Archive for the ‘ Poesia ’ Category

A simplicidade da luz interior

L`INVITATION AU VOYAGE

Mon enfant, ma soeur,
Songe à la douceur
D’aller là-bas vivre ensemble !
Aimer à loisir,
Aimer et mourir
Au pays qui te ressemble !
Les soleils mouillés
De ces ciels brouillés
Pour mon esprit ont les charmes
Si mystérieux
De tes traîtres yeux,
Brillant à travers leurs larmes.

Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.

Des meubles luisants,
Polis par les ans,
Décoreraient notre chambre ;
Les plus rares fleurs
Mêlant leurs odeurs
Aux vagues senteurs de l’ambre,
Les riches plafonds,
Les miroirs profonds,
La splendeur orientale,
Tout y parlerait
À l’âme en secret
Sa douce langue natale.

Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.

Vois sur ces canaux
Dormir ces vaisseaux
Dont l’humeur est vagabonde ;
C’est pour assouvir
Ton moindre désir
Qu’ils viennent du bout du monde.
– Les soleils couchants
Revêtent les champs,
Les canaux, la ville entière,
D’hyacinthe et d’or ;
Le monde s’endort
Dans une chaude lumière.

Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.


Charles BaudelaireLes Fleurs du Mal, poema LIII

No Jardim do Bem e do Mal – entre a razão e a emoção

A UNIÃO DO CÉU E DO INFERNO (1)
Argumento

Rintrah(2) ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.

Submisso outrora e no caminho do perigo,
O justo percorria
O vale da morte.
Plantam-se rosas onde crescem espinhos
E na estéril charneca
Cantam as abelhas

Foi então plantado o caminho do perigo
E um rio e uma fronte brotaram
De cada penhasco e cada túmulo,
E nos ossos branqueados
Brotou barro vermelho.

Até que o vilão(3) deixou os caminhos do fácil
Para seguir os caminhos do perigo
E expulsar o justo para regiões estéreis.

A vil serpente anda agora
Em mole humildade
E o justo percorre em fúria os desertos
Onde erram os leões.

Rintrah ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.

William Blake (1757-1827)

(1) Sobre o texto: existem 9 cópias de A União do Céu e do Inferno, compostas por 24 pranchas (gravura e texto) seguidas de mais 3, correspondentes a Um Cântico de Liberdade.
Sobre o título: este adapta, unindo (casando) satiricamente os opostos, o título da talvez mais conhecida obra de Swedenborg, De Coelo et Inferno et ejus mirabilibus: ex auditis et visis, 1758, de onde o texto de Blake retira o impulso inicial e para o qual remete continuamente.

(2) Tal como Urthona, em Um Cântico de Liberdade, Rintrah é uma figura mítica e simbólica da poesia profética de Blake; A potência maléfica (vilão) expulsa o justo.

(3) O vilão simboliza o padre e a sua moral hipócrita e repressiva; O Argumento simboliza a escravidão e a revolta

Tradução e notas de João Ferreira Duarte
Editora – Relógio D`Água

Legenda para uma fotografia

Como diluir as estrias que traem tua idade
ao irromper do que não queres lembrar,
a não ser quando tudo te repudia tanto
que em ti embebes as tuas espadas,
ansiando remir o que não clama resgate?
E ris, sorris: corola vesperal a desfolhar nas faces
um esmalte falaz que teus olhos recusam.

Injuria-te a luz, embora te defendas
num recanto que as lâmpadas receiam:
aí a música amaina, extenuada,
permite que te envolva
uma outra que de ti se evola
num tempo de que foste expulsa.


Não são máscaras esse carmim viscoso,
os cabelos sufocados em adornos grotescos
e em tinta,
o debrum crepuscular das pálpebras,
a cilada sedenta de uma boca
constrangida a abdicar da força da mentira.
São em ti apelos transparentes:
por eles te denuncias e somente
suplicas ser, sem precisares depor
sobre teus desígnios, teus actos.

Que poderás dizer que todos não saibam?
O que és não o partilharás ao exprimi-lo.
Tuas palavras para os outros significam
o mesmo que silêncio. E os teus gestos
só para ti vertem um conteúdo.

Mas reges a magia de discretos sinais:
uma pulseira que distancia tua mão, um aroma
a convidar para um quarto clandestino,
um leque a ondular sobre o teu peito
o adejo de uma dança nupcial.

Detém-te nesse lugar, se ninguém te convida.
Na noite, tua cama pródiga, um esquife
que te espera sem pressa.
Goya ou uma objectiva cruel
iludem-se quando tentam perpetuar-te
ao tornar-te motivo de uma tela
tão perecível como tu.

Mas de nada te acusam:
apontam-te ao meu discurso desatento,
a alguém que deseje
conhecer o corpo turbado que dissipas.

