A fotografia, para mim, é uma forma de bloquear o mundo. Nada mais.
«metamorfoses para 23 versos»
há grandes folhas verde escuras na penumbra variável
de uma estufa de plantas. há o cheiro a terra húmida
contido entre os vidros brancos de cal, há
fetos, avencas, orquídeas, ciclamens banhados
pela luz uniforme, a intensas horas do dia. Noutras
a penumbra organiza-se em vãos e tufos como os das plantas,
onde goteja a água, cria o seu musgo, as suas
manchas claras e porosas no reflexo
de algum vidro partido. Não há sons, apenas sombras
do mundo, nem o olhar de ninguém; apenas
se pode conjecturar, para as zonas mais escuras, degradadas sob
os tabuleiros de vasos, que o vagaroso capricho das plantas,
mesmo a cor do ciclamen, se alimenta
da sombra natural quando o seu arco sobe, entre o chão e a parede,
[até alguns fortuitos
brilhos silentes nos suportes da terra. e há outras conjecturas, porque
esta é uma economia das formas do destino e perdidamente
as pessoas também, quando procuram o limite das coisas,
para viver ou para morrer, se interrogam
sobre um vidro embaciado que lhes devolveu as perguntas
e a água inacessível que as separa
da sua própria imagem, na penumbra virtual.
a escrita é uma orla inquieta das coisas,
uma sombra das figuras.
Jos d'Almeida é um compositor de música electrónica épico sinfónica, podendo este género ser também designado como Electrónico Progressivo. Na construção de um som celestial, resultante da fusão de várias correntes musicais, JOS utiliza os sintetizadores desde o início dos anos 80.
Chuck van Zyl
Chuck van Zyl has been at his own unique style of electronic music since 1983. His musical sensibilities evoke a sense of discovery, with each endeavor marking a new frontier of sound.
No trackbacks yet.