Posts Tagged ‘ Art Deco ’

‘Jeune fille en vert’, de Tamara de Lempicka

De Tamara de Lempicka [16 Maio 1898 – 18 Março 1980], pioneira no desenvolvimento do Movimento Art Déco, “Jeune fille en vert”, 1927-30.


René Lalique na Gulbenkian

Em dia de aniversário do nascimento de René Lalique [6 Abril 1860 – 1 Maio 1945], a Fundação Calouste Gulbenkian celebra o aniversário deste mestre da Arte Nova e Arte Deco com a reabertura da exposição dedicada ao artista, subordinada ao título René Lalique e a Idade do Vidro. Arte e Indústria – até 12 de Abril.

O núcleo Lalique da Colecção do Fundador reúne perto de 200 obras da sua autoria, incluindo joias, vidros, objectos de uso quotidiano e desenhos que, pela sua qualidade e homogeneidade, é considerado único no mundo.

As imagens são da Exposição que vi em 2016.


Tamara de Lempicka – A Rainha da Art Déco

Tamara de Lempicka [16 May 1898 – 18 Mar 1980] was a pioneer in the development of Art Deco, the most famous movement of her time, marked by the geometric motifs, bright colours and forthright forms of the 1920s aesthetic. The roots of this classic, symmetrical and linear style, which reached its peak between 1925 and 1935, can be traced back to prior movements like Cubism and Futurism, as well as to the influence of the Bauhaus. Lempicka was one of its outstanding representatives in the realm of the visual arts, for which she proved to be a true revolution.

O Palácio de Gaviria em Madrid acolhe a Exposição “Tamara de Lempicka – Reina del Art Déco”, organizada pela Arthemisia [ 5 Outubro 2018 – 26 Maio 2019]

The Girls, c.1930

The Polish Girl, 1933

The Blue Scarf, 1930

La Belle Rafaela, 1927

 

Lisboa precisa do Cinema Odéon

A Assembleia Municipal aprovou ontem uma moção com o objectivo de solicitar à Secretaria de Estado da Cultura a reabertura do processo de classificação do edifício, apesar de recentemente a Câmara ter dado parecer favorável ao pedido de informação prévia apresentado pelo proprietário do Cinema para o transformar numa galeria comercial com pisos de estacionamento, arruinando os interiores da sala, que está intacta!
Não sei se são boas notícias, mas é mais um passo na tentativa de reabilitar o Odéon para a cidade!

Ligações relacionadas:
Reportagem de Patrícia Pedrosa, incluída no ‘Portugal em Directo‘ de 22 Fev 2012.
Petição Lisboa precisa do Cinema Odéon.

O Odéon situa-se na Rua dos Condes, em frente ao lisboeta Olympia e ao lado do antigo Condes, agora Hard-Rock Cafe. Inaugurado em 1027, deve ter sido modernizado com as galerias metálicas, em 1931. Estas, salientes da fachada, muito decorativas com os seus rendilhados de vidros coloridos, quase apagam o desenho em clássico do edifício.
O interior é notável pela sua grande cobertura em madeira escura, pelo palco de frontão Art Deco, pelos bojudos volumes dos camarotes, pelo lustre central, irradiando néons.
Recordo um impressivo filme sul-americano sobre os célebres sobreviventes da queda de um avião andino. Depois de milhões de fitas de Sarita Montiel, e de deslizar para o inevitável porno, detém um recorde notável: ainda hoje funciona como cinema! 
José Manuel Fernandes, in Cinemas de Portugal, 1995

à grande vitesse pour la nouvelle année, s`il vous plaît!

Da magnífica Exposição «Art Déco, 1925» que hoje terminou na Gulbenkian, sendo impossível escolher a que melhor ilustra o Renascimento da Arte, as Portas de Brandt – autor do gradeamento que ligava o Grand ao Petit Palais -, simbolizam assim a entrada no Novo Ano. 🙂

Princípios que presidiram à organização da Exposição de 1925
Reunir numa exposição internacional, com a colaboração de artistas, industriais e artesãos, todas as artes decorativas: artes da madeira, da pedra, do metal, da cerâmica, do vidro, do papel, dos tecidos, etc., quer se aplicassem a objectos utilitários ou sumptuosos ou até mesmo à arquitectura.
– Não admitir nenhuma cópia ou pastiche, devendo os objectos expostos corresponder à modernidade. Contribuir assim para um verdadeiro renascimento da arte.
– Procurar definir a identidade e supremacia da produção francesa no âmbito do mercado internacional e assegurar a sua autoridade como árbitro do gosto e como produtor de artigos de luxo manifestamente produzidos num novo estilo moderno.
– Criar uma arte mais acessível, verdadeiramente democrática. Se até à data as obras modernas eram únicas, industrializadas e feitas em série, permitiriam servir um público economicamente alargado e mais modesto
.

Edgar Brandt - Portas de Elevador, c.1925 - Ferro forjado, vidro, bronze dourado e patinado, 240 x 85 cm (cada) © Fundação Calouste Gulbenkian / Foto: Carlos Azevedo

ART DÉCO
Designação dada na década de 1960 à expressão artística que surge no primeiro quartel do século XX, e que obteria grande sucesso no período entre as duas guerras, tempo de grande controvérsia, transformações sociais, tecnológicas, económicas e políticas.
Para muitos visitantes da Exposição das Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925, a impressão mais surpreendente era a de um mundo material que, embora ainda mantendo resíduos da tradição, tinha sido transformado pela introdução de novos materiais e novas técnicas, mas sobretudo pela linguagem visual, pela cor e pela iconografia.
Nos anos de 1920, os modelos decorativos tendem a simplificar as formas, a abandonar a aplicação de ornamentos tridimensionais e deram lugar a motivos abstractos, geométricos e de formas aerodinâmicas, inspirados pelo cubismo, construtivismo, artes primitivas exóticas, essencialmente a africana, e outras fontes «avant-garde».
A Art Déco cria, assim, uma estética decorativa mais compatível com os novos materiais e as tecnologias da produção em série, em vez de uma linguagem figurativa dependente do trabalho manual dos objectos de luxo tradicionais.
O formulário Déco expande-se nos finais de 1920 e na década de 1930 em países europeus e também nos Estados Unidos da América, onde é muito apreciado, chegando mesmo ao Japão e à China.
No entanto, cerca de 1927-1928, a Art Déco em França entrava já em declínio. Assistiu-se ao seu descrédito e à sua marginalização, que persistem até à década de 1960, altura em que os pós-modernistas e os comerciantes de arte a redescobriram no contexto da reacção ao Modernismo.

Entre as galerias de ferro e a Art Deco: O Odéon

Fachada do Cinema Odeon

O Odéon situa-se na Rua dos Condes, em frente ao lisboeta Olympia e ao lado do antigo Condes, agora Hard-Rock Cafe. Inaugurado em 1027, deve ter sido modernizado com as galerias metálicas, em 1931. Estas, salientes da fachada, muito decorativas com os seus rendilhados de vidros coloridos, quase apagam o desenho em clássico do edifício.
O interior é notável pela sua grande cobertura em madeira escura, pelo palco de frontão Art Deco, pelos bojudos volumes dos camarotes, pelo lustre central, irradiando néons.
Recordo um impressivo filme sul-americano sobre os célebres sobreviventes da queda de um avião andino. Depois de milhões de fitas de Sarita Montiel, e de deslizar para o inevitável porno, detém um recorde notável: ainda hoje funciona como cinema! José Manuel Fernandes, in Cinemas de Portugal, 1995

Dedicado ao meu amigo Paulo Ferrero!

Interior do Cinema Odeon

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