O Conselheiro, de Ridley Scott

Dispenso bem as críticas ao filme, a Ridley Scott ou a Cormac McCarthy. Humpf!!
Como ficar indiferente a The Counselor, tal o frenesi que se vai instalando? Os diálogos subentendidos, suportados pelo talento de um punhado de actores superiormente dirigidos, e  uma banda sonora adequada, eis os ingredientes essenciais do thriller que mais gostei desde que eliminaram o Bin Laden.

 

350 Anos do Sermão de Santa Catarina: Homenagem a Padre António Vieira

A Universidade de Coimbra honra a memória do Padre António Vieira [1608-1697] esta segunda-feira, 350 anos depois de o padre jesuíta ter pregado o seu único sermão em Coimbra, a 25 de Novembro de 1653. Do programa das comemorações promovidas pela UC, um destaque especial para a apresentação da obra completa do Padre António Vieira, “Vieira Global”.
Para ouvir na Antena 2, a partir das 17h00, ou para ver em livestream na UCV. Via.

350 Anos do Sermão de Santa Catarina

© Aguarela de João Alvim – cortesia Círculo de Leitores
Em 1663, o Padre António Vieira é chamado a Coimbra para comparecer diante do Tribunal do Santo Ofício, a terrível Inquisição. As intrigas da corte e uma desgraça passageira enfraqueceram a sua posição de célebre pregador jesuíta e amigo íntimo do falecido rei D. João IV. Perante os juízes, o Padre António Vieira revê o seu passado: a juventude no Brasil e os anos de noviciado na Bahia, a sua ligação à causa dos índios e os seus primeiros sucessos no púlpito. Impedido de falar pela Inquisição, o pregador refugia-se em Roma, onde a sua reputação e êxito são tão grandes que o Papa concorda em não o retirar da sua jurisdição. A rainha Cristina da Suécia, que vive em Roma desde a abdicação do trono, prende-o na corte e insiste em torná-lo seu confessor. Mas as saudades do seu país são mais fortes e Vieira regressa a Portugal. Só que a frieza do acolhimento do novo rei, D. Pedro, fazem-no partir de novo para o Brasil onde passa os últimos anos da sua vida. – Guilherme d’Oliveira Martins

Capella Duriensis no Mosteiro de Santos-o-Novo

Na impossibilidade de transportar para aqui a atmosfera do concerto que esta tarde teve lugar no Mosteiro de Santos-o-Novo, fica uma imagem do Grupo Vocal Capella Duriensis, captada durante a execução do sublime Panis Angelicus de João Lourenço Rebelo (1610-1665).
Sugiro ainda a reportagem de Manuel Vilas Boas para a TSF.

A primeira parte do Programa, com música profana, teve lugar numa sala contígua à Igreja do Senhor dos Passos, onde decorreu a segunda parte, com música sacra.
No decurso do período escolhido, entre 1550 e 1650, ocorrem múltiplas mudanças na sociedade portuguesa, principalmente o surgimento da Contra-Reforma, a ascensão dos jesuítas e o incremento da educação e conhecimento, a par da atitude repressiva da inquisição. Musicalmente, este século é dominado pelo Concílio de Trento, que determinou a predominância da clareza do texto sobre a complexidade contrapontística.
Primeira parte:
Anónimo (Cancioneiro do Palácio) – Que me quereis, cavallero?
Alonso Mudarra – Ysabel, perdiste la tu faxa
Luys Milan (ca. 1500 – ca. 1561) – Falay miña amor, Quiem amores tem, Triste estava, muy quexosa
Matteo Flecha (1481-1553) / Miguel de Fuenllana (c.1500-1579) – Teresica hermana
Segunda parte:
João Lourenço Rebelo (1610-1665) – Lamentations
Damião de Goís (1502-1574) – In Die Tribulationis, Ne laeteris
Frei Manuel Cardoso (1566-1650) – Magnificat
João Lourenço Rebelo (1610-1665) – Panis Angelicus

In Memoriam – Montserrat Figueras [1942-2011]

