Do amante

Ai, a carne é fraca, não tem discussão
E eu, que enfraqueci mulher de amigo
Evito o meu quarto, dormir não consigo
Vejo-me à noite: atento a qualquer som!E isso advém de o seu quarto afinal
Ser contíguo ao meu.
O que me consome
É que eu ouço tudo, quando ele a come
E se não ouço, penso:
é pior o mal!Se já tarde os três bebemos um copito
E eu noto que o meu amigo não fuma
E, quando a mira, põe olhos em bicoEncho o copo dela a deitar por fora
E obrigo-a a beber, se não colabora,
P’ra ela à noite não dar por nenhuma.
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso








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