Archive for the ‘ Fotografia ’ Category

Quelqu’un M’a Dit..


Carla Bruni

Le Ciel Dans Une Chambre

Quand tu es près de moi,
Cette chambre n’a plus de parois,
Mais des arbres oui, des arbres infinis,
Et quand tu es tellement près de moi,
C’est comme si ce plafond-là,
Il n’existait plus, je vois le ciel penché sur nous… qui restons ainsi,
Abandonnés tout comme si,
Il n’y avait plus rien, non plus rien d’autre au monde,
J’entends l’harmonica… mais on dirait un orgue,
Qui chante pour toi et pour moi,
Là-haut dans le ciel infini,
Et pour toi, et pour moi
Quando sei qui con me
Questa stanza non ha piu pareti
Ma alberi, alberi infiniti
E quando tu sei vicino a me
Questo soffitto, viola, no
Non esiste più, e vedo il cielo sopra a noi
Che restiamo quì, abbandonati come se
Non ci fosse più niente più niente al mondo,
Suona l’armonica, mi sembra un organo
Che canta per te e per me
Su nell’immensità del cielo
E per te e per me.
mmmhhhhhhhh
Et pour toi, et pour moi.
mmmhhhhhhhh

World Press Photo 2004


World Press Photo of the Year
Na foto, tirada pelo fotógrafo
indiano Arko Datta – Reuters, em Tamil Nadu no dia 28 Dezembro, uma mulher indiana chora um parente morto no tsunami asiático.


Spot news stories – segundo lugar
Yuri Kozyrev da Time Magazine estava no local onde ocorreu o ataque terrorista à escola de Beslan, na Ossétia do Norte – Rússia


Spot news singles – segundo lugar
Um jovem looter nas ruas de Port-au-Prince – Haiti, foi captado pelo fotógrafo israelita Shaul Schwarz – Agência Corbis, em Fevereiro de 2004.


General news stories – segundo lugar
Paolo Pellegrin da Agência Magnum cobriu o funeral do líder palestino Yasser Arafat


General news singles – segundo lugar
David Robert Swanson do The Philadelphia Inquirer retrata um soldado americano durante uma emboscada no Iraque, em 6 Abril de 2004.


Daily life singles – segundo lugar
Foto de uma menina a jogar basquetebol em Ohio. A menina pertence à velha congregação alemã Irmãos Baptista.
Por Krisanne Johnson – US News & World Report


Nature singles – primeiro lugar
Jahi Chikwendiu do The Washington Post captou esta imagem durante uma tempestade de areia no Chade.


Arts and entertainment stories – primeiro lugar
Foto tirada num desfile de moda primaveril, pelo sueco Lars Tunbjörk – Agence Vu.

A visitar, a edição de 2004 da World Press Photo – Centro Cultural de Belém, Lisboa.
De 8 de Setembro a 2 de Outubro.

Fontes: BBC e DN

perspectivas e realidades.. do menino com olhos de gigante!

Aconteceu-me

Eu vinha de comprar fósforos
e uns olhos de mulher feita
olhos de menos idade que a sua
não deixavam acender-me o cigarro.
Eu era eureka para aqueles olhos.
Entre mim e ela passava gente como se não passasse
e ela não podia ficar parada
nem eu vê-la sumir-se.
Retive a sua silhueta
para não perder-me daqueles olhos que me levavam espetado
E eu tenho visto olhos !
Mas nenhuns que me vissem
nenhuns para quem eu fosse um achado existir
para quem eu lhes acertasse lá na sua ideia
olhos como agulhas de despertar
como íman de atrair-me vivo
olhos para mim!
Quando havia mais luz
a luz tornava-me quase real o seu corpo
e apagavam-se-me os seus olhos
o mistério suspenso por um cabelo
pelo hábito deste real injusto
tinha de pôr mais distância entre ela e mim
para acender outra vez aqueles olhos
que talvez não fossem como eu os vi
e ainda que o não fossem, que importa?
Vi o mistério!
Obrigado a ti mulher que não conheço.

Almada Negreiros

Postais de Lisboa



Posted by Hello Qual a margem certa? Não sei como ir.. nem voltar!



Posted by Hello

Poema de Joaquim Pessoa

Os momentos que fazem (a) diferença

Embora já conhecesse as fotografias, acabei por deixar para o último dia a visita ao CCB para ver a World Press Photo 2004, a exposição de fotojornalismo mais importante a nível mundial.

Este ano, claramente marcada (mais uma vez) pelas guerras, e principalmente pelas suas vítimas.

São imagens que nos entram todos os dias em casa, e que por isso se tornam vulgares aos nossos olhos.

Nunca podem é deixar-nos indiferentes, os momentos que captam o horror, o sangue, a morte! E isto, só na fotografia perdura!

Na impossibilidade de fazer um álbum, pela sua previsível extensão, deixo aqui alguns registos representativos de acontecimentos marcantes, como a magnífica foto de Blair e Bush, curiosamente tirada na véspera da entrada das tropas aliadas em Bagdad.

pc: deixei por traduzir as legendas, que de algum modo se tornam desnecessárias.



Lu Guang, China

First prize: Contemporary issues – stories


In the mid-1990s, poor peasants in Henan province in eastern China sold their blood for 50 yuan a pint, enough to buy two bags of fertilizer. As a result of unsafe procedures, large numbers were infected with the HIV virus. In some villages up to 40 per cent of the inhabitants are seropositive, but for a long time have been isolated from care. Organized help from local health authorities is getting underway, but many people do not have the money to go to hospital and are cared for by family and friends. Some families have sold almost everything valuable in their home to help meet expenses.