Díaspora Sefardí | Romances & Música instrumental – Alia Vox AV 9809 A+B [CDx2]
Montserrat Figueras, canto | Dirección: Jordi Savall
Ensemble Hespèrion XXI:
Montserrat Figueras (voice), Yair Dalal (oud), Ken Zuckerman (lute, sarod), Pedro Memelsdorf (recorders), Begoña Olavide (psaltery, qanun) Andrew Lawrence-King (arpa doppia), Edin Karamazov (medieval lute), Arianna Savall (medieval harp), Jordi Savall, (lira, viola, rebab), Xavier Díaz (renaissance lute), Pedro Estevan (percussion)] – Jordi Savall, dir.

​As águias-de-bonelli voltaram à serra da Estrela. Como é que sabemos isso?​

Plataforma GeObserver reúne online informações sobre a serra, que antes estavam dispersas ou eram mesmo desconhecidas. A identificação de espécies é apenas uma das várias funções do projecto​

Por Marisa Soares, in Público de 23-11-2013
​Os últimos registos da presença da águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus) na serra da Estrela tinham quase 20 anos. Desde então pensava-se que esta espécie, que em Portugal está em risco de extinção, já nem existisse naquela zona. Mas agora sabe-se que há pelo menos um casal — e parece estar a reproduzir-se.
A descoberta foi possível através do GeObserver, um sistema de informação geográfica que reúne numa plataforma online informações recolhidas por quem visita o Parque Natural da Serra da Estrela — sobre fauna, flora, clima, condições das estradas em dias de neve e dos trilhos pedestres — e que antes estavam dispersas, ou eram mesmo desconhecidas.
Qualquer pessoa pode “alimentar” a plataforma, registando as suas observações no site, com fotografias e pormenores sobre o local e a espécie encontrada. “A maioria dos registos é feita no Verão, cerca de 80 por mês, e no Inverno a participação desce”, explica Paulo Silva, fundador e coordenador do projecto, que arrancou em Agosto de 2012. Os dados são depois analisados e validados por uma equipa de mais de 20 técnicos, de biólogos a meteorologistas, especialistas em Geografia ou Informática, entre outros, que colaboram voluntariamente com o GeObserver.
Foi assim que se descobriram as águias-de-bonelli. “Começámos a receber alguns registos, com fotos. O sistema cruzou os registos e detectou a zona onde a espécie poderia estar. Visitámos o local e detectámos o casal, com um ninho nas escarpas. Só não conseguimos ver se já tinha crias”, conta Paulo Silva.
O GeObserver nasceu no ano passado pelas mãos deste engenheiro de software de 37 anos, natural de Manteigas. Paulo Silva integra a associação Amigos da Serra da Estrela (ASE), que planeava criar um sistema para reunir dados recolhidos pela própria associação — a segunda organização não-governamental de ambiente mais antiga do país, criada em 1982. “Tive a ideia de fazer uma coisa diferente e com o apoio do Instituto Politécnico de Setúbal, onde estudava, conseguimos criar esta plataforma”, explica Paulo Silva.​
Desde então o projecto não parou. Através dos dados submetidos na plataforma foi possível começar já a desenhar o mapa da biodiversidade do parque, mediante a identificação de animais e respectivas rotas migratórias, plantas e fungos. “O sistema vai desenhando as manchas nos locais onde as espécies são avistadas”, diz o coordenador. Dentro de três anos o mapa deve estar concluído, embora sempre sujeito a actualizações.
A equipa criou também, em colaboração com o centro de estudos climáticos da Universidade Federal do Acre (Amazonas, no Brasil), um algoritmo que indica o risco de incêndio florestal. Em vias de conclusão está ainda um mapa sobre a produção de oxigénio no parque, fundamental para calcular o risco de propagação do fogo e a produção de biomassa. “Vamos tentar cooperar com equipas de bombeiros e protecção civil da região, para poderem utilizar esta ferramenta na época de incêndios”, adianta o coordenador.
Aos visitantes é dada também a oportunidade de denunciarem atentados ambientais, como lixeiras, árvores ilegalmente abatidas ou animais feridos. Quem circula na serra, a pé ou de carro, tem informação actualizada sobre a previsão de queda de neve, estradas interrompidas e estado dos trilhos pedestres. O projecto, que foi um dos finalistas da última edição dos Green Project Awards, não tem fins lucrativos.
Funciona com base em apoios e parcerias com a ASE, o Centro de Interpretação Ambiental da Serra da Estrela, o Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens, o portal Naturdata, a Quercus e o Instituto Politécnico de Setúbal. O próximo passo é replicar o sistema em Portugal e nos países da CPLP.

