Arquivo de Novembro, 2005

À luz de Einstein


A Exposição – até 15 de Janeiro de 2006 na Fundação Calouste Gulbenkian – pretende sensibilizar os visitantes para a Física e a ciência em geral, contribuindo para o esclarecimento do público, sobretudo os jovens, quanto ao papel determinante da Física para a compreensão do mundo em que vivemos e para o desenvolvimento tecnológico das sociedades modernas.

Nesta exposição, o visitante é convidado a fazer uma viagem pelos conceitos da física, antes e depois de Einstein, em torno dos temas da luz e da matéria.
O percurso inicia-se com uma introdução à história da física, percorrendo as grandes etapas, desde os gregos até 1905.
Em homenagem a Einstein será recriado o ambiente da sua casa, com referência aos momentos marcantes do seu trabalho científico e alguns apontamentos sobre a sua vida pessoal.

Serão ainda abordados numa perspectiva evolutiva os conceitos relacionados com a compreensão da luz, electricidade, magnetismo, matéria e movimento, de 1905 até à actualidade, bem como o seu impacto tecnológico e cultural no mundo de hoje.
Finalmente, percorre-se um espaço de conjecturas quanto ao futuro.

1 – A BIBLIOTECA DO SABER

Desde os primórdios da civilização que o Homem se interroga sobre o que é o Céu, a Terra, o espaço, o tempo, a matéria, a luz… O visitante é aqui conduzido por um percurso através de 2400 anos de interrogações sobre o mundo físico, dos gregos até ao tempo de Einstein. Apresentam-se seis espaços – representados por seis filósofos da natureza/cientistas, bem como um conjunto de objectos emblemáticos da forma de fazer ciência que lhes estão associados.
Os espaços seleccionados conduzem do liceu aristotélico à universidade medieval, a uma corte renascentista, a uma sociedade científica, a um gabinete de física e, finalmente, a uma universidade do século XIX.

2 – A RUPTURA 1905

Este espaço é dedicado à vida e obra de Albert Einstein, em particular aos seus trabalhos seminais de 1905.

Nestes artigos, Einstein desenvolveu a teoria do efeito fotoeléctrico, dando vida ao conceito de fotão como partícula de luz, a teoria do movimento browniano, que permitiu provar a existência real de átomos, e a teoria da relatividade restrita, que alterou profundamente as concepções de espaço e de tempo e demonstrou a equivalência entre massa e energia, expressa na mais famosa fórmula da física, E=mc2.

Em 1905, Albert Einstein publica os seus primeiros trabalhos sobre a análise matemática do movimento de Brown, o efeito fotoeléctrico, o estabelecimento da equivalência massa-energia e a exposição dos fundamentos da teoria especial (ou restringido) da relatividade.
Explicava a sua teoria com uma comparação retirada do quotidiano: “uma hora com uma jovem e bela mulher passa como um minuto, mas um minuto sobre um forno quente parece uma hora”.

A distância não é uma grandeza absoluta – depende do movimento do corpo em relação a um dado sistema de referência.

Estes temas vão impulsionar uma mudança espectacular e revolucionária da concepção do mundo físico baseado na geometrização espácio-temporal da física moderna.
A partir de 1910 aprofunda a Teoria da Relatividade e, em 1916, publica o resultado dos seus esforços.
Recebe o Prémio Nobel de Física em 1921.

3 – O MUNDO DOS ELECTRÕES


Quando já muitos pensavam que a física estava acabada, após a unificação da electricidade e do magnetismo de Maxwell, fenómenos misteriosos revelaram um admirável, mas estranho, mundo microscópico.


É no desvendar de um destes mistérios, os raios catódicos, que J. J. Thomson, no fim do século XIX, descob
re a existência do electrão.

Com ele, e alguma mecânica quântica, se iniciou a revolução electrónica, fortemente impulsionada a meio do século XX com a descoberta do transístor e a invenção do circuito integrado.

