Arquivo de 7 de Abril, 2010

Astronomia na Idade Média

O mundo dos astrónomos da Idade Média, herdada dos gregos, é perfeito e eterno. Em torno da Terra, imóvel no centro do Universo, giram o Sol e os planetas num movimento circular uniforme – Philippe Testard-Vaillant

Quando o Império romano ruiu, no século V, início a Idade Média, a astronomia conhece um eclipse na Europa. Durante décadas, nenhum nome brilhará no firmamento da ciência, nenhuma observação nem qualquer pesquisa teórica serão capazes de introduzir uma ordem inteligível no centro dos fenómenos celestes.
A disciplina só verá a luz no século XII, conquistando gradualmente um lugar nas universidades, onde o ambicioso programa educativo Quadrivium rapidamente associa aritmética, geometria, astronomia e música.
Uma «renascença» que nada deve ao acaso, antes a múltiplas traduções do árabe para o latim, que se desenrolam em Espanha, no sul de Itália e na Sicília, nas quais o mundo ocidental se verá consideravelmente reflectido numa parte das filosofias e das ciências greco-árabes.
De facto, desde o século VII que um número considerável de bibliotecas do mundo greco-romano cai nas mãos dos conquistadores árabes. Destas conquistas surge um estreitar de relações com a astronomia indiana, que possui desde o século V o Tratado  Surya Siddhanta,  obra que os leva a interessarem-se por Ptolomeu – o genial cientista de Alexandria, que na obra Almageste desenvolve uma teoria geocêntrica e matemática sobre a filosofia de Aristóteles e é também autor do mais célebre tratado de astrologia jamais escrito, Quadripartitvm.
Continua…

A partir da excepcional edição de Dezembro último da revista Les Cahiers de Science & Vie ; N° 114. Les Racines du monde

%d bloggers gostam disto: