Arquivo de Maio, 2006

Morte de São Francisco, de Bartolomeo Carducho



Cada personagem, cuidadosamente pousada no lugar certo, como num presépio.

Os gestos e as expressões dos franciscanos, profundamente humanas, na prece e no sofrimento pela perda, em absoluto contraste com a vida que se extingue.

Os pequenos adereços, a frugalidade ascética destes homens…

Em contemplação

Exposição de Fotografia – Lúmen, de André Gomes: Núcleo I

A força invisível da mão que segura o corpo contorcido de Cristo, descido da cruz.

Um corpo que se abandona, mas que nunca mais deixará de ser habitado, primeiro fóssil luminescente, em seguida luz pura.

Este corpo é já vestígio, memória. Mas é também recomeço. Indício.
Caminho para a luz. Para o que é ígneo.

 

A evocação do fogo que arde sem se ver,
como uma paixão que se derrama numa intensidade luminosa.

Semelhante paixão (ou natureza) está contida na rocha, no sílex, que, raspado, produz faúlhas nos ramos retorcidos da árvore, combustível. 

Será talvez uma oliveira, talvez não.
Se for oliveira, então evoca a luz, a imortalidade, a relação cósmica, a morte e o monte famoso.

No MNAA, até ao próximo Domingo

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Postais de Lisboa

Com a construção do Passeio Público, agora Avenida da Liberdade, o novo centro de Lisboa passa do Rossio para a Rotunda.
Em 1917, dava-se início à construção da estátua de homenagem ao Marquês de Pombal, neste palco de momentos históricos, desde os combates no dia 5 de Outubro de 1910, passando pelo funeral dos liberais Miguel Bombarda e Cândido dos Reis, até à inesquecível noite de 14 de Maio de 2000, em que Iordanov pendurou um cachecol do Sporting no pescoço do Marquês…

Foto da esquerda, 12 de Agosto de 1917 – Início dos trabalhos de construção do Monumento ao Marquês de Pombal
Foto da direita, 11 de Maio de 2006 – Conclusão dos trabalhos de pavimentação da entrada do Túnel das Amoreiras

12 de Agosto de 1917 – Lançamento da primeira pedra do Monumento ao Marquês de Pombal

Dava-se assim continuidade ao programa de expansão de Lisboa para norte e estabelecia-se uma nova centralidade, com as Avenidas Novas a constituirem-se como a Lisboa do século XX.
Ironicamente, no início do século XXI, a construção do Túnel visa descentralizar a simbólica zona do Marquês, eixo central da entrada na cidade.

13 de Maio de 1934 – Duarte Pacheco na Cerimónia da Inauguração do Monumento ao Marquês de Pombal

Foto da esquerda, década de cinquenta:
vista da Avenida Fontes Pereira de Melo com Estátua do Marquês ao fundo, a partir do ainda e sempre fantástico terraço do Hotel Eduardo VII, na esquina com a Avenida António Augusto de Aguiar.
Foto da direita, 13 de maio de 2006: obras do troço do túnel com ligação à Avenida António Augusto de Aguiar.

O milésimo post do Luminescências é dedicado à memória da Semiramis.

Imagens pb retiradas do Arquivo Municipal de Lisboa – clique para ampliar

Tudo isto existe, Tudo isto é triste, Tudo isto é fado.

Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, puro agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de luz e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
Imagens captadas na SIC Notícias, sobre o lançamento do livro de Manuel Maria Carrilho
Poema Povo que lavas no rio, de Pedro Homem de Melo, eternizado por Amália Rodrigues
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Arte Pública em tons de verde

Desde muito pequeno que esta árvore está presente na minha memória.
Quando corria em volta, nas brincadeiras infantis.. mais tarde, noutras menos…
No passeio matinal de hoje, voltaram as recordações…
Fica o registo deste cedro, que só assim se chama devido ao odôr que exala, pois na realidade é um cipreste.

Terá sido plantado em meados do século XIX, pelo que deverá rondar os 150 anos.

Publicado originalmente no Sétima Colina.

Arte Pública em tons de verde

Desde muito pequeno que esta árvore está presente na minha memória.
Quando corria em volta, nas brincadeiras infantis.. mais tarde, noutras menos…
No passeio matinal de hoje, voltaram as recordações…
Fica o registo deste cedro, que só assim se chama devido ao odôr que exala, pois, na realidade, é um cipreste.

