Bairro Alto
Faz esta semana vinte anos que deixei o Bairro Alto.
Desde então, tenho assistido à progressiva recuperação deste bairro tão especial, cuja história se inicia no século XVI.
Foi talvez o primeiro onde as regras da arquitetura foram aplicadas de forma sistemática, numa lógica de uma cidade planeada, com ruas paralelas e, principalmente, perpendiculares ao rio, de modo a que os seus habitantes pudessem ter sol durante grande parte do dia..
É interessante ver durante a manhã o modo como as ruas estreitas aguardam calmamente que os raios de sol vão iluminando as varandas cheias de flores e roupa branca.

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Quando deixei o Bairro Alto, ainda havia “meninas” na zona próxima do Jardim S Pedro de Alcântara, as tascas tinham como clientes os residentes na zona e o estacionamento era um caos – sempre pensei que se um dia houvesse um incêndio, o bairro transformar-se-ia numa gigantesca tocha, pois é óbvio que nenhum carro de bombeiros conseguiria entrar..
Com o desfiar dos anos, fui assistindo à vinda de novos habitantes. O Frágil trouxe novas caras, e essas caras novos hábitos (como os graffiti nas paredes dos prédios)
Hoje, o bairro conta com mais de duas centenas de restaurantes, as tascas tornaram-se espaços in, albergam miúdos que comem sardinhas no pão e bebem garrafas de litro de cerveja.
As mercearias como a que havia no r/c do meu prédio deram lugar a lojas de roupa, de ténis, de material de bodyboard, de piercings, e por aí adiante.



No prédio em frente havia um alfarrabista.
Mais tarde instalou-se lá o mítico El Dorado.. e hoje é uma loja de roupa infantil.
É curioso olhar para a mescla de culturas existentes hoje em dia no Bairro Alto.. e verificar como um dos bairros históricos de Lisboa não perdeu a sua identidade…
E está muito mais bonito!









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