Posts Tagged ‘ Pintura de Género ’

‘O copo de vinho’, de Johannes Vermeer

No trecentésimo nonagésimo aniversário sobre o nascimento de Johannes Vermeer [31 Outubro 1632 – 15 Dezembro 1675], Herr und Dame beim Wein (Das Glas Wein), 1658/60 .


‘Leisure Time in an Elegant Setting’, de Pieter de Hooch

Tal como o contemporâneo Johannes Vermeer, também Pieter de Hooch cultivou a designada pintura de género de estética realista, que elegia a vida quotidiana, nomeadamente através da manipulação da luz na representação de interiores.


Pieter de Hooch [1629-1684] – “Leisure Time in an Elegant Setting”,ca. 1663-65 – The Metropolitan Museum of Art

‘Figures in a Courtyard behind a House’, by Pieter de Hooch

From Pieter de Hooch [20 Dec 1629 (baptized) – 24 Mar 1684], ‘Figures in a Courtyard behind a House’, c. 1663 – c. 1665.

In his Delft period, De Hooch turned to a new subject, namely brightly lit figures in a back garden. The people depicted in this scene seem somewhat out of place and could just as easily be found in a dimly lit tavern. Seduction is in the air. The galant (or suitor) casts a flirtatious glance at the girl squeezing the juice of a lemon into her glass.


Pieter de Hooch [1629 -1684] – Figures in a Courtyard behind a House, c. 1663 – c. 1665.
Rijksmuseum, Amsterdam

‘The Visit’, by Pieter de Hooch

From Pieter de Hooch [20 Dec 1629 (baptized) – 24 Mar 1684], ‘The Visit’, ca. 1657

De Hooch situated this scene in a voorhuis, the street-facing room in a narrow Dutch row house that received the best light. The placement of the window and construction of the space reveal the close dialogue that De Hooch had with Vermeer at the time. But elements such as the plate of aphrodisiac oysters and canopied bed suggest that De Hooch most likely intended this particular scene to represent a brothel rather than a respectable home.
Via The Metropolitan Museum of Art, New York


Vermeer e os mestres da pintura de género

A propósito da Exposição “Vermeer et les maîtres de la peinture de genre” – 22 Fevereiro 2017 a 22 Maio 2017, o Le Figaro – Hors-Série dedica uma edição especial ao século de ouro da pintura holandesa.

vermeer

Artigo de Sérgio C. Andrade, Ípsilon de 24 de Fevereiro de 2017

Em meados do século XIX, o coleccionador e crítico de arte francês Théophile Thoré-Bürger cunhou a expressão “a esfinge de Delft” para se referir ao pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675). A história da arte subsequente e o filme Rapariga com Brinco de Pérola (2003), de Peter Webber — com a fantástica luz coada pelo director de fotografia português Eduardo Serra, que lhe valeria uma nomeação para o Óscar —, fizeram o resto: Vermeer ficou confinado a essa imagem de artista sombrio e solipsista, fechado no seu mundo inacessível ao exterior. O facto de ter pintado pouco mais de três dezenas de telas, e de ter ficado na sombra de Rembrandt no caleidoscópio das figuras que fizeram o chamado “século de ouro” da pintura holandesa, completaram esse perfil do artista de Delft.

Foi também para alterar esta visão, e para colocar em perspectiva a obra de Vermeer, no contexto do seu país e do seu tempo, que o Museu do Louvre inaugura esta semana, dia 22, uma exposição que vem sendo preparada desde há já cinco anos, em articulação com as National Gallery de Dublin (Irlanda) e de Washington (Estados Unidos), e com instituições de vários países que têm a rara fortuna de possuir obras do pintor d’A leiteira (1658-59).

Vermeer et les maîtres da la peinture de genre (Vermeer e os mestres da pintura de género) é o título da “exposição-acontecimento” — a qualificação é do próprio Louvre -, que reúne, pela primeira vez na capital francesa, desde 1966, doze quadros do pintor em diálogo com obras de artistas seus contemporâneos: Gerrit Dou (1613-1675), Gerard ter Borch (1617-1681), Jan Steen (1626-1679), Pieter de Hooch (1629-1684) e Frans van Mieris — o Velho (1635-1681).

Apagar e ultrapassar a lenda do artista isolado no seu mundo, silencioso e inexpugnável, é pois o propósito da mostra, que simultaneamente dá a conhecer as circunstâncias em que esta geração retratou um país — então ditos os Países Baixos Unidos — que na época vivia também um momento de ouro na sua economia.

Paralelamente ao florescimento do barroco na Europa católica e do sul, a arte dos Países Baixos cultivava a designada “pintura de género”, uma espécie de estética realista que privilegiava como tema a vida quotidiana, homens e mulheres nas suas ocupações diárias.

Vista neste contexto, a pintura de Vermeer, na sua genialidade, ganha contudo novo sentido quando em diálogo com os artistas seus contemporâneos — acredita o Louvre. “Vermeer certamente viajou e viu o trabalho de outros pintores, se não ele não teria tido um tão grande conhecimento do que estava a acontecer no mundo da pintura. Como Rembrandt, ele nunca viajou para o estrangeiro, mas não foi um artista recluso em Delft, fechado a trabalhar no seu pequeno estúdio”, disse ao The Art Newspaper Blaise Ducos, o conservador do museu parisiense que é um dos comissários da exposição — os outros sendo Adriaan E. Waiboer (National Gallery, Dublin) e Arthur K. Wheelock (National Gallery, Washington). Depois do Museu do Louvre, onde ficará até 22 de Maio, Vermeer et les maîtres da la peinture de genre viajará para os museus de Dublin (17 de Junho a 17 de Setembro) e de Washington (22 de Outubro a 21 de Janeiro de 2018).

The Grand Turk Giving a Concert to his Mistress

Charles-André van Loo (1705–15 Julho 1765) foi o mais célebre de uma dinastia de pintores de sucesso. Originária de França e fixada na Holanda, a família incluía o avô Jacob van Loo (1614-1670), o irmão Jean-Baptiste (1684-1745) e o sobrinho Louis-Michel (1707-1771).
Estabeleceu-se em Turim em 1727, onde casou com a cantora de ópera Christina Antonia Somis, identificada nesta obra como a pianista que canta a famosa ária Admeto, de Handel.
Em 1734 voltou a Paris onde, no ano seguinte, se tornou membro da Real Academia de Pintura.
Esta obra, de 1737,  é um dos primeiros trabalhos do artista encomendados pelo Rei Louis XV, que o nomeou Primeiro Pintor da Corte em 1762 e, um ano mais tarde, Director da Academia.
A cena, supostamente oriental, é na realidade um concerto de câmara europeu num cenário turco imaginário, muito popular nos anos de 1730.

Charles André van Loo - The Grand Turk Giving a Concert to his Mistress, 1737 - Wallace Collection, Londres

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