Nos 120 anos de Mário de Sá-Carneiro
O dúbio mascarado o mentiroso
Afinal, que passou na vida incógnito
O Rei-lua postiço, o falso atónito;
Bem no fundo o covarde rigoroso.
Em vez de Pajem bobo presunçoso.
Sua Ama de neve asco de um vómito.
Seu ânimo cantado como indómito
Um lacaio invertido e pressuroso.
O sem nervos nem ânsia – o papa- açorda,
(Seu coração talvez movido a corda…)
Apesar de seus berros ao Ideal
O corrido, o raimoso, o desleal
O balofo arrotando Império astral
O mago sem condão, o Esfinge Gorda.
Poema Aqueloutro, de Mário de Sá Carneiro
Gravura de Nicolas Poussin – Rinaldo and Armida, 1629
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