Emília

 Criar-me, recriar-me, esvaziar-me, até
que o que de mim um dia, morto, vá
para a terra, não seja eu; enganar honradamente,
plenamente, com vontade firme,
o crime, e deixar-lhe este espantalho negro
do meu corpo, como sendo eu!
                                                                     E esconder-me,
a sorrir, imortal, nas margens puras
do rio eterno, árvore
– num poente imarcescível –
da imaginação mágica e divina!

Ruan Ramón Jimenez, 1923?
Benjamín Palencia - Las edades de la vida, 1932

Benjamín Palencia - Las edades de la vida, 1932

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