Arquivo de Dezembro, 2006
ENCICLOPÉDIA ILUSTRADA DO JAZZ & BLUES.
Organização de Howard Mandel, com prefácio de John Scofield
Edições Afrontamento, 2006
Da escassa informação disponível em português, esta obra destaca-se naturalmente pela profundidade e riqueza das biografias de nomes maiores da história do jazz.
Vem mesmo a calhar, esta enciclopédia, nomeadamente para dinamizar o Aqui Jazz o Fado, projecto embrionário que pretende ir às origens e casamentos destas duas forma de expressão musical…
Como gostava de ter visto o Carlos Paredes ao lado do Charlie Haden no Coliseu!
As evoluções da música popular nos séculos XX e XXI foram muitas e variadas, passando-se da utilização de instrumentos rudimentares e de estruturas melódicas simples a trabalhos mais complexos e ao recurso cada vez maior a tecnologias avançadas. No entanto, é muitas vezes possível traçar as origens da música popular ocidental a partir dos seus muitos artistas e das influências das duas correntes de música afro-americana que se desenvolveram no final do século XIX: o jazz, que saía quente do caldo urbano multicultural de Nova Orleães, e o blues, vindo das paisagens rurais desoladas do Texas e do delta do Mississipi. Estas misturas de elementos da música afro-americana com o mundo cultural e social da América pós-guerra Civil foram evoluindo gradualmente a partir das suas raizes semelhantes, vindo a constituir dois géneros musicais bastante distintos e criando bases sólidas para o surgimento de outros estilos novos.

Esta Enciclopédia proporciona um olhar profundo sobre essa música poderosa e influente, com informação detalhada sobre os artistas inovadores que ajudaram a dar forma ao jazz e ao blues à medida que os estilos foram evoluindo. Organizados por décadas, todos os capítulos abrem com um texto introdutório com a informação básica essencial. As secções «Temas & Estilos» situam a música no seu contexto cultural, histórico e social e descrevem a evolução do jazz e do blues nesse período. Seguem-se as secções biográficas sobre os «Artistas de Referência» de cada década, contendo detalhes sobre faixas emblemáticas e gravações clássicas de cada um deles. Depois, em «Artistas de A-Z», apresentam-se as histórias da vida de muitos outros músicos, vocalistas, compositores, arranjadores, chefes de orquestra e produtores importantes. A secção de referências, bastante abrangente, inclui informação sobre os instrumentos do jazz e do blues, uma extensa lista de artistas, um glossário e bibliografia complementar sugerida.
Sobre a obra, recomenda-se também este artigo de Rui Branco.
Na última vez que nos cruzámos, José Bento confessava que dificilmente voltaria a Dom Quixote.
Traduzir uma obra destas, mais que hercúlea, é uma tarefa impossível; sempre que lhe pegasse, alteraria qualquer coisa…
Seis meses depois, é com grande satisfação que recebo a notícia da atribuição do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura ao roncinante amigo.
Como pequena homenagem, ficam os links para alguns poemas de José Bento publicados no Luminescências:
Este mar me detém, mas nunca saberei…
Como diluir as estrias que traem tua idade…
Para Botticelli
Porque o Fim de um Caminho…
Sobre as duas traduções de Don Quijote de la Mancha, escreveu João Dionísio da Universidade de Lisboa:
Em síntese, as duas traduções parecem orientar-se de modo bastante diferenciado nas duas facetas observadas. Quanto ao Quixote de 1605, o texto de que parte a tradução de Serras Pereira será talvez mais inovador e o de José Bento possivelmente mais conservador. Quanto ao código bibliográfico, a roupagem da tradução Serras Pereira quer dar a entender que estamos perante um documento com certificado de origem, ou de uma certa origem; a da tradução José Bento sugere um texto com certificado de destino.
Frequentemente. Ao fim da tarde.
Pessoal e Transmissível, de Carlos Vaz Marques. Na telefonia sem fios.
O separador, com música de Pat Metheny, dá o mote para o início da descompressão de mais um dia de trabalho. Que por vezes obriga a ficar dentro do carro mais um pouco, porque há conversas que não se deixam a meio…
Algumas dessas conversas, que atravessaram o Atlântico , escorreram agora para as páginas de um livro com música lá dentro.
Conversas com Buarque, Caetano, Betânia.. e violão.
No lançamento do livro, na Fnac, um dueto de peso: Camané e Mário Laginha interpretaram 4 temas de MPB. O Camané que me desculpe – que até gosto muito dele – mas não soa nada bem em português do Brasil. Parece o Herman José a cantar Carmen Miranda.
Publicado originalmente no Luminescências.

