Archive for the ‘ Exposições ’ Category

o meu peixinho é linnndo!

No Arquivo Municipal de Lisboa podemos ver até 17 de Maio a Exposição de Fotografias “Varinas de Lisboa”, de Joshua Benoliel.

Cresci junto ao Mercado da Ribeira e da Lota, por detrás da Estação do Cais do Sodré; Por isso convivia de perto com os pregões das varinas, que fazem parte da história da cidade.

Na foto, tirada no Largo de São Paulo, vê-se ao fundo o Arco sobre o qual passa a Rua do Alecrim; no prédio a seguir ao que tem o toldo, funcionou a Escola Primária nº 2 onde recebi parte da instrução, até nos mudarmos para a Rua das Gaivotas.

Greve das varinas, Início do Século XX [c.1913]

El desnudo de Velázquez

Até 24 de Fevereiro no Museu do Prado, a Exposição Fábulas de Velázquez: Mitología e Historia Sagrada en el Siglo de Oro é uma oportunidade rara para descobrir a narrativa histórica em Velázquez. De um total de 52 obras expostas, de Ticiano a Rubens, o pintor sevilhano contribui com 28.

Em destaque no núcleo El desnudo – La narración, esta
Vénus ao Espelho (1644-48), que pertence à National Gallery de Londres, e que pode ser vista ao lado de El dios Marte e Mercurio y Argos.

Desde finales de los años treinta, Velázquez produjo varias obras mitológicas, que se cuentan entre las más importantes y originales de su tiempo, y que le sirvieron para entablar un fructífero diálogo con la tradición pictórica. Fueron cuadros en los que culminó su tendencia a subrayar los valores asociados al color frente a los del dibujo, y a convertirlo en el principal instrumento expresivo. En eso, continuó la tradición a la que pertenecían Tiziano y Rubens, cuyas obras abundaban en las Colecciones Reales españolas y se convertirían en dos de los principales puntos de referencia para el desarrollo de su estilo.

La mitología propició un acercamiento al desnudo, un tema cargado de connotaciones. Es la forma que la tradición occidental ha vinculado más estrechamente a la idea de arte, la que expresaba mejor los valores del color, y al mismo tiempo, el lugar donde confluían los límites del arte y la decencia. A través de La Venus del espejo, Velázquez supo hallar una alternativa a los desnudos de Tiziano o Rubens, y al mismo tiempo demostró el lugar tan singular que ocupaba en relación con sus colegas españoles, pues su posición en la corte le permitió sustraerse a las restricciones morales en materia de desnudo femenino que atenazaban a estos. En Marte utilizó una gama cálida y suntuosa, modeló las formas a base de luz y color y destruyó los límites entre el cuerpo y su entorno, buscando transmitir una sensación de vida y transitoriedad, lo mismo que hizo con Mercurio y Argos. Al mismo tiempo, conservó su gusto por la paradoja narrativa, y en vez de utilizar rasgos heroicos para representar al dios de la guerra, lo pintó cansado y melancólico.

Estudos Anatómicos de Leonardo da Vinci

No último sábado fui ao Palácio de Cristal ver a Genial Exposição de um dos melhores homens que a História conheceu.

Os modelos das suas invenções em exposição merecem ser vistos atentamente, pois dão-nos uma ideia do génio de Leonardo. Dá vontade de mexer em tudo, por as engenhocas a funcionar!

Composto unicamente de reproduções de fraca qualidade e sem uma descrição para além da identificação da obras expostas, o núcleo de pintura é pobrezinho.

Alguns dos desenhos que aqui são publicados, já os tinha visto durante a Expo 98, mas a confusão era tal que não tive paciência para uma visita mais demorada.

Estudo anatómico de um ombro masculino, 1509-10
Estudo anatómico da laringe e perna, 1510
Estudo anatómico do ombro, 1510-11

impressões da World Press Photo

Per-Anders Pettersson, Suécia – Getty Images, para a Stern

3º Prémio, “Assuntos Actuais” (fotografia singular)

Esther Yandakwa ( 9 anos de idade ) fuma um cigarro enquanto as suas amigas a ajudam a pentear-se, no centro de Kinshasa, na República Democrática do Congo.
Esther não tem casa e prostitui-se.
Dezenas de milhar de pequenos refugiados, órfãos de guerra e crianças abandonadas pelas suas famílias vivem nas ruas de Kinshasa e outras áreas urbanas do país.