Essa minúscula partícula carregada, “operário incansável” dos nossos dispositivos electrónicos, é também a onda que permite ver nos microscópios electrónicos.

4 – A CÂMARA DE LUZ

Depois de ter criado o conceito de fotão em 1905, Einstein propôs, em 1916, o mecanismo de emissão estimulada de radiação, uma espécie de clonagem perfeita de fotões, que deu origem à invenção dos lasers nos anos 50.

A nova luz tornou-se uma ferramenta crítica do desenvolvimento tecnológico das sociedades modernas.

Recriando o ambiente de um laboratório moderno de lasers, este espaço é dedicado à exploração das propriedades da luz, da geração de luz laser, passando pela detecção e transmissão de luz visível ou invisível, até ao armazenamento e codificação da informação que pode transportar.

5- FÍSICA EM TODA A PARTE



Conversar por telemóvel, usar um computador portátil ou tirar fotografias digitalizadas são actividades comuns da vida moderna.

E, no entanto, seriam impossíveis se a física, com as suas ondas e partículas, com os seus átomos, electrões e fotões no espaço-tempo, não estivesse por trás delas.

Aqui, partimos à descoberta da física numa viagem pelo quotidiano, investigamos as suas aplicações na cultura e nas comunicações, e podemos ser apresentados ao bit da sociedade de informação.

6 – LUZ SOBRE A VIDA



Hoje a medicina recorre cada vez mais à física e à engenharia.


Com luzes visíveis ou invisíveis e aparelhos de medida e tratamento de informação que a física moderna permitiu desenvolver, conseguimos observar a anatomia e a actividade de órgãos, tecidos e artérias no interior do corpo humano, perceber as suas funcionalidades, diagnosticar doenças, por vezes tratar e curar.


Medindo sinais de oscilações de substâncias químicas e correntes eléctricas, estamos também a aprender como é que os sentidos captam informação e o cérebro a processa. Começamos a desvendar a mente.


7 – LUZ SOBRE O COSMOS


Se na antiguidade os Céus eram olhados como perfeitos, intocáveis e incorruptíveis, a ciência trouxe ao Homem a possibilidade de desvendar a verdadeira estrutura e composição do Universo.

Aprendemos a medir a abundância primordial dos elementos, a radiação cósmica de fundo e a aceleração das galáxias para descobrir que o Universo está em expansão, desde o Big Bang que foi a origem do espaço-tempo.

Entendemos a formação e a composição das estrelas e a estrutura das galáxias.
Descobrimos planetas extra-solares. Voámos para o espaço para daí observar a Terra.

Colóquios “à luz de Einstein, 1905-2005”

9 de Novembro – As forças da Natureza
João Paulo Silva, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

16 de Novembro – E=mc2: energia do núcleo atómico
Duarte Borba, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa

23 de Novembro – Sinais do Cérebro: da biofísica à fisiologia da consciência
Fernando Lopes da Silva, Universidade de Amsterdão

30 de Novembro – O mistério da forma das proteínas
Patrícia Faísca, Centro de Física Teórica e Computacional

7 de Dezembro – Estados estranhos da matéria: condensados de Bose-Einstein
Margarida Telo da Gama, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa

13 de Dezembro – 2010, a Nanospace Odyssey
Harold Kroto, Florida State University, USA [Prémio Nobel]

Fonte: Fundação Calouste Gulbenkian

Blog do dia.. todos os dias!

Fonte: Revista os meus livros, Novembro de 2005

Don`t give up, baby!

Zeus disfarçado de cisne seduz Leda

El cisne en la sombra parece de nieve;
su pico es de ámbar, del día al trasluz;
el suave crepúsculo que pasa tan breve
las cándidas alas sonrosa de luz.

Y luego, en las ondas del lago azulado,
después que la aurora perdió su arrebol,
las alas tendidas y el cuello enarcado,
el cisne es de plata, bañado de sol.

