Relativismo Moral
O jovem pai de Aveiro foi acusado de negligência grosseira ao esquecer-se do seu bébé dentro do carro, onde morreu por hipertermia. Antes disso, tinha-se esquecido de deixar o seu bébé no infantário.
Amá-lo-ia menos que ao outro filho? Menos do que eu amo a minha filha?
No entanto, a superioridade moral vigente, alheia às responsabilidades próprias na formação dos novos escravos com que alimenta o mercado de trabalho, não hesita em julgar, a começar na praça pública – com que legitimidade?-, a tragédia familiar e a culpa eterna de um homem que nunca se perdoará por este esquecimento fatal. Sem compaixão.









![FESTIVAL DE MÚSICA ANTIGA DE TORRES VEDRAS [18 Out - 1 Nov]](https://abrancoalmeida.com/wp-content/uploads/2020/10/festival-de-musica-antiga-de-torres-vedras.jpg?w=847)






Visita Guiada
porca de vida, estamos cá sempre para julgar os outros.
é fácil, não aconteceu connosco. será que o da praça nunca
se “distraiu” em qualquer super mercado?
há dias andava uma criança perdida, à roda dos 5/6 anos na
Fnac do Colombo. eu agarrei-a pela mão, tranquilizei-a e levei-a
até ao sítio onde daí chamaram os pais, que estavam na maior das
aflições. só ouvi gente a bojardar contra os pais, mas ninguém
deu a mão à criança, ninguém a tranquilizou quando chorava, lançavam
bitaites.
ainda me virei para um: epá levas-me um murro nas trombas se não te calas.
ele respondeu-me: com certeza, não és pai
ainda iniciei uma discussão, mas achei que não valia a pena
sou pai sou e sei muito bem que, certa vez,na praia, deixei de ver a minha filha
durante dez minutos e paniquei. e não sei como foi possível. não sei.
abraço