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Juan Crisóstomo Arriaga, o Mozart espanhol

O dia 27 de Janeiro possui uma curiosa coincidência na histórica da música: a de Juan Crisóstomo Arriaga [1806-1826], compositor  apelidado de Mozart espanhol por, tal como W.A.Mozart [1756-1791], ambos serem jovens prodígios e terem morrido precocemente. Acresce o facto de ambos terem nascido neste dia, com um intervalo de 50 anos.
Enviado pelo pai para Paris com apenas 15 anos de idade, o jovem Juan Crisóstomo foi discípulo de Luigi Cherubini [1760-1842] e, possivelmente em 1824, compôs os Três Quartetos de Cordas que dedicou ao progenitor.
No Verão de 2013, em Madrid, o Ensemble La Ritirata, com Josetxu Obregón no violoncelo e direcção musical, gravou para a Glossa o disco De Arriaga: The Complete String Quartets on Period Instruments, do qual fica o primeiro andamento do Quarteto de Cordas nº 2 em lá maior: Allegro con brio.


As suites de Bach, por Filipe Quaresma

Entrevistado por Pedro Boléo para a edição de 18 Novembro do Público, Filipe Quaresma, primeiro-violoncelista da Orquestra Barroca da Casa da Música fala do seu projecto de vida, a gravação das seis suites para violoncelo BWV 1007–1012, escritas por  Johann Sebastian Bach entre 1717 e 1723.

Para a gravação do duplo cd Bach Cello Suites, realizada no Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto, foi utilizado um instrumento histórico, o famoso violoncelo Domenico Montagnana, propriedade da Câmara do Porto e que se encontra no Museu Guerra Junqueiro. Um violoncelo do tempo de Bach, mas construído em Veneza há 300 anos, que pertenceu entretanto à grande violoncelista portuguesa Guilhermina Suggia.



Filipe Quaresma descreve as seis suites em detalhe: “Fala-se muito do sentido das suites, a primeira ligada à natividade, ao nascimento. A segunda é uma espécie de espiritualidade, meditação, procura, curiosidade, medo também. A terceira é a ascensão, em dó maior. A quarta, um magnificat, em mi bemol maior. A quinta realmente muito ligada à religião, com aquele prelúdio, com a crucificação. E a sexta suite a ressurreição ou paraíso. Mas eu posso ter uma ideia parecida: o nascimento de uma pessoa, a segunda a descoberta, os medos de quando começamos a andar e a cair, a terceira suite a nossa adolescência, a quarta talvez os nossos anos 30, a quinta ‘o que é que irá acontecer?’ e a sexta suite o final da nossa vida, e o que é que há para além da nossa vida. É uma descrição por palavras minhas”, diz o violoncelista, que quis que nesta gravação se sentisse a sua voz, mas sem competir com alguém, ou pôr-se à frente do compositor.

‘Concerto para violoncelo’, de Antonio Vivaldi

Na passagem do trecentésimo quadragésimo quinto aniversário sobre o nascimento de Antonio Vivaldi [4 Março 1678 – 28 Julho 1741],  o Concerto em Si menor (RV 424) dividido em três andamentos, tendo como solista o  violoncelista Christophe Coin, membro do quarteto de instrumentos de época Quatuor Mosaïques, num magnífico envolvimento orgânico com a orquestra inglesa de instrumentos de época The Academy of Ancient Music (AAM), fundada há meio século por  Christopher Hogwood [1941-2014]. 

Originalmente gravado em 1991,  este concerto para violoncelo integra o álbum Christophe Coin: Antonio Vivaldi – Cello Works, lançado esta semana pela Decca, com quase três horas de música.


‘Concerto grosso’, de Giovanni Benedetto Platti

Na passagem do ducentésimo sexagésimo aniversário sobre a morte de Giovanni Benedetto Platti [1697 – 1763], compositor do barroco italiano, discípulo de Francesco Gasparini [1661 – 1727], e que esteve mais de duas décadas ao serviço do príncipe-bispo Johann Philipp Franz von Schönborn na corte de de Würzburg, cidade alemã onde morreu neste dia 11 de Janeiro, fica o terceiro andamento do Concerto con Obligato Cello No. 8 em Ré Maior – Allegro.


Álbum: Platti: Concerti grossi after Corelli (Harmonia Mundi, 2008)
Orquestra: Akademie für Alte Musik Berlin · Solista: Sebastian Hess · Direcção: Georg Kallweit

‘Dutch Baroque School’ plays Bach

Violoncelista principal da Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam entre 1962 e 1968, Anner Bylsma [1934-2019] foi o grande pioneiro da interpretação historicamente informada com o violoncelo.
A parceria com Frans Brüggen [1934-2014] e Gustav Leonhardt [1928-2012] contribuiu para a divulgação do repertório barroco.
A sua gravação das Suites para violoncelo solo de Bach foi a primeira com instrumento de época.
Para um conhecimento mais pormenorizado do trabalho de Anner Bylsma, fica esta ligação (via Cristina Fernandes).

Johann Sebastian Bach – The Complete Sonatas For Flute and Continuo
Frans Bruggen, baroque flute | Gustav Leonhardt, harpsichord | Anner Bylsma, barockvioloncello