Johann Joachim Quantz [30 Janeiro 1697 – 12 Julho 1773], prolífico compositor alemão, fabricante de instrumentos, docente e autor de um tratado de referência para todos os que se interessam pela música barroca, exerceu o cargo de professor de flauta de Frederico II, ‘o Grande’.
De Jacques-Martin Hotteterre [(29 Setembro 1674 – 16 Julho 1763], compositor do barroco francês e celebrado flautista de finais do século XVII, o Rondeau Le Plaintif.
Depois de ter revelado ao mundo como a flauta de bisel podia ser um instrumento fascinante, Brüggen converteu-se num mestre que inspirou gerações de instrumentistas e num dos mais admirados maestros especializados na música do Barroco e do Classicismo.
Figura chave na redescoberta da flauta de bisel no século XX e brilhante maestro no âmbito do repertório barroco e clássico, o holandês Frans Brüggen (1934-2014) faz parte da geração de ouro que impôs definitivamente o movimento da música antiga interpretada em instrumentos de época de acordo com as práticas de execução históricas no panorama internacional. No próximo dia 30 de Outubro, Brüggen tencionava celebrar o seu 80.º aniversário com a Orquestra do Século XVIII, agrupamento que fundou em 1981 e que protagonizou muitas das suas inesquecíveis gravações dedicadas a compositores como Bach, Rameau, Haydn, Mozart e Beethoven, mas a morte acabaria por surpreendê-lo esta quarta-feira, em Amesterdão, a sua cidade natal.
Frans Brüggen plays J.S.Bach and G.F.Händel, works for Recorder and Traverso (Traversflöte – German flute). With Anner Bijlsma (Barockvioloncello), Gustav Leonhardt & Bob Van Asperen (Harpsichord/organ)
Pioneiros como Arnold Dolmetsch ou Wanda Landowska tinham aberto o caminho, mas foi com personalidades como Nikolaus Harnoncourt, Gustav Leonhardt, Anner Bylsma, os irmãos Kuijken ou o próprio Frans Brüggen que a corrente que viria a ser designada como “interpretação historicamente informada” ganhou a partir da década de 1950 os alicerces que a fizeram explodir em múltiplas direcções. Para além dos princípios gerais que implicavam o estudo dos tratados antigos, estilos e práticas interpretativas, assim como dos contextos que deram origem às obras, vários destes músicos tiveram papéis fundamentais na reabilitação de instrumentos que tinham ficado no esquecimento ao longo de quase dois séculos ou que entretanto tinham sofrido modificações. É o caso de Leonhardt no caso do cravo ou de Bylsma no âmbito do violoncelo barroco, ambos amigos e parceiros de Brüggen em interpretações notáveis do repertório barroco. Frans Brüggen foi o primeiro músico a obter um diploma em flauta de bisel no Muzieklyceum de Amesterdão. Foi aluno de Kees Otten, que tinha sido discípulo de Karl Dolmetsch (pioneiro na redescoberta do instrumento no século XX) e especializou-se também nas versões históricas da flauta traversa, domínios que combinou com estudos no campo da musicologia na Universidade de Amesterdão.
Telemann Fantasie (Frans Brüggen on his famous Bressan Treble recorder (1967)
Durante as décadas de 1960 e 1970 acabaria por se converter na primeira estrela internacional da flauta de bisel, um instrumento que antes era visto como limitado e que ainda hoje é por vezes considerado apenas como uma ferramenta didáctica para crianças.
Brüggen não só devolveu a nobreza de estatuto à flauta de bisel como deu a conhecer ao mundo o seu fascinante repertório da Renascença e do Barroco em interpretações marcadas por uma impressionante agilidade e fluência técnica, meticulosas articulações e variedade de ataques e por uma infinidade de nuances expressivas. A preocupação pelo rigor histórico aliava-se ao seu talento artístico, bem como às capacidades pedagógicas e ao lendário entusiasmo que incutia aos seus alunos, com impacto em várias gerações de músicos. Brüggen foi professor no Real Conservatório de Haia, Erasmus Professor na Universidade de Harvard e Regents Professor na Universidade de Berkeley e interessou-se também pela música contemporânea. Chegou a fundar um grupo de vanguarda em 1972 (Sourcream) e encomendou várias obras para flauta, das quais a mais conhecida é Gesti (1966), de Luciano Berio.
A carreira de Brüggen como flautista solista começou a ficar em segundo plano à medida que crescia o seu interesse pela direcção de orquestra, domínio onde atingiu igualmente uma elevada estatura. Um passo decisivo foi a criação da Orquestra do Século XVIII em 1981, um projecto nascido em conjunto com o musicólogo Sieuwert Verster. Formada por membros de 22 países diferentes, rapidamente atingiu grande notoriedade intenacional graças às digressões anuais e ao contrato discográfico com a Philips. Inicialmente o repertório incidia principalmente no Barroco (Purcell, Bach, Rameau), mas rapidamente se estendeu ao Classicismo (Haydn, Mozart) e aos primórdios do Romantismo (Beethoven, Schubert e Mendelssohn). As suas excelentes gravações podem também encontrar-se em etiquetas como a Harmonia Mundi e a Glossa. Juntamente com os registos como solista e músico de câmara formam um legado imponente de mais de cem discos e revelam o característico gosto de Brüggen pelo detalhe e pela transparência, mas também o seu carisma, energia e inteligência musical.
Como maestro convidado, Frans Brüggen dirigiu diversas formações de primeiro nível como Orquestra do Real Concertgebouw, a Orquestra da Idade do Iluminismo (da qual foi maestro convidado principal), a Orquestra de Câmara da Europa, Sinfónica de Birmingham, a Orquestra do Tonhalle de Zurique, e as Filarmónicas de Roterdão, Israel, Oslo, Hamburgo, Viena e Estocolmo, entre outras. Deixou também a sua marca no Coro Gulbenkian, que estabeleceu uma frutuosa colaboração com a Orquestra do Século XVIII na década de 1990, da qual resultaram diversas digressões conjuntas (com actuações na Holanda, Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Holanda, Japão e China) e gravações como a Nona Sinfonia, de Beethoven, e A Criação, de Haydn.
Jos d'Almeida é um compositor de música electrónica épico sinfónica, podendo este género ser também designado como Electrónico Progressivo. Na construção de um som celestial, resultante da fusão de várias correntes musicais, JOS utiliza os sintetizadores desde o início dos anos 80.
Chuck van Zyl
Chuck van Zyl has been at his own unique style of electronic music since 1983. His musical sensibilities evoke a sense of discovery, with each endeavor marking a new frontier of sound.