Frequentemente. Ao fim da tarde.
Pessoal e Transmissível, de Carlos Vaz Marques. Na telefonia sem fios.
O separador, com música de Pat Metheny, dá o mote para o início da descompressão de mais um dia de trabalho. Que por vezes obriga a ficar dentro do carro mais um pouco, porque há conversas que não se deixam a meio…
Algumas dessas conversas, que atravessaram o Atlântico , escorreram agora para as páginas de um livro com música lá dentro.
Conversas com Buarque, Caetano, Betânia.. e violão.
No lançamento do livro, na Fnac, um dueto de peso: Camané e Mário Laginha interpretaram 4 temas de MPB. O Camané que me desculpe – que até gosto muito dele – mas não soa nada bem em português do Brasil. Parece o Herman José a cantar Carmen Miranda.
Quando em 1967 percorri algumas cerâmicas propondo a realização desta Chávena, a recepção era a mais hostil, como se lhes estivesse a propor a obscenidade das obscenidades.
Não quero deixar de lembrar que, tendo enviado ao Areal uma fotografia desta Chávena, ele sobre essa fotografia pintou, em 1971, um líquido tinto de sangue, de onde lutam para se evadir dois terríveis personagens.
Somos obrigados a reconhecer que as palavras não são suficientes para DIZER o homem. E a sua insuficiência tem-se tornado dramática; resta-nos a poesia, a revolta, a blasfémia, a liberdade interior!
Embora seja enormíssima a parte de humor expressa no Objecto Surrealista, será prudente que ninguém se deixe ficar apenas por aí. Essa é por certo uma das armadilhas que nos põe esta superior forma de comunicação. De facto o Objecto Surrealista está sempre pleno de humor negro, e foi dentro desse espírito que pus a circular a seguinte frase: Chávena com a asa por dentro, como a maioria de nós…
Cruzeiro Seixas
O Bernardo Sassetti com Drumming coloca no ventilador o último trabalho do músico – Unreal: Sidewalk Cartoon – para ilustrar as personagens duma história passada sabe-se lá aonde… cujo desenvolvimento é representado por ritmos de percussão – alguns ininteligíveis -, interpretados por solistas convidados sabe-se lá por quê e pelo meio ainda tem um filme de animação tipo aqueles do Vasco Granja…
A sério!
Na Península de Quasi-algures, numa altura em que as modas se confundem ou deixam (por isso) de ser moda, vamos conhecer Ernesto Ductilo Benito – administrador primeiro de uma fábrica de cooperação e recuperação, na região demarcada de Cidadania-a-nova. Um dia, depois de longas horas de trabalho, o bom Ernesto encontra alguns dos seus operários de fabricação em série misteriosamente empoleirados em estranhas máquinas, muito para além das laborárias, produzindo sons musicais, de nível estético apreciável, que nunca imaginara possíveis nas suas instalações.
Deste pequeno episódio, nasce-lhe o entusiasmo, a ideia e o sonho de rearmonizar o Domínio da Música – sua principal herança de família, agora convertido num reino de anarquia, onde todos os estilos musicais se (con)fundem numa enorme sarrafusca.
Inspirado pelos estudos musicais de sua bisavó Antónia, aconselhado por um sábio bruxo, Retortilho Castraz, e apoiado por um génio inventor, Mestre Ramalho Solau, Ernesto, transforma aqueles operários idiotas (pensava ele) em luminosos elementos de sciências musicais, rumo ao conturbado Domínio da Música.
Unreal – um hino ao desenvolvimento da classe de trabalhadores, artífices e operários por conta d’outrem: música; visão; imaginação; entrega; solicitação; aventura; mistério; paixão; “Indumentária”; desventura; solicitação; desenvolvimento; entrega; música; visão; delírio; falácia; zombaria e… experiências científicas na Península de Quasi-algures.
Bernardo Sassetti, 2006
Música original e arranjos Bernardo Sassetti
Intérpretes (ao vivo) Drumming, Perico Sambeat, Alexandre Frazão, José Salgueiro, Rui Rosa, Bernardo Sassetti e músicos convidados
Participação especial Beatriz Batarda
Filme/cartoon musical realizado por Filipe Alçada e Bernardo Sassetti
Animação de Filipe Alçada baseado na história original e no trabalho de fotografia e patchwork (2003/06) de Bernardo Sassetti
Lisboa & Co. – 2006Exposição de Pintura e Artes Plásticas da Pintora Sofia Leitão no Espaço «O Século – Centro Cultural» – O SÉCULO
Inaugura amanhã e pode ser visitada até 22 de Dezembro, das 14.00 às 20.00 Horas.
