Arquivo de 12 de Dezembro, 2004

Não aconteceu.. mas podia ter acontecido!

Primeiro Ministro apresenta demissão:



A maioria estável no Parlamento não é condição suficiente para continuar em funções, pois de Belém têm vindo gestos que pouco favorecem a harmonia institucional, como a convocação de economistas e a chamada de um comentador a Belém, ou ainda as críticas sobre a política de Saúde.

O senhor presidente está a dar demasiada importância a incidentes protocolares, como a trapalhada das tomadas de posse, ou a água do bébé, em lugar de valorizar reformas estruturais e a estabilidade social.

Por todo um conjunto de circunstâncias nada favoráveis ao governo, apresento por isso a demissão!

Presidente da República dissolve o Parlamento e convoca eleições:



Os sinais do meu descontentamento com o que se estava a passar foram interpretados como geradores de instabilidade à volta do executivo.

Claro que não fiquei surdo às vozes que defendem que o Orçamento para 2005 não responde satisfatoriamente às exigências de efectiva consolidação orçamental, condição necessária para se prosseguir o esforço de redução do défice público que os nossos compromissos internacionais e as necessidades do nosso desenvolvimento futuro tornam indispensável.



As quatro condições que, ao dar posse ao XVI Governo, considerei fundamentais para o prosseguimento das políticas externa, de defesa, de justiça e de finanças públicas não foram seguidas.



A culpa da crise política é do Executivo de Santana Lopes, que não deu garantias de estabilidade e credibilidade e também se revelou incapaz de levar adiante as reformas necessárias ao desenvolvimento do País.



Devo reconhecer que a manutenção em funções do Governo significaria a manutenção da instabilidade e da inconsistência, e que se esgotou a capacidade da maioria parlamentar para as conter e inverter, no fundo, gerar novos governos.

A dissolução do Parlamento é um poder discricionário do Presidente da República.

Não me resta por isso alternativa senão aceitar o pedido de demissão do Primeiro Ministro, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições!

Espero assim que o próximo Governo – que quero de quatro anos – encare com mais determinação o grave problema orçamental.

Os portugueses entendem o que quero dizer com isto!



Do etéreo..

Saídos da cena punk a par dos Siouxsie & The Banshees ou dos Cure, os Cocteau Twins inventaram combinações acústicas e adicionaram uma nova e bela linguagem à paisagem musical.. ao longo de quinze anos!

Stars & Topsoil: A Collection 1982-1990

Esta compilação reúne 18 músicas criteriosamente seleccionadas e que sugerem o bem e o mal, o céu e a terra. A dificuldade em destacar alguma faixa é quase uma blasfémia, mas Lazy Calm é daquelas músicas que devíamos ouvir ao acordar…

Blind Dumb Deaf – Sugar Hiccup – My Love Paramour – Pearly-Dewdrops’ Drops – Lorelei – Pandora – Aikea-Guinea – Pink Orange Red – Pale Clouded – White – Lazy Calm – The Thinner The Air – Orange Appled – Cico Buff – Carolyn’s Fingers – Fifty-Fifty Clown – Iceblink Luck – Heaven Or Las Vegas – Watchlar

A maravilhosa Elizabeth Fraser colaborou entretanto em diversos projectos, com especial destaque para a sua participação no álbum Mezzanine dos Massive Attack.
Os outros deuses menores são Robin Guthrie e Simon Raymonde!
Os islandeses Sigur Rós, que têm nos Cocteau Twins a sua fonte de inspiração, transportam por estes dias a sua herança para uma nova geração de apreciadores desta bela música.
Um tesouro para guardar.. e ouvir até ao fim dos tempos!

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