La Madeleine á la Veilleuse, de Georges de La Tour
Através do programa “A Obra Convidada”, o Museu do Prado inaugura um novo modelo de exposição que pretende trazer aos visitantes obras notáveis de outros museus, com o duplo objectivo de enriquecer a visita e estabelecer um termo de comparação que permita reflectir sobre as obras residentes do Prado.
A obra eleita para inaugurar o programa (até 21 de Junho), La Madeleine á la Veilleuse de Georges de La Tour (1593-1652), representa La Madeleine, símbolo da redenção através do arrependimento, num cenário nocturno, iluminado por uma vela que cria violentos contrastes nos seus instrumentos de meditação – os livros sagrados, a cruz e a caveira, símbolo da morte -, objectos que constituem uma das mais belas naturezas mortas do autor. La Tour representa La Madeleine com um aspecto delicado, longe dos seus camponeses rústicos, soldados ou músicos de rua, todos de aspecto plebeu e alheios à simplicidade espiritual desta pintura.
Ainda que tendo em comum as preocupações com a luz, La Tour explorava o chiaroscuro da luz artificial, enquanto Vermeer procurava trazer a luz natural para dentro das suas obras (aqui, aqui e aqui).