Jan Grarup, Dinamarca – Politiken/Newsweek


2º Prémio, “Notícias em Geral” (fotografia singular)

Em Novembro de 2006, deslocados aguardam que lhes sejam distribuidos alimentos, perto da aldeia de Habile, no Chade. Ataques por parte da Janjaweed, uma milícia árabe supostamente apoiada pelo governo sudanês, alastraram desde Darfur, no Sudão, atravessando a fronteira até ao Chade. Cavaleiros da Janjaweed incendiaram as aldeias de agricultores negros em ambos os lados da fronteira, matando e violando os seus habitantes, segundo um modelo de violência étnica que têm seguido desde 2003.

Na conflituosa região africana dos Grandes Lagos, onde os cuidados de saúde em geral enfrentam grandes desafios, os recursos psiquiátricos são particularmente raros. Os traumatizados pela guerra têm de partilhar uma mão-cheia de hospitais psiquiátricos com várias outras vítimas de problemas mentais.
O hospital psiquiátrico de Kamenge em Bujumbura, no Burundi, é o único do país que trata pessoas com traumas de guerra. Recebe financiamento da Igreja, mas os pacientes têm de contribuir com dinheiro para medicamentos e comida.

1º Prémio, “Notícias em Destaque” (fotografia singular)

Um homem lava a fuligem do rosto no local da explosão de um oleoduto em Lagos, Nigéria.
Pelo menos 260 pessoas morreram após o oleoduto perfurado se ter incendiado. A perfuração tinha sido feita por ladrões para encher tanques de petróleo para revenda, e centenas de residentes na zona tinham ido ao local para apanhar em recipientes de plástico o combustível que se derramava.
Apesar de a Nigéria ser o oitavo exportador mundial de petróleo, a maioria da população vive em pobreza extrema.

Para que não esqueçamos

Isto de estar (mal) habituado a ter tudo à mão só porque se vive na capital do império…
Este ano, quem quiser ver a World Press Photo, tem até domingo para ir a Portimão. Hélàs!

A foto vencedora deste ano é do repórter fotográfico norte-americano Spencer Platt que, num artigo publicado na Visão da semana passada, nos deixa alguns tópicos para reflexão.

Qualquer boa foto deve contar uma história e ser universalmente compreendida pelas várias culturas. Platt chama a atenção para a dificuldade de – nos dias de hoje – as imagens fazerem as pessoas pensar; Não só pela facilidade com que hoje se faz um boneco, como também para a introdução do vídeo nos trabalhos de foto-reportagem.
E que devemos manter e alimentar a curiosidade pelo mundo.
Eu acrescentaria, a esperança na humanidade…

Fall of the Damned

Com visita guiada por Anísio Franco e José Alberto Seabra Carvalho, que nos oferecem uma descida ao Inferno, tema tão caro à administração desta casa…
Hoje às 18:00, no Museu Nacional de Arte Antiga

Inferno - autor desconhecido, c.1510-20 - Óleo sobre madeira de carvalho - Proveniência conventual desconhecida

É a mais antiga representação autónoma do Inferno na pintura portuguesa. Obra misteriosa e inquietante, a sua iconografia incorpora, pelo menos, dois aspectos inovadores no contexto da arte portuguesa do início do século XVI. Por um lado, a evidência na representação da nudez feminina, bem exemplificada nos três corpos dependurados que devem simbolizar a Vaidade e a Soberba, ou no impositivo casal enlaçado que no primeiro plano, à direita, personifica a Luxúria. Por outro lado, o modo como se figura o entronizado regente desta infernal morada, um Lúcifer de rosto oculto por máscara, ceptro em forma de trompa e envergando toucado e fato de coloridas plumas, vestimenta que tem suscitado a hipótese de se tratar de um atributo de identidade ameríndia ou mesmo brasileira (o que possivelmente significaria encarar o recém-descoberto indígena sul-americano não como um “bom selvagem” mas como uma personificação do Mal).

