Parabéns, Sofia!

Lembro-me, lembro-me

Da casa onde nasci,

Da pequena janela por onde o sol

Vinha espreitar pela manhã;

Nunca chegava um piscar de olhos demasiado cedo,

Nem trazia um dia demasiado longo,

Mas agora muitas vezes desejo que a noite

Me tivesse levado a respiração!

Lembro-me, lembro-me

Das rosas, vermelhas e brancas,

Das violetas e dos lírios,

Daquelas flores feitas de luz!

Dos lilases onde o tordo fazia ninho,

E onde meu irmão plantou

O laburno no dia do seu aniversário,

– A árvore ainda está viva!

Lembro-me, lembro-me

De onde costumava correr

E pensar que o ar devia ser também assim fresco

Nas asas das andorinhas;

O meu espírito, que então voava em penas,

Que está agora tão pesado,

E os lagos do Verão mal podiam refrescar

A febre da minha testa!

Lembro-me, lembro-me

Dos abetos negros e altos;

Costumava pensar que as suas copas esguias

Estavam perto, em comparação com o céu:

Era uma ignorância infantil

Mas agora não é grande alegria

Saber que estou mais longe do céu

Do que quando era menino.

Thomas Hood

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