Jean-Marc Bouju, France

World press photograph of the year


An Iraqi man comforts his four-year-old son at a holding center for prisoners of war, in the base camp of the US Army 101st Airborne Division near An Najaf, southern Iraq, on March 31. The boy had become terrified when, according to orders, his father was hooded and handcuffed. A US soldier later severed the plastic handcuffs so that the man could comfort his child. Hoods were placed over detainees’ heads because they were quicker to apply than blindfolds. The military said the bags were used to disorientate prisoners and to protect their identities. It is not known what happened to the man or his son.



Nick Danziger, UK

First prize: Portraits – singles


US president George W. Bush and British premier Tony Blair make eye contact in one of the few moments they did not have aides at their sides, in Hillsborough Castle, Northern Ireland, on April 8, a day before American troops entered Baghdad. The coalition that conducted the air and land attack on Iraq the previous month comprised almost entirely British and American forces. Britain’s support for the American-led operation had caused a rift with other European Union countries, most notably Germany and France.



Carolyn Cole, USA

Third prize: People in the news – singles


Bodies are placed in a mass grave in Liberia at the beginning of August, on the day that peacekeeping forces arrived. Civil conflict had wracked Liberia for more than a decade, claiming up to 250,000 lives, and leading to half a million internally displaced people and around 320,000 in exile. In August, Nigerian peacekeepers arrived, followed by US troops. President Charles Taylor left the country, and an interim administration was set up from October under Gyude Bryant. US troops later withdrew, and the UN launched a major peacekeeping mission, beginning to disarm former combatants.



Noël Quidu, France

First prize: Spot news – stories


Liberia has been wracked by on-off civil war since the 1980s. In March 2003, rebels had advanced to within 10 kilometers of the capital Monrovia, and by July fighting had intensified and government and rebel militia were battling for control of the city. After intervention of UN and US forces in August, rebels signed a peace accord and President Charles Taylor left the country.

Este Mar

Este mar me detém, mas nunca saberei

quem desvaneceu a escrita aqui abandonada num desígnio antiquíssimo:

as pegadas tenras das gaivotas, folhas tranquilas

a denunciar os ramos adejantes que copiam a espuma

Escrevo gaivotas , simplifico: acaso estes signos

sejam também de alcatrazes, alciões:

mas ao soletrar o seu ditado errante

decifro mensagens num livro tão precário que a brisa o arrebata.

Isso não importaria: eu iria olhando no chão o negativo de meus pés,

nada teria para o comparar, prosseguiria.

Até onde?

Prosseguiria sempre:

jamais findam as praias, nem quando a luz se rende.

Assim, terei de retornar ao poema: nomear o desconhecido,

reconstituir no mineral ou na face que o tempo feriu para delir depois

a pressão de umas pulsações, de uma cabeça vencida pelo cansaço [ou o desejo.

E recomeçar é sangrento se o ímpeto se finca apenas em palavras,

em matéria que não se possui.

As palavras nunca podem guardar-se;

quando poupadas, decompõem-se na sua própria usura.

Há que procurar o texto alado: rente às algas exaustas,

sob a turquesa estilhaçada que neva e tumultua,

iremos desvendá-lo.

Sem um indício?

Uma cor, um odor

vão conduzir-nos: os que no azebre de um rosto em nós sepulto

distanciam as feições do interior de onde despontam,

como o verbo se corrompe desde que as sílabas se juntam e ameaçam:

os sinais que gravamos propõem uma totalidade

até que uns olhos neles se jogam e os afastam

do sangue de onde nascem.

Esse é o exemplo das asas:

lassas, arqueiam-se suplicando o sol,

rasam a areia, prolongam a nervura das pegadas,

enfunam-se num arrepio inverniço – prenúncio de rajadas e marés –

e disparam para incendiar-se onde a sombra as não humilhe.

Recomeço, pois. Como recuperar o início?

os cirros como lanhos veementes a exaurir as tardes?

os areais rebeldes aos barcos, a expulsar o seu domínio?

Onde os dias a transbordar de conchas cálidas?

Estou aqui e é evidente que a ausência de sinais

sobre este chão, estas mãos, esta fronte que não sustenho

porque estão em outro lugar numa hora longínqua

é a única legenda que me pode ser dada.

Só resta transcrevê-la e extingui-la sem a ter compreendido.

Pousam estas letras como aves: desconhecem a morte,

para elas todo o espaço é este azul e o tempo o momento

em que seu vulto avança e é peso a impor um sentido

que será denunciado apenas a quem a seguir até à própria consumação:

a salsugem, o vento ávido de cumprir-se na sua fuga ao silêncio,

as vagas ou o esquecimento indiferentes ao destruir o que ignoram,

mesmo se a espuma é no meio-dia um peito em floração

e na noite a alva naufragada prestes a cobrir o corpo desejado.

Poema de José Bento

Fotografia de Carlos Serrano

World Press Photo 2004

Vou começar por colocar uma foto do Alexander Hassenstein da Alemã Bongarts Sportfoto, que teve o terceiro prémio na categoria sports action.

O “artista”, Thomas Morgenstern na World Cup Skijumping, Kuusamo – Finlândia, traz-me à memória uma aventura que tive neste mesmo local há coisa de um ano, em que por mero acaso fui com um companheiro de ocasião parar a uma negra!

Pela quantidade de trambolhões que dei durante a descida – parecia que nunca mais acabava, deu para ter uma ideia do gozo que deve ser malhar a esta velocidade! A repetir…!