Arquivo de Junho, 2008

partidazo!

Uma questão de boa vizinhança. Bairrismos à parte, se não formos nós a ganhar, os meus favoritos serão sempre os latinos. Depois da Itália Campeã do Mundo em 2006, hoje a Espanha sagrou-se Campeã da Europa. Logicamente, no próximo Torneio será a nossa vez.

Quem não gosta, ou não entende o fenómeno futebol, devia ver as imagens dos reis de Espanha a saltar da cadeira quando El Niño Torres enlatou os alemães em conserva. Um pitéu.

A simplicidade da luz interior

Há luz a mais. Sou ofuscado pelo brilho efémero do que me rodeia.
Preciso alimentar a ilusão de voltar ao eu… Magia possível sem efeitos especiais.

Johannes Vermeer - The Astronomer, cerca de 1668

Que é viajar, e para que serve viajar? Qualquer poente é o poente; não é mister ir vê-lo a Constantinopla. A sensação de libertação, que nasce das viagens? Posso tê-la, saindo de Lisboa até Benfica, e tê-la mais intensamente do que quem vá de Lisboa à China, porque se a libertação não está em mim, não está, para mim, em parte alguma. «Qualquer estrada», disse Carlyle, «até esta estrada de Entepfhul, te leva até ao fim do mundo.» Mas a estrada de Entepfhul, se for seguida toda, e até ao fim, volta a Entepfhul; de modo que o Entepfhul, onde já estávamos, é aquele mesmo fim do mundo que íamos a buscar.

Bernardo Soares, O Livro do Desassossego

Cadeira de D. Afonso V

Visita guiada à “Cadeira de D. Afonso V” (último quartel do séc. XV), no âmbito do programa de visitas guiadas a 10 obras de referência do MNAA – 25 de Junho, 18:00 horas

Cadeira de Braços (Estadela)
Portugal, 2ª metade do século XV.
Carvalho, A 180 x L 68 x P 52,5 cm

Cadeira de estado, ou estadela, terá sido usada por D. Afonso V (1438-81) quando se recolhia no Convento do Varatojo, nos arredores de Torres Vedras, que fundou em 1470.
O seu nome deriva do “solium romano”. Assento nobre, tinha o espaldar elevado e as ilhargas como que a proteger quem nela se sentava. Era difícil de remover em consequência do peso da madeira maciça e da parte inferior ser construída como um cofre. Encostada ou não a um dossel, com ou sem sobrecéu, não dispensava a almofada sobre o assento e uma segunda para os pés.
É uma peça de grande raridade, não só por ser sobrevivente único de uma época em que os móveis de assento eram escassos como pela carga simbólica de que um móvel deste tipo se reveste na esfera social.
A cadeira de estado situava-se no topo da pirâmide hierárquica dos móveis de assento, usada pelo rei ou por quem simbolizava o poder no âmbito restrito da nobreza ou do clero.
O protocolo em torno do “estar sentado” era rigoroso, fixando-se em prerrogativas de estatuto social, como na maior ou menor carga de elementos decorativos do móvel, na riqueza dos tecidos que o cobriam, ou ainda do tipo de assento e a sua colocação no aposento, muitas vezes acompanhado de planta e desenho.
A raridade dos móveis deste período deve-se não só às parcas exigências de comodidade, como à precaridade das matérias-primas e aos rudimentares processos construtivos, reflectindo ainda os costumes de uma corte itinerante.

A cadeira de D. Afonso V apresenta características semelhantes às cadeiras góticas, flamengas e francesas do final do séc. XV. A influência da arquitectura é evidente não só na decoração como na verticalidade dominante.
Com uma gramática decorativa de cariz arquitectónico em que se destacam os arcos ogivais, as rosáceas e os contrafortes, o móvel gótico integra ainda elementos inspirados no vocabulário têxtil.
A rigidez parietal da construção, que o rigor das superfícies ortogonais denuncia, é compensada pela decoração entalhada que, citando mais uma vez a arquitectura, nos traz a delicadeza do rendilhado que a ogiva gótica estrutura.

