Hábitos de Amar

Não é exacto que o prazer só perdura.
Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:
O frémito do teu traseiro há muito
A pedi-las!
Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!
Esse abrir de joelhos!
Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso!
As mãos a buscar- me.
Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas, não tinha tanta graça!
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso








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