Poema de José BentoSilabário
Fotografias de Pierre Molinier

Cíclades

A claridade frontal do lugar impõe-me a tua presença
O teu nome emerge como se aqui
O negativo que foste de ti se revelasse

Viveste no avesso
Viajante incessante do inverso
Isento de ti próprio
Viúvo de ti próprio
Em Lisboa cenário de vida
E eras o inquilino de um quarto alugado por cima de uma leitaria
O empregado competente de uma casa comercial
O frequentador irónico e cortês dos cafés da Baixa
O visionário discreto dos cafés virados para o Tejo

(Onde ainda no mármore das mesas
buscamos o rastro frio das tuas mãos
– O imperceptível dedilhar das tuas mãos)

Esquartejando pelas fúrias do não-vivido
À margem de ti dos outros e da vida
Mantiveste em dia os teus cadernos todos
Com meticulosa exactidão desenhaste os mapas
Das múltiplas navegações da tua ausência –

Aquilo que não foi nem foste ficou dito
Como ilha surgida a barlavento
Com primos sondas astrolábios bússolas
Procedeste ao levantamento do desterro

Nasceste depois
E alguém gastara em si toda a verdade
O caminho da Índia já fora descoberto
Dos deuses só restava
O incerto perpassar
No murmúrio e no cheiro das paisagens
E tinhas muitos rostos
Para que não sendo ninguém dissesses tudo
Viajavas no avesso no inverso no adverso

Porém obstinada eu invoco – ó dividido-
O instante que te unisse
E celebro a tua chegada às ilhas onde jamais vieste

Estes são os arquipélagos que derivam ao longo do teu rosto
Estes são os rápidos golfinhos da tua alegria
Que os deuses não te deram nem quiseste

Este é o país onde a carne das estátuas como choupos estremece
Atravessada pelo respirar leve da luz
Aqui brilha o azul – respiração das coisas
Nas praias onde há um espelho voltado para o mar

Aqui o enigma que me interroga desde sempre
É mais nu e veemente e por isso te invoco:
«Porque foram quebrados os teus gestos
Quem te cercou de muros e de abismos
Quem derramou no chão os teus segredos»

Invoco-te como se chegasses neste barco
E poisasses os teus pés nas ilhas
E a sua excessiva proximidade te invadisse
Como um rosto amado debruçado sobre ti

No estio deste lugar chamo por ti
Que hibernaste a própria vida como o animal na estação adversa
Que te quiseste distante como quem ante o quadro p’ra melhor ver recua
E quiseste a distância que sofreste

Chamo por ti – reúno os destroços as ruínas os pedaços –
Porque o mundo estalou como pedreira
E no chão rolam capitéis e braços
Colunas divididas estilhaços
E da ânfora resta o espalhamento de cacos
Perante os quais os deuses se tornam estrangeiros

Porém aqui as deusas cor de trigo
Erguem a longa harpa dos seus dedos
E encantam o céu azul onde te invoco
Onde invoco a palavra impessoal da tua ausência

Pudesse o instante da festa romper o teu luto
Ó viúvo de ti mesmo
E que ser e estar coincidissem
No um da boda

Como se o teu navio te esperasse em Thasos
Como se Penélope
Nos seus quartos altos
Entre seus cabelos te fiasse

Sophia de Mello Breyner Andresen,
evocando Fernando Pessoa

¡Carne, Celeste Carne de la Mujer!

¡Carne, celeste carne de la mujer! Arcilla
– dijo Hugo -, ambrosía más bien, ¡oh maravilla!,
la vida se soporta,
tan doliente y tan corta,
solamente por eso:
¡roce, mordisco o beso
en ese pan divino
para el cual nuestra sangre es nuestro vino!
En ella está la lira,
en ella está la rosa,
en ella está la ciencia armoniosa,
en ella se respira
el perfume vital de toda cosa.

Eva y Cipris concentran el misterio
del corazón del mundo.
Cuando el áureo Pegaso
en la victoria matinal se lanza
con el mágico ritmo de su paso
hacia la vida y hacia la esperanza,
si alza la crin y las narices hincha
y sobre las montañas pone el casco sonoro
y hacia la mar relincha,
y el espacio se llena
de un gran temblor de oro,
es que ha visto desnuda a Anadiomena.
Gloria, ¡oh Potente a quien las sombras temen!
¡Que las más blancas tórtolas te inmolen!
¡Pues por ti la floresta está en el polen
y el pensamiento en el sagrado semen!
Gloria, ¡oh Sublime que eres la existencia
por quien siempre hay futuros en el útero eterno!
¡Tu boca sabe al fruto del árbol de la Ciencia
y al torcer tus cabellos apagaste el infierno!