A pintura recorre a um reportório medieval de referências teológicas cristãs, propondo uma imagem do Inferno como inventário de torturas incessantes, lugar de suplício e condenação eterna dos que incorrem nos Pecados Capitais, sem distinção do seu estado ou condição social. Para além dos já indicados, identificam-se ainda, do lado esquerdo da composição, as penas infligidas pela Avareza (o avarento é obrigado a engolir moedas, cruzados portugueses do reinado de D. Manuel) e as que respeitam à Gula, réprobo a quem um diabo, com aspecto de bode, obriga a ingerir vinho vertido de um odre em forma de porco. O exacto sentido moralizante de outros suplícios, na sua provável relação com os sete pecados capitais, é, porém, mais dubitativa. Assim sucede com um motivo central da representação, um grande caldeirão onde penam cinco pecadores, dois deles tonsurados, prefigurando possivelmente a Inveja. Neste caldeirão, que replica a forma circular da “boca” do inferno por onde caem os condenados, destaca-se um frade franciscano que parece aceitar melancolicamente o suplício, o único que nesta concentrada e tumultuosa composição surge indiferente ao diabólico vórtice, de trevas e chamas, que o rodeia.

A pintura só está documentada a partir de meados do século XIX, no acervo da Academia de Belas Artes de Lisboa proveniente da extinção dos conventos de frades, em 1834.

Cê Cê Berardo

Com a reserva que a palavra mágica BORLA AÍ encerra, cheguei somente por volta da meia-noite ao Centro Cultural de Belém para espreitar o Museu Colecção Berardo. Passei assim por cima do fogo de artifício e fui directo ao assunto

As duas obras de Picasso expostas, uma das quais Femme dans un Fauteuil Rouge, estão incompreensivelmente num corredor de passagem, propício a grande aglomeração de visitantes!
Gostei particularmente de Mulher Atacada por Pássaros, de André Masson

Fora de horas e com muita gente, os sete núcleos da Exposição são de um modo geral tão arejados que se pôde circular com grande liberdade. Cerca de duas horas em passo ligeiro foram suficientes para ter uma perspectiva global; Não é por isso recomendável tentar ver tudo de uma assentada, para evitar o cansaço.

No Iconographos estão publicados mais alguns registos.

Museu Berardo, no CCB

«luminescências poéticas»

Na Livraria Caixotim, até ao fim do mês.

Prémio Valmor de Arquitectura – Exposição

No Centro de Informação Urbana de Lisboa – situado no bonito Picoas Plaza – decorre até 2 de Março de 2007 a Exposição Retrospectiva 1902-2003 dos Prémios Valmor e Municipal de Arquitectura


Instituído por Fausto de Queiroz Guedes, segundo Visconde de Valmor e conceituado político e diplomata, o Prémio Valmor tornou-se o galardão por excelência da Arquitectura, destinado a premiar, nas palavras do fundador, a qualidade de uma obra de arquitectura “compatível com uma cidade civilizada”.

Edifício de escritórios, no cruzamento da Rua Castilho, 223-233 com a Rua D. Francisco Manuel de Melo, 2-8.

Autores do projecto – Arquitectos Manuel Salgado, Sérgio Coelho e Penha e Costa.
Valias – valorização do espaço em todas as áreas do edifício.

O prestigiado Prémio Valmor de Arquitectura– sinónimo de qualidade arquitectónica – é atribuido em partes iguais ao proprietário e ao arquitecto autor do projecto que reflicta o gosto dominante num determinado ano ou época (ver regulamento).

O Prémio Municipal de Arquitectura valoriza também obras de natureza diversa, normalmente mais modernas dos que as premiadas pelo Valmor.

Recentemente, passaram a estar incluidos trabalhos na área da Arquitectura Paisagista.

Publicado originalmente aqui.