Arquivo de 5 de Julho, 2005

Do encantamento da razão cognitiva, estética, ética..

Em artigo da Seara Nova, António Sérgio escreveu:
“Ainda rapazinho de escola, sucedia-me estudar, não me lembro em que livro, a teoria das equações. No final, tive uma espécie de visão de conjunto do todo harmonioso que acabara de ler. Dir-se-ia que tudo se concentrava agora – como se houvesse atravessado uma lente convexa – num foco luminoso que sentia em mim ( sempre vi a ciência e a filosofia na atitude de um artista e de um gourmet ).
Era um sentimento de perfeita música, de beleza clara; era a graça aural de uma luz plena. E isto aflorava precisamente de um simples e pedestre exercício de conceptualizar e julgar.”

Para além do papel de espectadores do mundo, temos a obrigação de utilizar a reflexão crítica enquanto exercício intelectual – função essencial para conciliar a razão e a intuição..
Mesmo que não constitua alívio para o sofrimento da existência, é importante refletir sobre a natureza das coisas, possuam ou não uma ética.