Tal es, cuando esponja las plumas de seda,
olímpico pájaro herido de amor,
y viola en las linfas sonoras a Leda,
buscando su pico los labios en flor.

Suspira la bella desnuda y vencida,
y en tanto que al aire sus quejas se van,
del fondo verdoso de fronda tupida
chispean turbados los ojos de Pan.

Rubén Darío, 1982

François Boucher – Leda e o Cisne, 1741

um sério esforço ao meu poder de síntese..

O blogger do Oceano das palavras leu no meu blog este post e resolveu compilar a informação dispersa num único post, no seu blog.

Nem sequer me vou dar ao trabalho de lhe explicar que quando se copia integralmente um texto de outro blogger, é de bom tom referir a fonte.

O Polvo

Os textos que se seguem, foram publicados por Joaquim Vieira na coluna semanal da Grande Reportagem – Os Passos em Volta – durante o passado mês de Setembro.

Duas notas prévias:
A primeira, para introduzir um ponto que Joaquim Vieira não refere – presumo, devido ao gap temporal – que António Maximiano Rodrigues integra a Comissão de Honra da actual recandidatura de Mário Soares.
A segunda, para lamentar que a Grande Reportagem – de que Joaquim Vieira já não faz parte – cessará a sua publicação no final do ano.


O Polvo (1) – GR 243, de 20050903

Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: após a edição de Contos Proibidos – Memórias de um PS Desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus, o livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República.

Em síntese, que diz Mateus?
Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha.
Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.
Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares.
Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.

COM SOARES, JÁ NÃO HÁ MORAL PARA CRITICAR FERREIRA TORRES, VALENTIM OU FELGUEIRAS

Que, no exercício do seu «magistério de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.
Note-se que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os contribuintes suportarem despesas de estada.
Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras, se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações?
E que foi feito dos negócios do Presidente Soares?


O Polvo (2) – GR 244, de 20050910

A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente, foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.
A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas que fizera do outro depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.
Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos media: daí o convite inicial para Silvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o Governo) visitar Belém. Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.

A ÉTICA POLÍTICA É UM VALOR PERMANENTE, E AS SUAS VIOLAÇÕES NÃO PRESCREVEM

Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a sua associação a «amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares», com vista a «garantir o controlo de interesses nos media favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição».
Interpôs-se porém, outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais.
Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu «mensalão».
Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção.
Mas a ética política é um valor permanente e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.
O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais.


O Polvo (3) – GR 245, de 20050917

A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava «com muitas dezenas de milhar de contos “oferecidos” por Robert Maxwell (…), consideráveis verbas oriundas do “ex-MASP” e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos».
Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território Administração Pública e negócios privados.
Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como «um dos grandes vigaristas internacionais», recua.
O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.
O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu, noutro contexto, a Manuel Alegre.

O DINHEIRO DO FAX DE MACAU DESTINAVA-SE «A QUEM O PRESIDENTE DECIDISSE»

Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 250 mil euros pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba.
O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.
Então, Mateus dá o documento a O Independente, daqui nascendo o «escândalo do fax de Macau».
Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Mas o processo é inevitável.
Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.
Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de «dádiva política») não se destinou de facto a Melancia, mas «à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse». Quem, afinal, deveria ser réu?


O Polvo (4) – GR 246, de 20050924

Ao investigar o caso de corrupção na base do «fax de Macau», o Ministério Público entreviu a dimensão da rede de negócios então dirigida pelo Presidente Soares, desde Belém.
A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares.
Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do Ps mas também do PSD – há quase uma década repartindo os governos entre si.
A previsão era catastrófica: operação «mãos limpas» à italiana, colapso do regime, república dos juízes.
Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.

INVEROSÍMIL? NADA FOI DESMENTIDO PELOS ENVOLVIDOS, NEM NUNCA SERÁ.

