivos.
As suites de Handel nem sempre seguem o modelo convencional na sucessão de danças, contendo por vezes prelúdios e andamentos em escrita fugada como os “Allegri” HWV 433 e 428, que Holtz executa com uma “toucher” brilhante e uma polifonia clara. Nas Gigas ou o “Presto” da Suite HWV 428, mostra agilidade e desenvoltura, contrastando com a profunda introspecção expressiva do “Air” da mesma Suite e a elegância das “Allemandes”. Mesmo na exuberante Suite nº 7, HWV 432, Holtz prefere a dimensão majestosa da música, a arquitectura da construção, em detrimento de um virtuosismo superficial que apenas realçasse a vertente lúdica da composição.
A partir do texto de Cristina Fernandes para o Público de 12 de Agosto de 2011
Cristiano Holtz semble préférer à une intégrale (ou à son amorce) de la musique pour clavecin de Haendel une anthologie composée comme un menu dégustation : entre chaque Suite, issue du premier ou du second volume, figure en effet une petite pièce, ici un air, là un menuet, comme un entremet. Le choix des tonalités des quatre Suitesretenues, toutes en mineur, et accessoirement la photo de couverture, une fourchette cuivrée du XVIIIe siècle, donnent une idée de la saveur du repas : raffiné mais solide et sérieux, peu propice aux mélanges fantaisistes.
Le claveciniste brésilien sert en effet un Haendel majestueux et grave, fier de ses mouvements amples et mesurés dès le prélude de la Suite HWV 433 qui ouvre le programme. Dans ces épisodes d’allure improvisée (le stylus phantasticus de HWV 428) comme les allegros fugués, l’artiste avance avec assurance, guidée par une main gauche d’une rare stabilité. La volonté d’investir l’espace acoustique et de profiter d’un clavecin sonore, aux basses d’orgue, conçu d’après des instruments de Christian Zell et Christoph Fleischer s’illustre dans chaque pièce, y compris les gigues, plus préoccupées de surface que de jeu de jambes. Volontiers orchestral (presto de HWV 428) voire lulliste (ouverture de HWV 432) par son port royal, le jeu de Cristiano Holtz sait aussi évoquer le chant douloureux (l’intense Air de HWV 428 judicieusement placé au centre du disque) ou se laisser aller à la désinvolture narquoise (Menuet en sol mineur HMV 434).
Pierre Hantaï déclare que son ancien élève appréhende “l’œuvre pour clavecin de Handel avec une vraie profondeur, comme une grande et noble musique.” On ne saurait le contredire. Cette parution s’ajoute aux références : Olivier Baumont (Erato) et Ottavio Dantone (Arts). PAR PHILIPPE VENTURINI | LE RÉPERTOIRE DES CD DE A À Z | 21 JUILLET 2011 | Viahttp://www.qobuz.com/
Apresentaçao do CD
G. Haendel | Suites de pieces pour le clavecin
J.S. Bach | Phantasie
G. Haendel | Allemande, air con variatios, minuet, suite en mi, passacaglia en sol.
Cravo: G.Silbermann, Saxonia circa 1740, construido por M.Kramer -Rosengarten 2010 Cristiano Holtz
Cristiano Holtz nasceu no Brasil em 1972. Inspirado por J. S. Bach, iniciou o estudo do cravo aos 12 anos. Aos 15, foi para os Países Baixos, onde viveu 10 anos, estudando sob a orientação de vários professores, tais como Jaques Ogg e Gustav Leonhardt. Frequentou também masterclasses com Miklós Spanyi (clavicórdio) e Pierre Hantaï (cravo).
Desde 1989 que toca regularmente em salas na Europa, América Latina, Ásia e em festivais internacionais, sobretudo como solista. Orientou masterclasses em Portugal, Brasil e Singapura. Para além do cravo e do clavicório, dá também recitais em órgãos históricos. Em 1995 ganhou um prémio no Concurso Eldorado em São Paulo.
Participou em diversas gravações para a rádio e televisão portuguesa e brasileira. Em 2002 gravou um disco com obras para teclado de J.S. Bach e música de câmara de G. F. Händel e A. Vivaldi, no âmbito da «Porto – Capital Europeia da Cultura», em associação com o jornal Público. Em 2006 Cristiano Holtz gravou as suites de J. Mattheson (estreia mundial) para a editora RAMÉE. Este disco obteve vários prémios internacionais como o “Preis der Deutschen Schallplattenkritik” e as 5 estrelas da revista especializada em música antiga – Goldberg.
Actualmente vive em Lisboa e lecciona no Instituto Gregoriano e no Conservatório Nacional de Música. Via.
Jos d'Almeida é um compositor de música electrónica épico sinfónica, podendo este género ser também designado como Electrónico Progressivo. Na construção de um som celestial, resultante da fusão de várias correntes musicais, JOS utiliza os sintetizadores desde o início dos anos 80.
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