Em toda a obra de Ana Vieira persistente e original, na sua radicalidade e distinção, é o próprio muro de abrigo da arte no seu pedestal que é posto em causa. No Ambiente de 1971, apresenta-nos o ritual fúnebre da arte “plintável”: a Vénus colocada num plinto no centro de uma sala, rodeada de cadeiras vazias afastadas da escultura e afastadas de nós por uma rede (muro?) que não permite aproximação, mas ainda deixa ver. Transparência ou opacidade: o que é a obra de arte e o que pode ela? A sacralização da obra, a sua separação da vida e do quotidiano, é aqui interrogada. Tal como na utilização da arte greco-romana, dos seus corpos perfeitos e memória de um tempo da religião da arte, que deixam agora, com o seu exílio, um lugar vazio, permanecem enquanto ausência – uma ausência saturada -, retiram-se ou parecem perder a solidez. Um esvaziamento. Problemas que encontramos, de outro modo, no tratamento que faz da obra seminal da arte moderna, o Dejeuner sur L´herbe de Manet, que a artista coloca, em 1977, a nossos pés, retirada da parede e projectada no espaço sobre uma encenação de um outro piquenique, dessacralizada, esvaziada da condição de intocável. Des-aurada. Mas, apesar disso, nela também não participamos. Ficamos de fora. A artista constrói, pacientemente, uma frágil moldura para o vazio. Via.
Jos d'Almeida é um compositor de música electrónica épico sinfónica, podendo este género ser também designado como Electrónico Progressivo. Na construção de um som celestial, resultante da fusão de várias correntes musicais, JOS utiliza os sintetizadores desde o início dos anos 80.
Chuck van Zyl
Chuck van Zyl has been at his own unique style of electronic music since 1983. His musical sensibilities evoke a sense of discovery, with each endeavor marking a new frontier of sound.
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