Terá sido plantado em meados do século XIX, pelo que deverá rondar os 150 anos.

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Quartos Imaginários

Nikias Skapinakis propõe-nos o exercício da visitação, através de duas dezenas de obras: Penetrar nos quartos de diversas individualidades ligadas às artes e literatura – imaginados por este Mestre da pintura portuguesa contemporânea – para uma melhor compreensão da arte.

Sob a forma de convite, recomenda-se a leitura dos excertos do livro da Exposição Quartos Imaginários, na – Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.

The Knights Who Say "Ni"

Voice over:
Meanwhile, King Arthur and Bedevere, not more than a swallow’s flight away, had discovered something.

Knights of Ni: Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni!
Arthur: Who are you?
Knight of Ni: We are the Knights who say….. “Ni”!
Arthur: (horrified) No! Not the Knights who say “Ni”!
Knight of Ni: The same.
Other Knight of Ni: Who are we?
Knight of Ni: We are the keepers of the sacred words: Ni, Ping, and Nee-womm!
Other Knight of Ni: Nee-womm!

Arthur: (to Bedevere) Those who hear them seldom live to tell the tale!
Knight of Ni: The knights who say “Ni” demand….. a sacrifice!
Arthur: Knights of Ni, we are but simple travelers who seek the enchanter who lives beyond these woods.
Knights of Ni: Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni!
Bedevere: No! Noooo! Aaaugh! No!
Knight of Ni: We shall say “Ni” to you… if you do not appease us.
Arthur: Well what is it you want?
Knight of Ni: We want…..

(pregnant pause)

A SHRUBBERY!!!!
(dramatic minor chord)


Arthur: A *WHAT*?
Knights of Ni: Ni! Ni!! Ni! Ni!
Arthur: No! No! Please, please, no more! We will find you a shrubbery.
Knight of Ni: You must return here with a shrubbery… or else you will never pass through this wood… alive.
Arthur: O Knights of Ni, you are just and fair, and we will return with a shrubbery.
Knight of Ni: One that looks nice.
Arthur: Of course!
Knight of Ni: And not *too* expensive.
Arthur: Yes!
Knight of Ni: Noowwwww…. GO!

Monty Python and the Holy Grail, 1975

Issue 1 – Jazz Store Fest

A Trem Azul, património da Sétima Colina, organiza o seu primeiro festival de jazz, dedicado à música de improviso. Não aconselhável a quem ainda não se habituou a gostar de jazz.

O Programa completo, aqui.

Dia 5 –


L.I.P ( Lisbon Improvisation Players)
Rodrigo Amado – saxofone alto e barítono
Pedro Gonçalves – contrabaixo
Acácio Salero – bateria


Dia 11
Double Bind Quartet
Vitor Rua – baixo, guitarra

Carlos Zingaro– violino
Luís Sampayo – bateria
Vera Mantero – performance, voz

Dia 12

Alipio C Neto Diggin’ Quartet

Alipio C. Neto – saxofones, melódica e percussões
Gonçalo Lopes – clarinete baixo
Ben Stapp – tuba
Rui Gonçalves – bateria, guitarra


Dia 13
V.G.O ( Variable Geometry Orchestra)
Ernesto Rodrigues – violino, viola , direcção
Pedro Costa – violino
Guilherme Rodrigues – violoncelo
Hernâni Faustino – contrabaixo
Sei Miguel – trompete de bolso
Eduardo Chagas – trombone
Bruno Parrinha – clarinete, clarinete alto
Nuno Torres – saxofone alto
Rui Horta Santos – saxofone tenor
Luís Lopes – guitarra eléctrica
Jorge Trindade – cassetes
Adriana Sá – harpa brasileira, electrónicas
Carlos Santos e Rafael Toral – electrónicas
Miguel Martins – melódica, xylofone, percussão
César Burago – percussão
José Oliveira – bateria, guitarra acústica

Chichorro, João

Inaugura hoje (creio que com o acervo da Galeria) uma exposição deste arquitecto, artista plástico, designer e presidente da secção portuguesa da International Interior Design Association.
Até dia 24, na Galeria São Mamede.