‘Epitaphium Carpentarii’, de Charpentier

Marc-Antoine Charpentier [1643-1704], que morreu neste dia 24 de Fevereiro em Paris, está entre os compositores mais importantes do período barroco francês, tal como os contemporâneos Jean-Baptiste de Lully [1632-1687], François Couperin [1668-1733] ou Jean-Philippe Rameau [1683-1764].
A música de Charpentier mistura os estilos francês e italiano; este último sob influência, entre outros compositores, de Giacomo Carissimi. Em França, trabalhou para o rei Luís XIV e para os jesuítas em Paris, notabilizando-se pelas composições de música sacra, que rivalizavam com as de Lully.


«J’étais musicien, considéré comme bon parmi les bons, ignare parmi les ignares. Et comme le nombre de ceux qui me méprisaient était beaucoup plus grand que le nombre de ceux qui me louaient, la musique me fut de peu d’honneur mais de grande charge… […] guéris, purifie, sanctifie les oreilles de ces hommes pour qu’ils puissent entendre le concert sacré des anges ! »

Texto de Charpentier, extraído do seu Epitaphium Carpentarij H.474  – cantata escrita em 1687 para 6 vozes e baixo contínuo.


O título desta obra, em forma de tombeau, sugere uma homenagem sentida a um colega compositor, mas o texto em latim identifica na composição dois amigos, três anjos e o fantasma do próprio Charpentier, tornando-a no seu próprio epitáfio.
Gravada em 2006 pelo conjunto  Il Seminario Musicale, dirigido pelo contratenor Gérard Lesne, conta com os seguintes solistas:

Umbra: Gérard Lesne, contratenor | Ignatius: Cyril Auvity, tenor | Marcellus: Edwin Crossley-Mercer, barítono
Primeiro Anjo: Kaoli Isshiki, soprano | Segundo Anjo: Chantal Santon, soprano | Terceiro Anjo: Magid El-Bushra, contratenor

 

Quid audio, quid murmur / Amici viatores nolite timere / O aeternitas quam longa, o vita quam brevis / Musicus eram inter bonos / Dic nobis, umbra chara / Ah, socii! qui carissimi nomen habebat / Cantique des anges: Profitentes unitatem, veneremur trinitatem / O suave melos!

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