águia-de-bonelli

Pensava-se que a águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus), que em Portugal está em risco de extinção, já nem existia na serra da Estrela
Conhecer a serra de tenda às costas
Para divulgar e incentivar a defesa da biodiversidade da serra da Estrela, o GeObserver e as associações Amigos da Serra da Estrela e Aldeia vão organizar o I Acampamento de História Natural, de 7 a 11 de Abril de 2014. Os alunos do secundário e superior são os principais destinatários do acampamento, mas qualquer um se pode inscrever. “Os participantes serão divididos em três grupos – fauna, flora e geografia – e cada um terá um orientador”, explica Paulo Silva, um dos coordenadores do GeObserver. “Em Abril, as temperaturas favorecem a observação de espécies de fauna e flora”, explica. Confirmada está a presença de especialistas como Alexandre Nieuwendam, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, e Fernando Romão, naturalista, fotógrafo de natureza e especialista em lepidópteros (insectos, como borboletas). A organização lançou uma campanha de crowdfunding [financiamento colectivo] para angariar 1500 euros, para comprar material informático, de fotografia e cartografia para apoio na geo-referenciação durante o acampamento.
Novo livro é hoje lançado sobre a águia-real no Gerês
Há quase 30 anoss que o ambientalista Miguel Dantas da Gama observa as águias-reais do Parque Nacional da Peneda-Gerês(PNPG). E partilha, agora, o resultado desse acompanhamento, num livro que é lançado às 18h, na Fnac do Mar Shopping, em Matosinhos.
Foi nos primeiros anos do caminho, iniciado em 1986, que Dantas da Gama decidiu que haveria de fazer um livro com as suas idas, quase semanais, à Peneda-Gerês, para observar as últimas águias-reais que nidificavam no parque nacional. Cerca de 27 anos depois, e quatro anos após o desaparecimento do último elemento do casal que acompanhou, o fundador do Fapas – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens lança a obra Uma Longa Caminhada com as Águias-Reais da Peneda-Gerês.
Não é o livro de um cientista. Nem o autor, um engenheiro electrotécnico que, fora do emprego, dedicou uma parte considerável do seu tempo a percorrer caminhos de cabras pelas várias serras do parque, pretendeu que o fosse. Em todo o caso, ao partilhar notas de campo, fotografias, estatísticas sobre distribuição de ninhos por todo o PNPG e sobre observações – suas e de outros, em Portugal e também no parque vizinho do Xurés, na Galiza -, Dantas da Gama produziu um contributo importante para o conhecimento da ecologia do último casal de águias-reais, que ficou reduzido a uma fêmea imponente em 2003., que deixou de vigiar a presença deste observador em 2009.
Esta obra editada pela Fapas e pela Canhões de Pedra,faz parte de uma triologia de maior folêgo, e segue-se ao livro de Miguel Dantas da Gama Árvores do Parque Nacional da Peneda-Gerês, de 2011. Fruto, também ele, das mais de mil caminhadas atrás da Aquila chrysatos. Todo este trabalho de acompanhamento, do qual resultaram nove volumes de anotações, dará origem, a seguir, a uma obra geral sobre o parque, sobre as paisagens, caminhos e descaminhos deste território que o autor conhece como poucos.
Texto de Abel Coentrão

Suite Vocal para a Igreja de São Nicolau

24 de Novembro às 16h00 – Igreja de S. Nicolau, Lisboa. Entrada livre.
Um visita musical ao património da Igreja de S. Nicolau. O Dr. Luís Farinha Franco irá apresentar as obras de arte da igreja e o Ensemble Vocal Introitus interpretará peças vocais alusivas aos diversos temas abordados.