Inútil es el grito de la legión cobarde
del interés, inútil el progreso
yankee, si te desdeña.
Si el progreso es de fuego, por ti arde.
¡Toda lucha del hombre va a tu beso,
por ti se combate o se sueña!

Pues en ti existe Primavera para el triste,
labor gozosa para el fuerte,
néctar, Ánfora, dulzura amable.
¡Porque en ti existe
el placer de vivir hasta la muerte
ante la eternidad de lo probable!..

Poema de Rubén Darío
Gravura de Caesar van EverdingenFour Muses and Pegasus on Parnassus, c. 1650

Amor vivo

Amar! mas dum amor que tenha vida…
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida…

Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser – e não só beijos
Dados no ar – delírios e desejos –
Mas amor… dos amores que têm vida…

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços,
Com névoa da vaga fantasia…

Nem murchará do Sol à chama erguida…
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores… se têm vida?

Poema de Antero de Quental
Desenho de William Blake – O Vendaval dos Amantes, 1824-27

Como eu não possuo, ou a incapacidade de ser..

desenho de Pablo Picasso, 1954
Como eu não possuo

Olho em volta de mim. Todos possuem —
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.

Roça por mim, em longe, a teoria
Dos espasmos golfados ruivamente;
São êxtases da cor que eu fremiria,
Mas a minhalma pára e não os sente!

Quero sentir. Não sei… perco-me todo…
Não posso afeiçoar-me nem ser eu:
Falta-me egoísmo para ascender ao céu,
Falta-me unção pra me afundar no lodo.

Não sou amigo de ninguém. Pra o ser
Forçoso me era antes possuir
Quem eu estimasse — ou homem ou mulher,
E eu não logro nunca possuir!…

Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tarde a tarde na minha dor me afundo…
Serei um emigrado doutro mundo
Que nem na minha dor posso encontrar-me?…

Como eu desejo a que ali vai na rua,
Tão ágil, tão agreste, tão de amor…
Como eu quisera emaranhá-la nua,
Bebê-la em espasmos de harmonia e cor!…

Desejo errado… Se a tivera um dia,
Toda sem véus, a carne estilizada
Sob o meu corpo arfando transbordada,
Nem mesmo assim — ó ânsia! — eu a teria…

Eu vibraria só agonizante
Sobre o seu corpo de êxtases doirados,
Se fosse aqueles seios transtornados,
Se fosse aquele sexo aglutinante…

De embate ao meu amor todo me ruo,
E vejo-me em destroço até vencendo:
É que eu teria só, sentindo e sendo
Aquilo que estrebucho e não possuo.

Mário de Sá Carneiro

Resistência aos calendários II

Talvez tenha sido este o último fim-de-semana de praia.
Como neste hino à vida, chega mais um momento de dizer que as nossas vidas são a espuma de um mar eterno..
Resta esperar pela próxima flor, se não for tarde..


Posted by Picasa

Poema del otoño

Tú, que estás la barba en la mano
meditabundo,
¿has dejado pasar, hermano,
la flor del mundo?

Te lamentas de los ayeres
con quejas vanas:
¡aún hay promesas de placeres
en los mañanas!

Aún puedes casar la olorosa
rosa y el lis,
y hay mirtos para tu orgullosa
cabeza gris.

El alma ahíta cruel inmola
lo que la alegra,
como Zingua, reina de Angola,
lúbrica negra.

Tú has gozado de la hora amable,
y oyes después
la imprecación del formidable
Eclesiastés.

El domingo de amor te hechiza;
mas mira cómo
llega el miércoles de ceniza;
Memento, homo…

Por eso hacia el florido monte
las almas van,
y se explican Anacreonte
y Omar Kayam.

Huyendo del mal, de improviso
se entra en el mal,
por la puerta del paraíso
artificial.

Y no obstante la vida es bella,
por poseer
la perla, la rosa, la estrella
y la mujer.

Lucifer brilla. Canta el ronco
mar. Y se pierde
Silvano, oculto tras el tronco
del haya verde.

Y sentimos la vida pura,
clara, real,
cuando la envuelve la dulzura
primaveral.

¿Para qué las envidias viles
y las injurias,
cuando retuercen sus reptiles
pálidas furias?

¿Para qué los odios funestos
de los ingratos?
¿Para qué los lívidos gestos
de los Pilatos?

¡Si lo terreno acaba, en suma,
cielo e infierno,
y nuestras vidas son la espuma
de un mar eterno!

Lavemos bien de nuestra veste
la amarga prosa;
soñemos en una celeste
mística rosa.

Cojamos la flor del instante;
¡la melodía
de la mágica alondra cante
la miel del día!

Amor a su fiesta convida
y nos corona.
Todos tenemos en la vida
nuestra Verona.

