Canal Memória – 1994


Pink Floyd – Wish You Were Here

So, so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field from a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange a walk on part in the war for a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We’re just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year,
Running over the same old ground.
What have we found? The same old fears.
Wish you were here.

diálogo sincrético

she – It’s going to be a long night.
he – True.
she – And I don’t particularly like the book I’ve started.
he – Ah.
she – You know what I mean?
he – Ah, let me think. Yes, I know exactly what you mean.

Harmonia entre o belo e o grotesco

Une forêt profonde où se noie le regard
Sur la rive du désespoir et de l’oubli
Un vieux manoir surgi au fond de nulle part
Dans un écrin lugubre où règne la magie.

Mes larmes ont usé les pierres du chemin,
Mes cris ont lézardé les puissantes murailles
La colère nourrit chacun de ces matins
Où l’âme emplie d’amour livre et perd la bataille.

Sombres couloirs bordés de vivants candélabres
Visages de granit aux inhumains regards,
Tout évoque l’enfer dans ce château macabre
Qui emmure mon cœur de ses épais remparts.

Vieux promeneur perdu dans la brume ennemie,
Tu peux te reposer quelques menus instants
J’entrouve sous tes pas mon royaume maudit
Qui dort dans un linceul, oublié des vivants.

Poema de Bernard Sellier, inspirado no filme La Belle ou la Bête, de Jean Cocteau

ligações perigosas – casos da vida real

rio da minha vida

(…)
É o chamado rio tejo
pelo amor dentro.
Vejo as pontes escorrendo.
Ouço os sinos da treva.
As cordas esticadas dos peixes que violinam a água.
É nas barcas que se atravessa o mundo.
(…)
As pontes não são o rio.
As casas existem nas margens coalhadas.
Agora eu penso na solidão do amor.
Penso que é o ar, as vozes quase inexistentes no ar,
o que acompanha o amor.
Acompanha o amor algum peixe subtil.

excerto de um poema de Helberto Helder

rio da minha vida

(…)
É o chamado rio tejo
pelo amor dentro.
Vejo as pontes escorrendo.
Ouço os sinos da treva.
As cordas esticadas dos peixes que violinam a água.
É nas barcas que se atravessa o mundo.
(…)
As pontes não são o rio.
As casas existem nas margens coalhadas.
Agora eu penso na solidão do amor.
Penso que é o ar, as vozes quase inexistentes no ar,
o que acompanha o amor.
Acompanha o amor algum peixe subtil.

excerto de um poema de Helberto Helder

Comunicado à população

Depois de resolvidos alguns problemas logísticos, a Comissão Instaladora está a ultimar os preparativos para se fixar na colina.
Prometemos ser breves.


Entretanto, façam o favor de tomar o ascensor até ao Carmo, digam que vão da minha parte e eles oferecem umas castanhas quentinhas.

Comunicado à população

Depois de resolvidos alguns problemas logísticos, a Comissão Instaladora está a ultimar os preparativos para se fixar na colina.
Prometemos ser breves.


Entretanto, façam o favor de tomar o ascensor até ao Carmo, digam que vão da minha parte e eles oferecem umas castanhas quentinhas.

A Roda dos Expostos

O cartoon, enquanto mensagem não verbal, deve ser vista à luz da semiótica, fenómeno cultural que estuda a natureza dos signos e inter-relaciona o significante e o significado.
Uma análise diversa deste método conduz ao radicalismo dos pragmáticos, como aconteceu com as caricaturas do Profeta Maomé.


O Verbo – palavra de Deus, é o verdadeiro reponsável pelo massacre dos inocentes, cuja confiança nos homens é traída pelo Anjo da morte (repare-se nas mãos), que, sorridente, parece dizer “deixai vir a mim as criancinhas”. Conceptualmente, para os crentes um aborto é uma vida sem direito ao paraíso; eis o ambiente de purgatório em tons de vermelho.
As alminhas a sairem pelo topo da cruz será porventura o significante mais forte deste cartoon de António, pois o ancestral repúdio pelo preservativo já tinha sido retratado na ponta do nariz de João Paulo II.

"Leituras" ao Domingo

A Exposição Vincent van Gogh and Expressionism pretende mostrar a profunda influência – tratamento da luz, brilho e côr – que o pintor holandês teve no movimento Expressionista, nomeadamente no trabalho de artistas alemães e austríacos, como Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde, Ernst Ludwig Kirchner, Max Pechstein, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Alexej von Jawlensky, Gustav Klimt, Egon Schiele e Oskar Kokoschka, criadores também representados.

O Catálogo da Exposição – da autoria do Curador Jill Lloyd, com capa de Max Pechstein – custa €24,50 na loja online do Museu (não inclui portes), 10 euros mais barato que na Fnac!

Ilustração da capa:
Young woman with red fan, 1910

Leitura de hoje: Vincent van Gogh and Expressionism, numa aula de 45 minutos dada pelo curador convidado Jill Lloyd, no Van Gogh Museum em Amsterdão.

Between 1890 and 1914 Vincent van Gogh emerged from almost total obscurity to be hailed as one of the founders of modern art. He was especially admired in Germany, where museums and collectors soon began acquiring his works. This lecture focuses on Van Gogh’s paintings in German and Austrian collections and the impact these had on artists such as Ernst Ludwig Kirchner and Oskar Kokoschka.