Postais de Lisboa – Carmo
Se há local privilegiado para fazer um postal, é aqui.
A foto não tem grande qualidade, pois foi tirada com o telefone celular mas, já que nem toda a gente tem acesso a esta fantástica varanda sobre Lisboa, fica o registo.
Se há local privilegiado para fazer um postal, é aqui.
A foto não tem grande qualidade, pois foi tirada com o telefone celular mas, já que nem toda a gente tem acesso a esta fantástica varanda sobre Lisboa, fica o registo.
Se há local privilegiado para fazer um postal, é aqui.
A foto não tem grande qualidade, pois foi tirada com o telefone celular mas, já que nem toda a gente tem acesso a esta fantástica varanda sobre Lisboa, fica o registo.
Comentário de uma vizinha:
– “Ah! que coisa mai linda! Sempre me saiu cá um vaidoso…”
– Acha?!
“Lo pinté en mi taller de la rue Blomet. Mis amigos de aquel entonces eran los surrealistas. Intenté plasmar las alucinaciones que producía el hambre que pasaba. No es que pintara lo que veía en sueños, como propugnaban entonces Breton y los suyos, sino que el hambre me provocaba una especie de trance parecido al que experimentan los orientales. Entonces realizaba dibujos preparatorios del plan general de la obra, para saber en que sitio debía colocar cada cosa. Después de haber meditado mucho lo que me proponía hacer comencé a pintar y sobre la marcha introducía todos los cambios que creía convenientes. Reconozco que El Bosco me interesaba mucho, pero yo no pensaba en él cuando trabajaba en el “Carnaval”. En la tela aparecen ya elementos que se repetirán después en otras obras: la escalera que es la de la huída y la evasión, pero también la de la elevación, los animales y sobre todo los insectos, que siempre me han interesado mucho. La esfera oscura que aparece a la derecha es una representación del globo terráqueo, pues entonces me obsesionaba ya una idea: “¡Tengo que conquistar el mundo!”, el gato que lo tenía siempre junto a mí cuando pintaba. El triángulo negro que aparece en la ventana representa la torre Eiffel. Trataba de profundizar el lado mágico de las cosas. Por ejemplo, la coliflor tiene una vida secreta y eso era lo que a mi me interesaba y no su aspecto exterior. Durante ese año frecuenté mucho la compañía de los poetas porque pensaba que era necesario ir más allá del “hecho plástico” para alcanzar la poesía” Miro, 1938
Estou tentado à prática do jejum durante uns dias ( não que precise de dieta, mas o que se poupa em comida dá para pagar as tintas, as telas e os pincéis)…
Talvez a alucinação me dê para fazer qualquer coisa de surreal…
ou… simplesmente… qualquer coisa… que ilustre a desordem mental.
Vou experimentar com a mão esquerda, o que configura dois cenários positivos:
talvez passe despercebida a transcendente falta de jeito…
e consiga ainda desconstruir o processo… sem recurso a terapia.
Estou cansado de pensar.
Agora vou comer. Este post deu-me fome…
É verdade. Não se pode conhecer tudo…
Lang Lang foi-me apresentado por um amigo, a propósito do recente concerto com a Orquestra Gulbenkian. Tenho por isso dedicado os últimos dias a descobrir este pianista chinês de 24 anos, de facto um virtuoso e um intérprete brilhante.
O belamente sombrio Concerto nº 2 para Piano de Rachmaninoff adquire com esta interpretação de Lang Lang uma dimensão superior.
A vontade de comparar a cerca de meia-hora desta obra à língua na boca que nos faz descobrir o corpo inteiro é… languidamente irresistível!
Eugénio de Andrade
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Temos lido muitas opiniões sobre o caso da pequenina desaparecida no Algarve, em grande número indignadas com a excessiva mediatização deste processo face a vários outros que nunca adquiriram o mesmo relevo neste mundo global (chegamos ao absurdo de ver jornalistas a entrevistar colegas de profissão sobre o tema).
O mundo das oportunidades não é igual para todos em quase tudo na vida e os pais da menina agarraram-se com todas as suas forças ao poder dos media para tentar encontrar a filha. Qualquer de nós, se tivesse essa possibilidade, faria exactamente o mesmo se perdesse um filho nestas terríveis circunstâncias.
Também é verdade que as não-notícias vão perdendo impacto e gradualmente a esperança vai sendo menor. É até provável que à menina possa já ter acontecido algo de inimaginável para quem, de forma natural, tenha adquirido simpatia pela causa, ainda que o principal motivo seja a difusão até à exaustão de imagens da menina…
Já foi vista em Marrocos, na Grécia e sabe-se lá onde mais… mas infelizmente a pequenita não é a imagem de Nossa Senhora de Fátima que aparece só porque as pessoas acreditam muito!
Sem a fé dos pais da Maddie neste momento, digo, do fundo do coração, que a melhor prenda de aniversário que hoje poderia receber seria ver uma imagem da menina, viva. Seria uma prenda para dividir, pelo que significa de esperança – que devemos manter – e pela possibilidade de explicar às nossas crianças porque podem acreditar no ser humano.
Luis Vaz de Camões – Os Lusíadas, Canto IX – 83