Aun en la hora crepuscular
canta una voz:
«Ruth, risueña, viene a espigar
para Booz!»

Mas coged la flor del instante,
cuando en Oriente
nace el alba para el fragante
adolescente.

¡Oh! Niño que con Eros juegas,
niños lozanos,
danzad como las ninfas griegas
y los silvanos.

El viejo tiempo todo roe
y va de prisa;
sabed vencerle, Cintia, Cloe
y Cidalisa.

Trocad por rosas azahares,
que suena el son
de aquel Cantar de los Cantares
de Salomón.

Príapo vela en los jardines
que Cipris huella;
Hécate hace aullar a los mastines;
mas Diana es bella;

y apenas envuelta en los velos
de la ilusión,
baja a los bosques de los cielos
por Endimión.

¡Adolescencia! Amor te dora
con su virtud;
goza del beso de la aurora,
¡oh juventud!

¡Desventurado el que ha cogido
tarde la flor!
Y ¡ay de aquel que nunca ha sabido
lo que es amor!

Yo he visto en tierra tropical
la sangre arder,
como en un cáliz de cristal,
en la mujer

Y en todas partes la que ama
y se consume
como una flor hecha de llama
y de perfume.

Abrasaos en esa llama
y respirad
ese perfume que embalsama
la Humanidad.

Gozad de la carne, ese bien
que hoy nos hechiza,
y después se tornará en
polvo y ceniza.

Gozad del sol, de la pagana
luz de sus fuegos;
gozad del sol, porque mañana
estaréis ciegos.

Gozad de la dulce armonía
que a Apolo invoca;
gozad del canto, porque un día
no tendréis boca.

Gozad de la tierra que un
bien cierto encierra;
gozad, porque no estáis aún
bajo la tierra.

Apartad el temor que os hiela
y que os restringe;
la paloma de Venus vuela
sobre la Esfinge.

Aún vencen muerte, tiempo y hado
las amorosas;
en las tumbas se han encontrado
mirtos y rosas.

Aún Anadiódema en sus lidias
nos da su ayuda;
aún resurge en la obra de Fidias
Friné desnuda.

Vive el bíblico Adán robusto,
de sangre humana,
y aún siente nuestra lengua el gusto
de la manzana.

Y hace de este globo viviente
fuerza y acción
la universal y omnipotente
fecundación.

El corazón del cielo late
por la victoria
de este vivir, que es un combate
y es una gloria.

Pues aunque hay pena y nos agravia
el sino adverso,
en nosotros corre la savia
del universo.

Nuestro cráneo guarda el vibrar
de tierra y sol,
como el ruido de la mar
el caracol.

La sal del mar en nuestras venas
va a borbotones;
tenemos sangre de sirenas
y de tritones.

A nosotros encinas, lauros,
frondas espesas;
tenemos carne de centauros
y satiresas.

En nosotros la vida vierte
fuerza y calor.
¡Vamos al reino de la Muerte
por el camino del Amor!

Ruben Darió, 1908

Maria sejas louvada

Minotaure caressant du Mufle la Main d’une Dormeuse, 1933
Minotaure caressant du Mufle la Main d'une Dormeuse, 1933

Maria sejas louvada
Como és tão apertada
Uma virgindade assim
É coisa demais p’ra mim.
Seja como for o sémen
Sempre o derramo expedito:
Ao fim dum tempo infinito
Muito antes do amen.

Maria sejas louvada
Tua virgindade encruada
‘Inda me pões fora de mim.
Porque és tão fiel assim?

Por que devo eu, que dialho
Só porque esperaste tanto
Logo eu, o teu encanto
Em vez doutro ter trabalho?

Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso

Este é o tempo

De assobiar para o ar!

Quero lá saber que o Código Penal seja revisto, tendo por finalidade distinguir “melhor” dolo de negligência (como não soubessemos quão lenta é a nossa Justiça!)..
Quero lá saber se o Fundo de Solidariedade é ou não accionado(lá vêm mais subsídios!)..
Quero lá saber se vêm mais aviões a caminho para ajudar no combate aos incêndios ( depois de casa roubada, trancas à porta)..
Quero lá saber se – como tive oportunidade de observar no fim-de-semana – há descoordenação entre as forças de combate (Bombeiros, Protecção Civil, Liga para a Protecção da Natureza)…

O que eu sei, é o que vejo nas televisões! As populações a tentar proteger os seus bens, numa claríssima demonstração de falta de meios!
Não há volta a dar. Este país vai continuar a arder, quer porque não sabemos, quer porque não queremos fazer melhor..
Deixa arder!


Posted by PicasaClique na imagem para ampliar

Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

Sophia de Mello Breyner Andressen