o problema mente-corpo

Luis Royo - Cogito Ergo Sum

PARA QUE SERVEM OS SENTIMENTOS
Poder-se-ia argumentar que as emoções sem sentimentos seriam mais do que suficientes para a regulação da vida e para a promoção da sobrevivência. Poder-se-ia argumentar que representar os resultados da emoção não seria de todo necessário para a sobrevivência. Porém, não é esse o caso. Na orquestração da sobrevivência é extremamente valioso ter sentimentos. As emoções são úteis em si mesmas, mas é o processo do sentir que alerta o organismo para o problema que a emoção começou a resolver. O processo simples de sentir começa por dar ao organismo o incentivo para se ocupar dos resultados da emoção (o sofrimento começa pelos sentimentos, embora seja realçado pelo conhecer, e o mesmo se pode dizer acerca da alegria). O sentir constitui, também, a pedra angular para a etapa seguinte – o sentimento de conhecer que sentimos.
Por sua vez, o conhecer é a pedra angular para o processo de planeamento de respostas específicas e não estereotipadas que podem, quer complementar uma emoção, quer garantir que os ganhos imediatos obtidos pela emoção possam ser mantido ao longo do tempo. Por outras palavras, «sentir» os sentimentos prolonga o alcance da emoção, ao facilitar o planeamento de formas de resposta adaptativas, originais e feitas à medida da situação.
É altura de concluir com uma simples reflexão: conhecer um sentimento requer um sujeito conhecedor. Ao procurar uma boa razão para justificar a persistência da consciência ao longo da evolução, talvez se possa dizer que a consciência triunfou porque os organismos que a possuíam podiam «sentir» os seus sentimentos. Sugiro que os mecanismos que possibiltam a consciência prevaleceram porque conhecer as suas emoções foi coisa bem útil para os organismos de o fazer. E como a consciência persistiu como característica biológica, acabou por se tornar aplicável não apenas às emoções, mas também aos numerosos estímulos que as punham em acção. A consciência acabou por dar a conhecer toda uma gama de acontecimentos sensoriais.

 

Texto retirado do livroO Sentimento de Si, de António Damásio

estou tentado a partilhar a indignação…

Mas o que gostava mesmo era que a minha cara MP falasse da questão em concreto!

mas qual pressão, carago?


Depois de os outros terem encostado no Bessa, a pressão de vencer o derby era igual para o meu Sporting e para eles. Pressão com a qual, diga-se de passagem, o levezinho soube lidar muito bem! Só que, depois de um início meteórico, o empate soube naturalmente a pouco..

Eu queria mesmo era ganhar na Luz! Ficar a 1 ponto do líder teria como finalidade única consolidar o segundo lugar. Pressão?! Os outros sabem muito bem lidar com isso.
A ilusão de ser campeão não passa disso mesmo.

Para o Presidente do Sporting, o lugar natural do clube este ano seria o terceiro. Esperemos que a equipa saiba contrariar o seu realismo, nos 3 jogos que faltam.

Homens livres – Mstislav Rostropovich (1927-2007)

Rostropovich – Bach Cello Suite No.1

25 de Abril, sempre… desde que dê para ir à praia!

Por acaso, hoje não esteve mau. A partir das 3 chegou o vento e então ficou desagradável; Entretanto, deu para ler no Editorial do Dn:
Para honrar a memória basta acabar com a maldição do último capítulo. E isso não se consegue considerando um escândalo fascista a moda de evocar Salazar, nem vendo como essencial à democracia o tradicional desfile pela Avenida da Liberdade. Basta acabar com a desorganização na educação e fazer com que os professores concluam os programas curriculares e ensinem aos alunos a história recente do País. Essa devia ser a maior herança do 25 de Abril.

Pois. Não sei que história lhe contaram, mas pelos vistos o Libertário não percebeu que desde o início da década de setenta se sabia que a ditadura cairia de madura e que o fim do isolamento estava próximo
Se o MFA fosse composto por gente mais culta, mais viajada, em lugar de ter simplesmente fechado a porta do Regime sem abrir convenientemente a da Democracia, sem estimular a necessária abertura de horizontes que atenuasse os desvarios de que fomos vítimas, pelo menos até à entrada para a UE…
Não seria Portugal mais competitivo se entretanto não tivesse havido nacionalizações? Não seríamos melhor qualificados se as sucessivas Reformas não tivessem acabado com o ensino politécnico, ao invés de termos uma enormidade de recém-licenciados no desemprego?
Percebe o que é um facto histórico? Mas se quiser continuar agarrado aos dogmas, be my guest.

Postais de Lisboa – Rossio

Menino António cumpre o ritual de dar milho aos pombos.
Em criança, a gente presta-se a cada coisa…!

Autor desconhecido, 1962

Fado em Si bemol

Quarta-feira passada, o B Flat Jazz Club fez 11 anos. De parabéns, o António Ferro, que tive o prazer de conhecer. Quando ele disse que tinha uma raridade da Amália – um disco gravado na Broadway(!), liguei de imediato ao Jorge, que desmoralizou o António, coitado; Aquilo foi gravado em Lisboa, com músicos da GNR… e direcção de um americano. Pois!

Para abrilhantar a festa, tocaram os Fado em Si bemol, um nome que encaixa perfeitamente no espírito do blog. O quinteto, que apresentou quase duas dúzias de standards e tem em preparação um disco de originais, é composto por:
Miguel Silva, guitarra portuguesa – Paulo Gonçalves, viola – Pedro Silva, contrabaixo – Paulo Coelho, percussão – Pedro Matos, voz.
A produção do grupo é de Adalberto Ribeiro, a quem prometi ajudar a trazê-los a uma visita à Capital do Império. A ber bamos…

Diz que é uma espécie de obra-prima

Na Primavera de 1959, Miles Davis no trompete, Cannonball Adderley e John Coltrane no saxofone, Bill Evans no piano, Paul Chambers no baixo e Jimmy Cobb na bateria reinventaram o jazz!

Menos é Mais
A espontaneidade de tocar duas ou três notas, obtendo o mesmo efeito melódico que as oito das progressões elaboradas, abria lugar ao improviso… e ao bebop.

Kind Of Blue é, talvez, O disco de jazz!

Para ouvir os samples, clicar aqui.

boa música, mau cinema


Decidi-me ontem pela fita Anjos Exterminadores, em exibição no King. Um filme sobre o prazer das mulheres suscita sempre curiosidade, mas este revela-se freudianamente claustrofóbico, particularmente nas cenas de sexo explícito em que o realizador deixa as jovens em roda livre, numa espiral de prazer com consequências imprevisíveis.
Nada que não se consiga com uma webcam, afinal. Para esquecer, este filme de sexo… fraco.
Para esquecer também a sala, com o sonoro da sala ao lado a interferir nos gemidos das belles jeunes…

De positivo, valeu chegar cedo, pois ainda deu para espreitar o novo MM Café do renovado Teatro Maria Matos e ouvir 50 minutos de jazz. A Bárbara Lagido é boa onda e ontem teve um convidado que toca violino. Vale a pena uma visita.

J.S.Bach – "Air" Orchestral Suite Nº 3 in D Major – BWV 1068… com Bobby Mcferrin!