Música Sacra e Profana em Portugal nos Séc. XVI e XVII

Integrado na 25ª Temporada do Festival de Música em São Roque, que este ano privilegia a música de compositores portugueses ou de expressão portuguesa, o concerto do Grupo Vocal Capella Duriensis terá lugar no Mosteiro de Santos-o-Novo no dia 24 de Novembro às 15h30.
CAPELLA DURIENSIS – GRUPO VOCAL
Hugo Sanches, vihuela e viola de mão | Xurxo Varela Díaz, viola da gamba
Rui Silva, percussão | Caterina Costa e Silva, encenação
Jonathan Ayerst, direcção
PROGRAMA
Frei Manuel Cardoso (1566-1650) – Magnificat
Anónimo (Cancioneiro do Palácio) – Que me quereis, cavallero?
Alonso Mudarra – Ysabel, perdiste la tu faxa
João Lourenço Rebelo (1610-1665) – Lamentations
Matteo Flecha (1481-1553)/Miguel de Fuenllana (c.1500-1579) – Teresica hermana
Damião de Goís (1502-1574) – In Die Tribulationis, Ne laeteris
Luys Milan (ca. 1500 – ca. 1561) – Falay miña amor, Quiem amores tem, Triste estava, muy quexosa
João Lourenço Rebelo (1610-1665) – Panis Angelicus
Criada em 2010, a Capella Duriensis é um ensemble vocal especializado na preparação de jovens cantores portugueses para o nível profissional da performance musical. Desde 2011 que a Capella Duriensis é um ensemble-residente da Escola das Artes – Universidade Católica Portuguesa.

Ludovice Ensemble – 2as Vésperas Solenes para o Nascimento de São João Baptista ca.1760

Um programa que procura reconstruir a dimensão sonora da célebre Capela de São João Baptista da Igreja de São Roque, encomendada por D. João V em 1742, e criada por Nicola Salvi, Luigi Vanvitelli, João Frederico Ludovice, Agostino Masucci, Mattia Moretti, entre outros. Este concerto pretende apresentar uma componente essencial e até aqui negligenciada desta verdadeira e incomparável Obra de Arte Total.
O Programa, que pode ser consultado aqui, inclui música de Pedro António Avondano (1714-1782), António Teixeira (1707-1774), Antonio Tedeschi (1702-1770), Giovanni Giorgi (ca.1700-1762) e Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594).
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Ludovice Ensemble:
Solos: Eduarda Melo, soprano | Lisa Tavares, alto | Fernando Guimarães, tenor | Hugo Oliveira, baixo
Replenos: Mónica Monteiro, soprano | Fátima Nunes, alto | João Rodrigues, tenor | Armando Possante, baixo & chantre
Instrumentos: Reyes Gallardo & Miriam Macaia, violinos | Diana Vinagre, violoncelo | Joana Amorim, flauta traversa | Mélodie Michel, fagote | Paulo Guerreiro & Laurent Rossi, trompas naturais
Fernando Miguel Jalôto, órgão e direcção

In Memoraim – Antoine Sibertin-Blanc [1930-2012]

Concerto em memória de Antoine Sibertin-Blanc
Igreja de São Luís dos Franceses | Sexta-feira, 22 de Novembro de 2013 – 21h00
Órgão – Rute Martins
Canto Gregoriano – Capela Gregoriana Laus Deo
Polifonia – Agrupamento Vocal Sacra Musica

Professor Antoine Sibertin-Blanc

Franz Schubert, por Andreas Staier

Na passagem de mais um aniversário do desaparecimento do genial compositor austríaco, que morreu neste dia em 1828, com apenas 32 anos de idade.

Franz Schubert [31 January 1797 – 19 November 1828] – Sonata in A Major D 959
Andreas Staier, ANDREAS STAIER, Pianoforte Conrad Graf, 1824 (n. 1041)
Live recital, 12 Giugno 1996, Firenze, Accademia B. Cristofori – Prima parte