Entretanto, Já Robert Maxwell abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente.
Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista, intenção que, segundo relata Rui Mateus em Contos Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica «após consulta ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de boss».
Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma «presidência aberta» que este efectua na Guarda.
Acrescenta Mateus no livro que o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado ainda por Melancia, e onde estavam «previstos lucros de alguns milhões de contos».
Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o Presidente fortalecia uma nova instituição: A Fundação Mário Soares.


O Polvo (conclusão) – GR 247, de 20051001

As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos, tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos.
Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela «traição» a Soares (uma tese académica elaborada depois por Edite Estrela, ex-assessora de imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência).
Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível.
Quando o livro saíu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus – todos recusaram.
A omertà mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República, e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre minudências, mas sobre os grandes problemas da nação.

O ANÚNCIO DA RECANDIDATURA DE SOARES VEIO ACORDAR VELHOS FANTASMAS

Com a questão esquecida, Soares terminaria em glória uma histórica carreira política, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas.
O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwel. Na cerimónia do Altis, viam-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ilídio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.
Dos notáveis próximos da candidatura do «pai da Pátria», há também homens da administração de Macau sob tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS; Ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com dinheiros de Stanley Ho.
Outros ex-«macaenses» influentes são o Ministro da Justiça Alberto Costa que, como director do Gabinete de Justiça do território, interveio para minorar os estragos de um caso judicial que destapou as ligações entre o soarismo e a Emaudio, ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, Santos Ferreira, que o governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.
Será o polvo apenas uma bela teoria da conspiração?

Iluminuras medievais

A Cidade Divina e a Cidade Terrestre

Iluminador: Maître François

Cobiça, Ganância e Liberalidade
Representadas pelo contraste entre o uso da propriedade
do mercador, do cambista e do homem caridoso

detalhe

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Livro do dia

O jornalista Adelino Gomes apresenta às 18:30 na Fnac-Chiado
o novo livro de Rogério SantosAs Vozes da Rádio, 1924-1939 (Editorial Caminho)

“O livro inclui elementos para a compreensão histórica da rádio em Portugal, desde o começo da radiodifusão como actividade regular até à II Guerra Mundial”, nas palavras do autor.

Caro Rogério, espero que não lhe façam a maldade de organizar a apresentação junto à secção de imagem e som, onde estão os Ipod!

Blog do dia

Proximidade e mão amiga. “Proximizade“, feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça, se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê.
Aqui, já está a acontecer.

Apontamentos sobre o Terramoto de 1755

13 de AbrilComo é que a religião explica estas coisas?

30 de AbrilCentral Lisbon before the earthquake

12 de MaioCentral Lisbon after the earthquake

3 de JunhoSocorro às vítimas do Terramoto de 1755

24 de Junhoenterrar os mortos e cuidar dos vivos

21 de SetembroDa memória dos homens

22 de OutubroO sismo das igrejas

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Le Petit Prince – Antoine de Saint-Exupery

Chapitre XIX

Le petit prince fit l’ascension d’une haute montagne. Les seules montagnes qu’il eût jamais connues étaient les trois volcans qui lui arrivaient au genou. Et il se servait du volcan éteint comme d’un tabouret. “D’une montagne haute comme celle-ci, se dit-il donc, j’apercevrai d’un coup toute la planète et tous les hommes…” Mais il n’aperçut rien que des aiguilles de roc bien aiguisées.

-Bonjour, dit-il à tout hasard.

-Bonjour… Bonjour… Bonjour… répondit l’écho.

-Qui êtes-vous? dit le petit prince.

-Qui êtes-vous… qui êtes-vous… qui êtes-vous… répondit l’écho.

-Soyez mes amis, je suis seul, dit-il.

-Je suis seul… je suis seul… Je suis seul… répondit l’écho.

Quelle drôle de planète! pensa-t-il alors. Elle est toute sèche, et toute pointue et toute salée. Et les hommes manquent d’imagination. Ils répètent ce qu’on leur dit… Chez moi j’avais une fleur: elle parlait toujours la première…