Via Museus na Escola

Goyantánamo

Esta cena de prisão está relacionada, no modo e no carácter, com várias pinturas de cenas de guerra e outros temas inspirados pelas invasões napoleónicas. Prisioneiros de guerra – e não só – estáo entre as vítimas de injustiça e crueldade, retratadas em muitos dos desenhos e gravuras de Goya. Um homem aguilhotinado é o tema desta gravura, das mais antigas de Goya; Outras formas de castigo e tortura serão representadas em trabalhos posteriores.

A obra, executada com um mínimo de cor, é notável pela atmosfera de escuridão e o efeito de sofrimento anónimo, criado pelos contornos de luz das figuras indistintas, na enorme caverna comum.

Best of Rock in Rio 2008

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Sejamos todos Felizes, e dêmos as boas entradas ao Verão

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Educação Sentimental

François Boucher - A Educação de Cupido, 1742

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don’t deal in lies,
Or, being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;
If you can dream and not make dreams your master;
If you can think and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken
And stoop and build ’em up with worn-out tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: “Hold on!”;
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And which is more you’ll be a Man, my son!

O mesmo poema de Rudyard Kipling em português

Cansado de Ser Pequeno

Eu tenho fairplay, a sério que tenho. Estou triste por a Selecção ser eliminada, mas no final os alemães foram humildes e souberam sofrer. Verificar isto numa selecção candidata a ganhar o torneio engrandece a nossa equipa. Saimos por isso de cabeça levantada, ao contrário do campeão europeu em título e do finalista vencido do último Mundial, que saíram pela porta pequena.

Nós praticamos bom futebol, temos jogadores que são admirados por milhões, estamos entre os melhores. Mas nem sempre os melhores ganham. Desta vez, foi pena que o juiz da partida tivesse fechado os olhos ao golo ilegal da Alemanha, por ser decisivo.
Apesar de Cristiano Ronaldo se arriscar a ser considerado o jogador mais pequeno do Euro, não são os nossos jogadores que são pequenos, é o país.

Dia da Raça

Em princípio é para ir até ao fim

Ballack e os outros gigantes

Ballack sempre na jogada. Será o famosíssimo 13 alemão o inimigo número 1 de Portugal? Lembrar-se-á Scolari de que em 2002, quando derrotou a Alemanha e garantiu a conquista do Mundial para o Brasil, os alemães não tinham Ballack? Não será Ballack o motor germânico e merecedor de atenção especial?

Tanta questão junta motivou por parte de Scolari, ontem, um súbito remexer do bolso direito das calças do fato de treino. De lá o seleccionador retirou uma folha e pareceu preparar-se para um discurso. O que haveria de especial naquela súbita cábula?

O seguinte: «Vamos ao que interessa: o n.º 17 da Alemanha [Mertesacker] tem 1,98 metros; o n.º 13, que é Ballack, 1,88; o Klose tem 1,82; Mario Gomez 1,89; o 21 [Metzelder] 1,94. Temos é de nos preocupar com isso e mais um pouco até, pois os meus jogadores têm 1,15 metros ou 1,20 metros. Acham que devia preocupar-me só com Ballack? É verdade que ele está provavelmente na melhor forma dos últimos anos, que é grande jogador e tem enorme influência na Alemanha, mas o que me preocupa é ter de armar situações de jogo para superar as diferenças de estatura nas bolas paradas. Aliás, falam de Ballack mas a Alemanha também tem Lahm, um dos melhores laterais do Euro.»

Tenho andado um bocadinho zangado, é verdade. Mesmo descontando a gentileza de retribuir a hospitalidade aos anfitriões, o jogo com a Suíça era para ganhar.

Viriatos, digo anões, digo matraquilhos, ganhem lá aos calmeirões, para a gente fazer as pazes.


Os Cinco Elementos

A história começa em 1913, pela mão de Thomas Mann, que escreveu o livro. Luchino Visconti assinou em 1971 esta obra-prima, que deu a Dirk Bogarde a melhor interpretação da sua vida. Finalmente, o Maestro Zubin Mehta conduziu a Filarmónica de Israel na interpretação deste Adagietto da 5ª Sinfonia de Mahler, uma das músicas da minha vida.

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